— Eu não acredito que o Sérgio está traindo a Helena.
Henrique rolou em sua cama enquanto segurava seu telefone próximo ao ouvido e puxou seu cobertor para mais perto de si, tentando se aquecer.
— Tio, o senhor não deveria ficar surpreso com as coisas que o seu irmão é capaz de fazer. Aliás, como foi que vocês dois saíram do mesmo útero mesmo?
— Acredite, às vezes, eu também me faço essa mesma pergunta — respondeu divertido recebendo uma risada fraca de Henrique em resposta. — Agora o mais importante: como você está lidando com tudo isso? Eu posso contar para a sua mãe, se achar que é muito para você.
— Não! — exclamou levantando-se de supetão. — Minha mãe não pode ficar sabendo de nada agora — Henrique caminhou até a porta de seu quarto, a abriu e examinou o corredor silencioso de sua casa, certificando-se de que seus pais ainda não haviam chegado do jantar com o governador.
Ele sabia que estava reproduzindo o mesmo discurso de seu pai. Mas também não podia negar, que de certa forma, Sérgio tinha razão. Sua mãe não podia descobrir a traição do marido justo no momento em que dava sinais de melhora.
Henrique não queria ser responsável por arruinar a primeira e provavelmente única chance de sua mãe voltar a ser como era antes. Dionísio soltou um suspiro pesado, enquanto o garoto voltava para a sua cama.
— Tudo bem, filho. Eu entendo completamente esse seu lado protetor em relação a Helena. Mas você sabe, que cedo ou tarde, ela precisa saber a verdade.
Ele sabia disso. Só estava querendo adiar esse acontecimento o máximo de tempo possível.
— Seu tio me parece ser uma boa pessoa — concluiu Ayla após escutar o relato de Henrique sobre a conversa que ele havia tido com o presidente da vinícola.
— Ele é sim — respondeu com um sorriso no rosto enquanto empurrava sua bicicleta pelas ruas do Tártaro. — Às vezes, eu queria que ele fosse o meu pai — completou em um tom de voz mais baixo, como se, de certa forma, estivesse confessando um grande segredo.
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Negócio Fechado | ✓
Teen FictionNão estava nos planos de Henrique repetir o último ano do ensino médio, mas, quando isso acontece, seu pai resolve lhe dar uma boa lição e o obriga a arrumar um emprego. Trabalhando no cinema da cidade, ele rapidamente conquista o desafeto gratuito...