- Capitulo uno -

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Minhas pernas, já cansadas de tanto correr por aquele pequeno deserto, não muito longe do hotel onde eu, Macarena Ferreiro e Zulema estávamos.

Já se passavam dias que estávamos nos escondendo, mas já era tarde demais. Os mexicanos, ao mandado de Ramalla havia nos achado, e não tinhamos para onde correr. Nós parecíamos tão valentes,uma dupla mulheres armadas até os dentes, apenas esperando para poder atacar, mas quando finalmente teríamos o gosto de descarregar nossas armas na cara daqueles filhos da puta, não conseguimos, e porque? Simplesmente pelo fato de estarmos cansadas de nós mesmas, eu e zulema nunca nos demos bem, e de última hora resolvemos ter uma pequena conversa de como poderíamos viver em paz. Oque acabou em, zulema com suas mãos em meu pescoço, ela facilmente me mataria ali, mas algo a fez pensar, e eu sinceramente não faço ideia do que foi.

Só sabíamos que estávamos fodidas, não tinhamos para onde correr, parecíamos animais indefesos a procura de qualquer buraco para fugir dos leões famintos. E a época de caça havia começado.

- matarlos a todas!

Era tudo que conseguíamos ouvir, antes que começassem a atirar para todos os lados. Tinhamos alvos em nossas costas, e aqueles homens estavam prontos para acertar-los a qualquer custo.

Zulema, mesmo sendo uma completa filha da puta, sem empatia nenhuma, ela era fria, calculista, e sempre conseguia oque queria, mesmo se para isso precisasse manchar suas mãos de sangue. Mas nesses anos que passamos fora da prisão, vi um lado dela que eu não conhecia, e imagino que nem ela mesma saberia o identificar.

Não estavam nos nossos planos nos apegarmos tanto, vivíamos em pé de guerra, mas também tinhamos momentos em que ambas precisavam de alguém, e só tínhamos uma a outra, ou seja, não havia opções a não ser ficarmos juntas.

Até hoje não entendo oque o destino quis fazer, Zulema me fez tão mal, ela acabou com minha vida, mas no fim, estamos juntas, praticando oque eu jurava nunca fazer. Roubos.

Aquela noite no trailer, havia sido mágica, talvez por nós duas estarmos um pouco alteradas, mas mesmo assim, zulema me deu um presente, oque é estranho, Zulema nunca dava presentes, e nem os recebia. A única vez que vi ela receber algo, foi em Cruz del Sur, era uma grande caixa, e dentro havia uma mão direita.

Mas agora, nesse momento me encontrava em um filme, onde os bandidos morriam peneirados por outros bandidos. Um clássico mexicano eu diria.

Me passava um flashback em minha mente, e imagino que com zulema não era diferente.  Estávamos ali, prontas para morrer, mas ainda podíamos lutar, e eu faria isso até o fim. Por mim, e pelo meu bebê.

- Corre loira! E não olhe para trás!

Aquilo me surpreendeu, vindo de Zulema, logo ela, que a minutos atrás estava pronta para me matar.

Ela dizia em seu tom autoritário, oque me deixava em uma corda bamba.

Eu tinha duas opções, fugir para o helicóptero como zulema havia me mandado e viver minha vida com meu filho, ou não deixar-la e lutar até o fim.

Sem muito tempo para decidir, eu opto por correr até o helicóptero, sem olhar para trás, apenas correr, como se não houvesse amanhã.

Mas não foi o que fiz...

Não entendi o porquê me senti na necessidade de ficar ao lado de Zulema e atirar como louca, era certo que iríamos morrer ali, mas eu não ligava, eu apenas não queria deixar-la. Ela fez tanta coisa por mim.

~ Não! Você vem comigo!

Sem raciocinar muito, digo parando e sacando uma das armas que haviam em minha cintura.

~ El Oásis 6° temporada~ Onde histórias criam vida. Descubra agora