Como os rapazes estavam hospedados em um hotel perto do centro da cidade Mateus não levou muito tempo a chegar, cerca de trinta minutos depois da ligação ele chegou ao local indicado por Caio.
O GPS indicava para que parasse perto de um beco, porém ao parar no lugar Mateus não conseguia ver nada. O local era escuro e havia algumas barreiras para impedir a entrada de carros.
Logo que viu as luzes do carro Caio se escondeu. Quando ele saiu do carro com uma sacola na mão e Caio teve certeza que era o seu amigo, saiu de trás da lixeira em que ele se escondeu próxima a alguns degraus, que davam acesso ao outro lado do quarteirão.
— O que aconteceu com você? — Perguntou Mateus preocupado — Você foi assaltado ou algo assim?
— Não faço ideia do que aconteceu... Não sei nem por onde começar.
— Pelo começo seria uma boa ideia, mas antes vamos dar um jeito nesse braço. Disse Mateus mostrando para o amigo algumas bandagens e esparadrapos.
Caio explicou tudo o que aconteceu nas últimas horas, tentando não deixar nenhum detalhe fugir. O seu amigo era economista, mas sempre foi mais sagaz do que ele na hora entender o contexto geral das coisas.
— Isso é loucura! A gente precisa ir até a polícia. Disse Mateus inconformado, mas isso não ajudava muito, então como sempre, Caio, usou sua arma favorita: O sarcasmo.
— Ora, ora temos um Sherlock Holmes aqui... Eu sei disso, mas precisamos fazer uma coisa antes.
— O que?
— Precisamos voltar até o lugar onde tudo isso aconteceu, porque acho que deixei a bolsa da Heidi cair no bar quando sai atrás dela.
Mateus apertou a faixa no braço do amigo de modo brusco, por sorte tinha sido apenas um tiro de raspão, mas ele não estava gostando do caminho que aquilo estava tomando e Caio sabia. Não precisava sequer olhar para Mateus para saber.
— Você está fazendo isso de novo Caio.
— Mateus não começa. Eu preciso dos dados dela para a polícia, ela é uma estrangeira aqui. Precisamos recuperar essa bolsa.
— Desde que você não esteja me enfiando em uma de suas confusões mais uma vez está tudo certo.
Caio tentava se controlar, mas tinha uma habilidade incrível de se colocar em situações complicadas, claro que dessa vez tudo ia muito além de qualquer problema em que ele já havia se metido antes.
— Eu prometo. Não vou fazer nada, mas eu não sei onde a Heidi pode estar e não posso deixar ela em perigo.
— Claro que não, mas isso é um problema para polícia e não para você resolver.
— Tudo bem, mas agora precisamos ir. Logo as lojas devem fechar e não sei se o dono do Bar guardou ou não a bolsa.
Caio conseguiu convencer o amigo a ajudá-lo a muito contragosto, mas foram até as proximidades da Fontana di Trevi mais uma vez, pois ele não sabia dizer o nome do lugar onde tudo aconteceu e então traçaram os mesmos passos mais uma vez.
Ao chegar ao bar dono lugar, um senhor baixo, calvo e que usava de óculos de grau alto, veio falar com Caio preocupado. Perguntou por que ele saiu correndo? Quando eles conseguiram se explicar para o homem ele ficou assustado, porque não havia visto o que aconteceu. Por fim ele disse que tinha guardado a bolsa de Heidi, que tinha encontrado caída no meio da rua em frente ao seu comércio e a entregou para ele dizendo que tinha que ir a polícia imediatamente. É o dia dos mestres da obviedade, pensou Caio, mas preferiu não dizer mais nada.
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Vou te encontrar
Mystery / Thriller1º LUGAR NO CONCURSO BLUE - REINO AZUL. Caio viaja com seu melhor amigo, Mateus, para Roma. Nessa viajem Caio conhece uma garota misteriosa, Heidi, uma turista holandesa, e eles têm um breve relacionamento que é interrompido quando ela é sequestrad...