Capítulo 20

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Logo depois que Chiara disse para onde tinha que ir, Caio pegou suas coisas e foi. Mal esperou pelo amigo. Sabia que Mateus não achava uma boa ideia irem e antes mesmo que pudesse ser questionado Caio saiu.

Mateus o seguiu mesmo assim. Ao chegarem à saída do prédio Caio foi puxado pelo ombro pelo seu amigo.

—Você está indo longe demais.

— E você sabe que preciso disso... — Disse Caio sério para o amigo, seu olhar remoía lembranças que não gostava de ter — Acho melhor você ficar aqui. Quando eu resolver tudo te aviso.

— Eu vou contigo. Disse Mateus a contragosto.

— Não, eu vou sozinho mesmo, melhor assim.

Mateus se irritou, mas Caio sabia o que estava fazendo. Ele conhecia muito bem seu melhor amigo e ele não podia deixar que fosse com ele. Poderia ser perigoso. Por alguma razão não confiava muito na irmã de Heidi ou Anja... Tanto faz. Ele sabia que tinha que seguir seus instintos e ir sem a companhia de Mateus era a melhor escolha.

— Para de graça, Caio.

— Não tem nenhuma graça, você sabe muito bem porque eu preciso resolver isso... Depois do que aconteceu com a minha irmã... — Caio desviou o olhar e continuou — e depois do que aconteceu ontem, eu não posso deixar que aconteça alguma coisa com a Heidi e muito menos com você. Eu vou sozinho e isso não se discute.

Se Mateus pudesse soltar raios pelo olhar provavelmente ele faria, Caio sempre soube que o amigo não suportava quando alguém dizia que ele não podia fazer alguma coisa, mas era exatamente isso que ele precisava fazer e então não tinha outra escolha.

***

Dirigiu por cerca de quinze minutos até chegar ao ponto de encontro que Petra havia indicado uma praça chamada de Piazza Testaccio. Era um local comum. Típico para a cidade de Roma, com uma fonte ao meio, rodeado por árvores e cercado por diversos prédios de quatro ou cinco andares. Em outro momento Caio se sentiria em um algum filme clássico italiano. Foi difícil encontrar um local para estacionar, as ruas eram estreitas e a maioria das vagas estavam ocupadas. Então estacionou mais longe do que gostaria. Ao chegar à praça olhou pelos arredores para ver se encontrava Petra. Nada ainda.

Cerca de cinco minutos depois viu um táxi parar do outro lado da praça, uma jovem loira desceu sozinha e o táxi foi embora. Era Petra. A garota esperou e quando viu Caio, parecia saber que era com ele que deveria se encontrar, ainda que não o tivesse visto antes em nenhum momento. Ambos se dirigiram a mesma direção.

— É você não é? Disse Petra.

— Sim, fui eu que pedi para te encontrarem.

— Você veio sozinho?

— Sim. Por quê?

Petra olhou para os lados.

— A gente nunca sabe não é? — Sem esperar resposta ela continuou. — O que você sabe sobre a minha irmã? Sabe onde ela pode estar?

— Eu queria te fazer a mesma pergunta. Não sei muito sobre ela, esperava poder obter mais informações com você.

— Você tem certeza que não sabe nada. Insistiu ela.

— Eu acabei de falar.

Petra começou a ficar ansiosa, olhava para os lados e se mexia preocupada.

— Amo minha irmã, ela não deveria ter feito isso, não deveria ter vindo para cá.

— Provavelmente não, mas o que ela veio fazer aqui?

Petra coçou a cabeça, sua ansiedade não parava de aumentar. Caio sabia que aquilo não era um bom sinal e começou a olhar pela praça. Tudo parecia normal. Então porque ela está assim?

— Ela veio me procurar...

— Espera aí! Não foi o contrário? Não foi você que veio procurá-la?

— Me desculpa, Caio, eles me disseram que você saberia onde a minha irmã está...

Ele não precisou do sentido aranha do Peter Parker para saber que iria dar merda. Conformado decidiu que só precisava saber de onde viria o perigo. Mateus estava certo em não confiar, tudo correu muito rápido e deu muito certo. Encontrá-la, a viagem dela a para Roma... Quando a oferenda é boa todo santo desconfia.

Quando saiu da casa de Chiara pela primeira vez na manhã daquele dia, sem deixar ninguém perceber Caio pegou uma faca de cortar carne. Na frente da mulher puxou-a de sua cintura.

Petra gritou assustada e as pessoas da praça começaram a olhar.

— Não me machuca, por favor! eu só queria poder achar minha irmã, eles disseram que não fariam nada com ela se você dissesse onde ela está — Petra esticou as mãos para a frente para se proteger e chorando disse: — Por favor não me mata eu tenho um filho, por favor!

Todas aquelas informações o atordoaram, mas não podia se permitir cometer erros ali. Começou a olhar por todos os transeuntes que agora os observavam assustados. E então ele viu aquele rosto. Merda! O fotografo da Fontana di Trevi. Aquele que os tinha raptado, que quase o matara perseguindo-o pelos becos da cidade. Estava com uma pistola em punho. Mil vezes merda!!!

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