Capítulo Onze

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— NÃO ACREDITO QUE VOCÊ BEIJOU O HENRIQUE!

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— NÃO ACREDITO QUE VOCÊ BEIJOU O HENRIQUE!

— Fala mais alto, Babi, os moradores do Japão não conseguiram te escutar.

Ayla desligou o fogão, esvaziando a panela cheia de pipocas dentro de uma tigela. Ela rapidamente caminhou para fora da cozinha encontrando Babi sentada em seu sofá, esperando para assistir o filme. Colocando o recipiente entre as duas, puxou algumas pipocas para si, tentando não fazer contato visual com sua melhor amiga curiosa.

— Vai, me conta — Babi empurrou seu ombro de leve e Ayla revirou os olhos já sabendo que se não lhe contasse todos os detalhes, a garçonete não a deixaria em paz..

— Eu não beijei ele, ele me beijou — justificou colocando o filme para rodar, em uma tentativa fracassada de acabar com o sorrisinho da garota. — Além do mais, não é grande coisa.

— Ah, pode apostar que é.

— Foi só um beijo — puxou as mangas de sua blusa, tentando se proteger do frio. — Não é como nesses filmes bobos que você gosta onde a mocinha fica toda boba depois que o bonitão beija ela.

— Para de ser chata — reclamou, jogando algumas pipocas em seu rosto e recebendo um olhar mortal da garota em resposta. — Ele é lindo, gostoso e um cara legal.

— Então fica com ele.

— Você sabe que no meu retiro a abstinência sexual é algo muito importante — pegou o controle em cima da mesinha e desligou a tv.

— Ei! Eu tava assistindo.

— Não tava não — rebateu sem paciência. — Escuta, eu não vou ficar com o cara que a minha melhor amiga tá apaixonada.

— Eu não tô apaixonada por ele — a fuzilou com os olhos e fechou a cara.

— Você tá sim — disse, fazendo uma voz infantil e segurando em suas bochechas — Quem é a garotinha que tá morrendo de amores pelo filho do prefeito? É você.

Ayla a empurrou para longe e cobriu o rosto com as mãos, tentando ficar calma. Mesmo conhendo Babi há quase dois anos, ainda não tinha aprendido a lidar com aquele lado dela.

— Eu dei uma fuçada nas redes sociais dele — Puxou o celular do bolso de seu short preto, fazendo rapidamente Ayla levantar o olhar e aguardá-la temerosa. — Descobri que ele é de peixes.

— Eu não acredito que você fez isso.

— Pode acreditar — riu apontando o celular com a tela ligada em direção ao seu rosto. — E sabe o que é melhor? Você é de Virgem! Os dois se encaixam perfeitamente na frase "os opostos se atraem".

— Eu não acredito nessas bobagens — Ajustou seus óculos e viu Babi abrir a boca completamente ofendida. — Como se o Sol ou a Lua tivessem algum interesse em interferir nas nossas vidas chatas e monótonas.

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