Não estava nos planos de Henrique repetir o último ano do ensino médio, mas, quando isso acontece, seu pai resolve lhe dar uma boa lição e o obriga a arrumar um emprego. Trabalhando no cinema da cidade, ele rapidamente conquista o desafeto gratuito...
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Ayla precisou fazer um grande esforço para que fosse capaz de abrir seus olhos naquela manhã de sábado. Enquanto sentia suas pálpebras mais pesadas do que nunca e um leve desconforto com a luz dos raios de sol que invadiam o quarto, tateou confusa o cobertor que a cobria e analisou com cuidado as paredes e os móveis do lugar onde estava.
Aquela não era a sua cama.
E definitivamente aquele não era o seu quarto.
Tudo pareceu se tornar ainda mais pior quando escutou um ressonar baixinho ao seu lado e percebeu que havia uma mão sobre sua barriga. Lentamente, seus olhos correram por todo o braço desconhecido, afim de descobrir sobre quem se tratava. Tamanho foi seu susto ao se deparar com Henrique dormindo tranquilamente ao seu lado, de bruços e com a cabeça apoiada em seu ombro.
Engoliu em seco.
Devagar, levantou o cobertor e, mesmo que ainda estivesse com bastante medo de não encontrar roupas em seu corpo, olhou para baixo, querendo acabar de vez com a aflição que estava sentindo.
Estava vestida.
Com roupas de hippie, mas ainda assim vestida.
— Graças a Deus — suspirou aliviada enquanto pegava impulso para se sentar.
— Bom dia, Robozinha.
Ayla soltou um grito, pulando de susto.
— Quer me matar do coração? — exclamou ofegante com a mão apoiada no peito, enquanto Henrique a encarava com um pequeno sorriso no rosto.
Ele sentou-se no colchão e descansou suas costas na cabeceira da cama, ao mesmo tempo em que se espreguiçou e bocejou levemente, tentando expulsar o sono de seu corpo.
Observou a garota baixar a cabeça e massageá-la com força, provavelmente tentando aliviar a dor que estava sentindo. Henrique ainda usava a roupa que Babi havia lhe emprestado e não negava que estava curioso em saber a opinião de Ayla a respeito da noite passada.
Mas calma, um passo de cada vez. Também não era como se ele estivesse extremamente interessado no beijo que os dois haviam trocado.
Ou estava?
— Dormiu bem?
Ao escutar a voz de Henrique, Ayla precisou fechar seus olhos por alguns segundos, permitindo que uma expressão de dor se formasse em seu rosto.
— Será que tem como você falar mais baixo?
— Mais baixo do que isso? — respondeu brincalhão vendo-a soltar um grunhido chateada. — Ownt, que bonitinha — ele apertou suas bochechas e a encarou sorridente. — Você tá de ressaca.