Capítulo Doze

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O eco da voz de Ayla chamando pelo seu nome era tudo que Henrique conseguia escutar

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O eco da voz de Ayla chamando pelo seu nome era tudo que Henrique conseguia escutar. Por um momento, o garoto sentiu como se estivesse em um filme, onde de repente, todas as coisas ficavam em câmera lenta e ele não sabia o que poderia acontecer em seguida.

Para Ayla, haviam-se passado apenas alguns minutos desde o momento em que viu Sérgio saindo do carro e Fátima andando apressada em sua direção. No entanto, para Henrique, aquele momento havia se eternizado em sua mente de uma forma tão forte que jamais poderia esquecê-lo.

— Henrique — a garota arriscou mais uma vez, o chamando baixinho. — A gente precisa ir embora.

Parecendo sair de um transe, ele piscou seus olhos azuis, ainda vidrados no prefeito e na gerente, e balançou a cabeça em negação.

— Henrique...

— Não, Ayla! — exclamou em um sussurro. Seu rosto estava vermelho e apesar de não conseguir enxergá-lo, podia senti-lo ardendo como fogo. Não sabia se aquela vermelhidão era resultado da raiva que estava sentindo ou do choro que ameaçava irromper pela sua boca. — Eu vou lá.

Ele esgueirou-se pelo mato sorrateiramente, pronto para confrontar o casal de amantes, que já entravam para dentro de casa.

— Não — Ayla o puxou pelo braço, o obrigando a se agachar mais uma vez. — Você não pode fazer isso.

— Tá me dizendo que eu não posso tirar satisfação com o cara que tá traindo minha mãe? — Ayla baixou o olhar sem saber ao certo o que dizer e Henrique passou a mão pelo rosto, tentando manter-se calmo.

Suas mãos tremiam como nunca e seus olhos jcomeçavam a arder, anunciando lágrimas que há muito tempo não ousavam dar as caras.

Vendo o desespero do garoto e temendo que ele saísse correndo em direção a casa de Fátima, Ayla fez a coisa mais racional que conseguiu pensar naquele momento.

O abraçou.

Inicialmente, Henrique se assustou com aquela ação tão incomum vinda da garota, mas o aroma doce de seu perfume logo o fez ceder e ele se afundou em seus braços. Eles ficaram naquela posição por um bom tempo, até Henrique perceber que seu coração já não batia tão forte quanto antes.

Quando finalmente se separam, Sérgio e Fátima já haviam entrado para dentro de casa e Ayla suspirou aliviada. Ela mirou o rosto do garoto e levou sua mão em direção a ele, limpando uma lágrima solitária que havia escorrido por ali. Ao perceber que havia chorado em frente a uma garota, Henrique se virou, tentando não mostrar o quanto estava envergonhado.

Ayla sorriu e por pelo menos dois segundos, encontrou fofura naquele ato de Henrique.

— Não vou dizer que eu sei o que você tá sentindo, porque nunca aconteceu nada parecido comigo — ela levantou-se e o ajudou a fazer o mesmo. — Mas eu sei que na maioria das vezes não tomamos boas decisões de cabeça quente. Entrar lá agora, só vai te machucar ainda mais.

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