Capítulo Vinte e Nove

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Voltar à sua antiga cidade raramente provocava boas sensações em Ayla

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Voltar à sua antiga cidade raramente provocava boas sensações em Ayla. Vez ou outra, ela tentava se agarrar a ideia de que estava em um local com o clima muito mais agradável do que o de Vinberurbo, ou ao fato de que ao menos estava tendo a oportunidade de rever seus pais e Sofia depois de um longo período sem visitá-los. Quando fazia isso, percebia os pontos positivos de estar mais uma vez naquele lugar.

E, bem, quase sempre a estratégia funcionava. Ela era capaz de esconder seus pensamentos ruins em um lugar bem distante dentro de sua mente e torcer para que eles não dessem as caras e estragassem toda a calmaria que havia conquistado com tanto esforço. Enquanto conseguisse disfarçá-los, estava tudo bem.

Não havia comentado com seus pais o que a mãe de Danilo havia feito no dia da festa da cidade. Pelo que havia notado, os dois não faziam a mínima ideia de que aquilo havia acontecido e, sinceramente, ela preferia que as coisas continuassem assim.

Ayla não queria que toda sua vida girasse em torno do acidente. Mesmo que estivesse fracassando em suas tentativas de seguir em frente, seus objetivos ainda continuavam os mesmos: não ser despejada de casa, terminar seus estudos e entrar em uma boa faculdade. Não podia preocupar seus pais com assuntos que eram no mínimo meras banalidades, se comparados aos problemas financeiros que estavam enfrentando.

“O plano deu certo. Já tenho todos os arquivos do telefone da Medusa no meu computador”

A notificação de uma nova mensagem de Henrique invadiu a tela de seu celular, quebrando toda sua concentração. Ela estava sentada no sofá da sala de sua casa, tentando resolver os exercícios acumulados da escola, enquanto Sofia estava em seu quarto, apresentando todos os seus novos desenhos para Babi.

“Que bom.”

Digitou de volta, demorando pouco menos de quinze segundos para receber outra mensagem.

“Pode dizer, eu tô me saindo um ótimo parceiro de investigação”

“Claro, Sherlock Holmes sente inveja de você.”

Obrigado :)

Involuntariamente, Ayla sorriu. Aquilo não costumava acontecer com as outras pessoas. Era um fenômeno que apenas Henrique tinha o direito de desfrutar. E talvez fosse bobo o fato de ela achar quase todas as coisas que ele falava, engraçadas. Mas era algo que simplesmente não tinha como controlar e que gostava de nomear como mais um efeito colateral de se estar apaixonada.

“Falando nele. Esse vai ser o nome do meu gatinho.”

“Sherlock?”

“Sim”
“O que achou?”

“Original e poético.”

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