O Filme das Nossas Vidas

Capítulo XXXII

Pessoal, esse é o último capítulo (mas ainda tem o epílogo hahaha)

Confesso que estou um pouco nervoso e muito ansioso! Espero que, em breve, consiga responder todos os comentários 💙

A terça-feira parecia a uma eternidade de chegar. Sara contava cada minuto como se dependesse disso para sobreviver. O médico havia dito que, se continuasse progredindo, receberia alta muito em breve. Então, como ela estava muito melhor, deixaria o hospital na terça-feira. Curiosamente, era o dia em que seu filho também receberia alta. Sara mal conseguia dormir, imaginando o contato físico com ele, o seu cheiro, o seu olhar...

— Já está pronta? – Perguntou Benício, cheio de expectativas. — Mal dormi à noite pensando nele.

— Eu levantei cedo, muito cedo mesmo – Sara respondeu, sentindo frio na barriga. — Também não dormi à noite. Estou ansiosa para levá-lo para casa.

Sara usava um vestido vermelho e confortável, que a fazia se sentir muito bonita. Também usava um lenço na cabeça para cobrir a cicatriz em decorrência da cirurgia e maquiagem para destacar a sua beleza. Havia dois meses em que estava naquele hospital e queria muito estar do lado de fora, voltar a respirar o ar puro e conseguir enxergar o céu.

Ao sair pela porta do quarto, ficou emocionada: dezenas de pessoas a aplaudiam, desde médicos e enfermeiros aos seus familiares e amigos. Sara sorriu para cada um deles, agradecida, enquanto caminhava ao lado de Benício. Ela sentiu falta de duas pessoas, especificamente: Santiago e Ágata. Desde a semana passada, nenhum dos dois havia lhe visitado ou dado notícias. Só não esteve tão preocupada, porque, sempre que podia, passava o tempo observando o filho pela janela de vidro, e ele fazia com que esquecesse de todos os problemas.

Quando chegaram à área neonatal, Benício segurou mais forte a sua mão. Sara achava engraçado como a sua vida seguia, como tudo havia mudado. Achava engraçado o fato de ter sido abandonada pelo noivo e, agora, estar construindo uma família ao lado dele, sem ao menos ter planejado. Mesmo com tudo o que havia acontecido, ele continuava sendo o seu grande amor. O seu primeiro e eterno amor.

— Agora precisamos nos despedir – a enfermeira disse à Davi, segurando-o em suas mãos. — Não pode mais ficar aqui, porque você está bem. A partir de agora, você vai ficar com o papai e com a mamãe. Você vai gostar deles, não se preocupe.

Sara e Benício riram. Então, a enfermeira passou a criança para que Sara segurasse e a jovem começou a chorar. Davi, o seu filho, remexia em seu colo, e fazia movimentos com a boca. Seus olhos, tão pequenos e verdes, olhavam fixos para ela, identificando-a. Sara sentia algo muito forte dentro de si. Um amor que nunca antes havia sentido e que nunca conseguiria descrever.

— Oi, filho – Benício tocou a sua bochecha levemente. — Oi, meu filho. Você está admirando a mamãe e vai fazer isso muitas outras vezes ainda, assim como eu faço. Ela é a pessoa mais especial que conheço e nós te amamos muito, muito mesmo, e vamos te levar para casa. Você vai amar conhecer todas as pessoas que amamos, também.

Benício os levou para a casa de Beto e Ágata, onde haviam montado o quarto da criança. Sara e ele ainda não haviam conversado sobre casamento ou morar juntos, mas essa não era a sua prioridade. Naquele momento, tudo o que queria era a recuperação completa do filho e que ficassem o mais próximos possível.

O quarto da criança era pintado de verde e tinha um berço em uma das paredes laterais e um armário na outra. Benício havia presenteado com um móbile de canários, o qual Sara achou extremamente adorável. O homem ficou com eles até a noite, quando precisou ir embora.

— Beto, onde a Ágata está? – Ela perguntou, depois de colocar o filho no berço e ir para a sala. — Há dias não a vejo. E ela não apareceu até agora. Desculpe a intromissão, mas aconteceu alguma coisa?