- Capítulo veintiséis -

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**⚠️este capítulo pode causar gatilho em algumas pessoas. caso for preciso uma terapia após ele, a autora se responsabiliza ⚠️**

[...]

Aos poucos, Macarena adoece, se deixando cair lentamente sem nem pensar em nada, só oque a mulher ainda conseguia enxergar era a pistola largada sobre o chão a qual Zulema tinha em suas mãos á pouco tempo atrás, e sem pensar duas vezes a mesma se ergue ainda com dificuldade para conseguir pegar-la.

Com a arma em mãos, Macarena se levanta, sua visão permanecia embaçada, sua cabeça girava se igualando ao mesmo efeito que a consumia quando se drogava, mas a única diferença era que sua mente estava totalmente sóbria e a todo momento, lhe dizia oque precisava fazer.

Não bastou dois passos para que Macarena encontrasse Zulema, e estando frente a frente com a mulher, a loira ergue sua pistola mirando o objeto diretamente na cabeça da árabe que parecia já esperar pelo que viria.

Aos prantos, a loira pensa em desistir, pois sabia que não conseguiria fazer aquilo por mais que fosse preciso, mas algo a erguia novamente, talvez a sede acompanhada pelo imenso desejo de matar a mulher que pela segunda vez acabava com seu maior sonho, o de finalmente se tornar uma mãe.

- Você não precisa fazer isso. - A árabe dizia, ainda com poucas lágrimas rolando pelo seu rosto.

~ Eu não preciso? - A mesma ri em negação. - Eu confiei em você... E eu até pensei que finalmente estava dando tudo certo. Quão burra eu fui. - A loira limpa suas lágrimas logo voltando a segurar com firmeza a arma em suas mãos.

- E estava! Eu me arrependi no minuto seguinte, mas era tarde demais, eu... - A mesma da os ombros e respirando fundo, diz por fim. - Eu não podia deixar você partir. - Zulema diz, fazendo Macarena rir desacreditada do que acabava de ouvir.

~ Você é uma puta louca, tudo isso para me envolver nesse teu jogo não é? Francamente...

- Não! Macarena eu juro, eu me arrependi e você não faz ideia do quão difícil é para mim admitir isso.

~ Você não muda nunca... Ainda parece a mesma Zulema que eu encontrei no primeiro dia naquela prisão. Aquela mulher narcisista que só pensa na própria liberdade. - Macarena suspira. - Se eu tivesse caído na real antes eu nem teria-

- Não teria oque? Se apaixonado por mim? - Zulema questiona, se aproximando lentamente. - Me fala loira, era isso que ia dizer, não era?

~ Zulema para trás, por favor... - A mesma leva seu olhar ao nada, fechando seus olhos em seguida. Mesmo com as mãos trêmulas, Macarena permanece na mesma posição com a esperança de que conseguiria terminar oque começou.

- Eu mereço isso. Não quero que me perdoe, só quero que me ouça, e depois faça oque quer. - A árabe dizia se aproximando cada vez mais.

Com o receio de ceder novamente, Macarena move sua pistola em direção a um móvel qualquer naquela sala, disparando sem medo sobre o mesmo, demonstrando que faria sem pensar duas vezes oque desejava. Mas mesmo com isso, Zulema não se movia nem um passo para trás.

~ Você, é o meu câncer. - A loira diz entre lágrimas. - E enquanto estiver viva, não posso seguir com a minha vida. - Ela diz, em seguida passando seu dedo levemente sobre o ¹cão da pistola fazendo Zulema engolir seco.

- Então dispara. - A árabe diz, recebendo o olhar deploravél da loira,o qual infelizmente ainda mexia muito com seus sentimentos. - Não é oque quer? Pois bem, dispara! - A mesma bate em seu peito.

Neste momento, muitas lágrimas rolam pelo rosto de Macarena, a qual sabia que por mais que seu maior desejo no momento fosse matar-la, não conseguiria fazer isso, não conseguiria carregar seu último olhar de piedade, sabendo que não o veria nunca mais.

- Dispara! - Zulema diz elevando sua voz, se aproximando cada vez mais. Dispara... - Ela diz baixo, segurando o cano daquela arma, mirando em si mesma. A loira se derrama, e fechando seus olhos amolece seu corpo desistindo da ideia, aceitando que não conseguiria fazer aquilo.

Ainda segurando o cano daquela arma, Zulema move a mesma para um lado qualquer longe de si. Macarena suspira, e Zulema a envolve em seus braços lentamente deixando-a chorar em seu ombro. A loira não expressa afetividade ao ato, só se deixa ser envolvida pela árabe sem nem ao menos contestar pois ali ela via que acabava de ser vencida pelos seus sentimentos.

~ Filha da puta... - A loira dizia baixo, mas ainda sim em um tom melancólico tomado pela raiva que ainda habitava dentro de seu coração. A mesma larga leves socos sobre o peito de Zulema, se deixando cair novamente perdendo suas forças.

Zulema não a soltava nem por um segundo, pois sabia que havia errado, talvez a loira nem a perdoaria dessa vez, mas ela tinha o total conhecimento disso e não esperava mais nada, só sabia que precisava estar ali naquele momento para acalmar-la, e dar lhe o suporte que ninguém a deu quando sua filha caiu daquele helicóptero á metros de distância da superfície.

Zulema não se arrisca dizer nada, apenas se deixa cair junto ao corpo da loira que sem forças, se lançava ao chão. Sobre seus joelhos, a árabe a abraça intensamente deixando a cabeça da loira repousar em seu peito, ainda conseguindo ouvir as batidas de seu coração pulsar freneticamente.

[...]









¹( o "cão" de uma pistola, serve para armar ou como dizem, "engatilhar" o objeto)

~ El Oásis 6° temporada~ Onde histórias criam vida. Descubra agora