Capítulo Dezessete: Parte II

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— Eu tô parecendo uma hippie — Ayla encarava seu reflexo no grande espelho do vestiário reservado aos funcionários do Kaos, ainda desacreditada sobre o fato de que realmente estava usando aquelas roupas

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— Eu tô parecendo uma hippie — Ayla encarava seu reflexo no grande espelho do vestiário reservado aos funcionários do Kaos, ainda desacreditada sobre o fato de que realmente estava usando aquelas roupas. Saia longa, blusa de alças, colete, botas e uma bandana. Definitivamente aquilo não fazia o seu estilo.

— Você tá maravilhosa e arrisco dizer; fofa. Melhora essa cara, vai. Parece até que você tá se vestindo pra ir pro corredor da morte — disse Babi enquanto retirava os óculos de grau posicionados em frente ao rosto da garota e encaixava outro par, com lentes pequenas, redondas e escuras.

— Óculos também?

— Precisa vestir o figurino completo — afirmou a garçonete fazendo-a baixar a cabeça frustrada. Babi passou as mãos delicadamente pelos cabelos de Ayla, tentando deixá-los mais arrumados e a observou disfarçadamente pelo espelho. — Você parece mais feliz.

— Como assim?

— Sei lá, é só que, era muito difícil você aparecer aqui no Kaos, apesar de eu entender os seus motivos — respondeu trocando um olhar cheio de significados com a garota. — Mas só esse ano, você já veio aqui três vezes.

— Duas foram por causa do Henrique.

Henrique — pronunciou o nome do garoto lentamente. — Você ainda não percebeu que ele já faz parte da sua vida? É meio impossível nós termos uma conversa sem que você mencione o nome dele pelo menos uma vez.

Ayla fechou os olhos por alguns segundos, parecendo travar uma grande luta dentro de si e balançou cabeça. Ela puxou seus óculos de grau da mão de Babi e, chateada, começou a caminhar para fora do vestiário.

— Ignorar não vai fazer isso se tornar menos verdade — persistiu a fazendo parar de andar. — Eu sei quando não devo insistir em um assunto, Ayla. Eu te conheço há mais de um ano — Babi permitiu-se retirar as pequenas lentes escuras que haviam em frente ao rosto da garota, acabando por revelar seus olhos baixos. — Esse não é um caso. O Henrique é um cara tão legal e realmente parece gostar de você. Por que não tenta?

— Assumir algo com alguém é deixar a porta aberta pra ele saber absolutamente tudo sobre mim.

Haviam coisas sobre Ayla que poucas pessoas sabiam. Coisas que ela preferia manter guardadas a sete chaves e esquecer que um dia já haviam acontecido. Mas se relacionar com novas pessoas sempre traziam a tona pensamentos sobre a possibilidade de seus segredos serem revelados.

— E quem é que tá preparado pra essas coisas? A vida é um eterno "tudo ou nada" — Babi pegou em seu queixo, a fazendo encará-la diretamente nos olhos. — Do que é que você tanto tem medo?

— De decepcionar? — disse incerta. — Dele descobrir que eu não sou a pessoa que ele pensa.

Babi não hesitou e a puxou para si, a envolvendo em um abraço. Ayla não era a pessoa mais adepta a abraços que existia, mas admitia que estava precisando de um urgentemente. Ela enlaçou a cintura da garçonete e enterrou o rosto em seu ombro, sentindo-se um pouco mais segura.

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