Capítulo Dezessete: Parte I

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Henrique apertava seus olhos com força tentando, de alguma forma, compreender as palavras que saltavam para fora dos lábios de Ayla, mas provavelmente Livin' on a Prayer, que ressoava alto pelos fones acoplados em seus ouvidos, estava tornando aqu...

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Henrique apertava seus olhos com força tentando, de alguma forma, compreender as palavras que saltavam para fora dos lábios de Ayla, mas provavelmente Livin' on a Prayer, que ressoava alto pelos fones acoplados em seus ouvidos, estava tornando aquela tarefa um pouco mais difícil.

A garota finalizou o que quer que fosse que estivesse dizendo e arqueou as sobrancelhas em sua direção, esperando uma resposta para o pedido que havia acabado de fazer. Em retorno, o filho do prefeito engoliu em seco, ligou a tela de seu celular e pausou a música de Bon Jovi, que já tocava pela quarta vez consecutiva. Ele remexeu-se no chão onde estava sentado e adotou uma postura ereta, encostando suas costas na parede em frente à bilheteria.

— E então, você pode me emprestar? — questionou a garota cruzando os braços em frente ao corpo, um pouco impaciente pela demora de Henrique em respondê-la. Ele fez uma careta e brincou com seus dedos indicadores, lançando um pequeno sorriso em direção a funcionária do cinema.

— Emprestar o quê?

Ayla meneou a cabeça em descrença e suspirou cansada.

— Você não tava me escutando, né?

— Defina "escutar".

A garota arfou decepcionada. Ela caminhou em direção a Henrique, sentando-se ao seu lado e observou de soslaio o caderno de desenhos que havia sobre o colo do garoto. Foi capaz de identificar entre seus rabiscos e sombreados o que lhe pareceu ser a figura de um gato preto sentado sobre um muro de tijolos.

Henrique acompanhou seus olhos castanhos analisarem minuciosamente cada traço que ele havia feito de modo apressado, apenas para relaxar sua mente depois de um dia tão cansativo de trabalho. Ele fitou Ayla, sentindo-se um pouco bobo por estar tão ansioso para saber sua opinião a respeito de seu desenho.

— Ficou bonito — disse baixinho. Henrique sorriu e lhe ofereceu um olhar agradecido. Ayla, em contrapartida, virou o rosto de lado, tentando ignorar o calor que instantaneamente havia tomado de conta do seu corpo ao encarar aqueles olhos azuis tão .

Com toda certeza, aqueles olhos eram o seu ponto fraco.

— Bom — ela soltou um pigarro. — Voltando ao assunto inicial, eu queria saber se você pode me emprestar o seu celular.

— Pra quê?

— Prometi pra minha irmã que ia fazer uma chamada de vídeo com ela hoje, mas acabei esquecendo de colocar o meu celular pra carregar — revelou chateada levantando o telefone em sua mão.

Rapidamente, Henrique puxou o fone que estava conectado ao seu celular e estendeu o aparelho em direção a ela.

— Toma, Robozinha, pode usar pelo tempo que quiser.

— Obrigada — agradeceu aliviada pegando o telefone. Ayla o explorou rapidamente com os olhos e notou que o celular era coberto por uma capinha azul com o desenho de um gato bem no centro. — Você realmente gosta desse animal, né?

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