Capítulo Treze

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— Por que demorou tanto pra ligar? Tava com saudade

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Por que demorou tanto pra ligar? Tava com saudade.

Ayla abriu um pequeno sorriso ao escutar a voz meiga e levemente irritada de sua irmã através do telefone em sua mão. Ela analisou a rua pouco conhecida em que se encontrava e olhou para a grande porta da escola à sua frente.

Percebendo que ela ainda estava fechada e certa de que ainda demoraria uns bons minutos até o sinal tocar, retirou a mochila de suas costas e se sentou em um largo banco de concreto que havia no meio de uma pequena praça ali.

— Desculpa, eu também tô morrendo de saudades de você, anjinho — respondeu com uma voz calma, mas que ao mesmo tempo deixava transparecer toda a carência que estava sentindo em relação a ela. As duas eram bastante próximas e havia sido difícil para a garota deixar a irmã e seus pais para ir morar em Vinberurbo — Mas me conta, como estão as coisas por aí?

A tia da escola mandou a gente fazer um desenho da coisa que a gente mais ama nesse mundo! E eu desenhei você, a mamãe e o papai — os olhos de Ayla brilharam com a fala da garotinha e ela se sentiu uma verdadeira boba ao perceber que eles haviam se enchido de lágrimas.

Talvez fosse porque estava na época do "mar vermelho" e geralmente ela se tornava bem emocional nesse período, mas não conseguia evitar que seu coração se transbordasse de alegria com aquele ato tão pequeno, mas ao mesmo tempo tão importante para ela.

Droga, realmente estava sentindo falta de sua família.

O Zeca desenhou a Cida e eu disse que isso era errado, porque ele não pode amar ela mais que todo mundo — Ayla soltou uma pequena risada. — Mas ele falou que ela é a coisa mais importante da vida dele.

A garota de cabelos negros meneou a cabeça ao se lembrar do melhor amigo de Sofia e de sua inseparável galinha. Crianças de seis anos podiam ser bem apegadas aos seus animais de estimação.

— A vida é assim. Você não pode questionar o amor das pessoas. Se faz bem pra elas, apenas aceite.

Sofia concordou, mas ainda relutante, disse que iria ter uma séria conversa com o garoto sobre o verdadeiro significado daquele sentimento. Elas conversaram por mais alguns minutos sobre a escola e os novos desenhos animados que a garotinha havia começado a assistir. 

Aquilo havia sido suficiente para matar um pouco da saudade que Ayla estava sentindo.

Tinha Babi e Santi junto consigo e Deus sabia o quanto ela era grata por eles, mas a sensação de chegar todo dia em casa depois do trabalho e não ter ninguém a esperando era simplesmente aterrorizante.

Sofia, é a sua irmã? — a funcionária do cinema pulou de susto ao escutar a voz forte de sua mãe ressoar do outro da linha. — Deixa eu falar com ela.

Tá bom — disse a garotinha com uma voz desanimada e Ayla podia jurar que ela estava fazendo um biquinho de frustração pela interrupção da mais velha. — Tchau, Ayla. Eu te amo muito, não esquece de ligar mais rápido da próxima vez, tá bom?

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