- Capítulo veinticinco -

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- Macarena, eu vendi você.

Neste momento, a loira não conseguia raciocinar ou nem ao menos arquitetar algo em sua mente que servisse como motivo para oque acabava de ouvir de sua parceira. Tudo estava tão bem...

~ Você fez oque?... - Macarena a questiona, mesmo sabendo claramente cada palavra que a mulher havia dito.

- Eu sei e-eu me arrependi no minuto seguinte, mas eu não podia voltar atrás, não tinha mais oque fazer... - Zulema dizia tudo sem dificuldade, movendo sua cabeça em negação.

~ A troco de quê? - A loira dizia friamente com seus olhos brilhando pelas lágrimas não derramadas.

- Da minha vida. - A mesma suspira - Eu estava certa de que eles viriam e não descansariam até acabar com as nossas vidas. Eu precisava garantir que eu ficaria... Viva. - A mulher colocava sua mão sob sua nuca andando para longe da loira que permanecia em estado de choque com um misto de sentimentos.

Logo, um alto estrondo é ouvido de longe pelas mulheres, ambas olham para fora rapidamente esperando pelo pior, que de fato havia chegado.

- Você precisa sair daqui. - Zulema diz quase como um sussurro logo tratando de rapidamente puxar a loira pelo pulso.

~ Me larga! Você acha que eu vou confiar em você? Logo você... - A mesma ria com desgosto deixando suas lágrimas finalmente descerem.

- Escuta, se você quer descontar sua raiva em mim o momento definitivamente não é agora. Você precisa ir embora, por favor... - A mulher a olhava esperando por alguma reação da loira que apenas caminhava secando suas lágrimas; em seu rosto carregava ainda a descrença de tudo isso.

Macarena caminha em passos largos até a porta da frente, e pegando as chaves de seu carro, logo trata de abrir-la, não contando com a surpresa que a esperava do lado de fora.

- Onde você pensa que vai? - Um homem mirava sua arma diretamente ao rosto de Macarena, fazendo a mulher andar lentamente para trás.

~ Zulema, que porra tá acontecendo. - Macarena diz, permanecendo imóvel. E sem qualquer objeto para se defender, a mesma não tinha outra escolha a não ser se render.

- Olha, eu sinceramente achava que seria mais difícil. - Ramalla entrava pela porta dos fundos, caminhando lentamente como um rei em cerimônia.

- E eu sinceramente acho covardia dois marmanjo cercarem ela, ainda mais desarmada. - Zulema mirava suas duas armas em direção aos dois homens que estavam ali.

- Opa, espera aí. Você que nos deu ela, não foi? Me corrija se eu estiver errado, Alejandro. - Ramalla dizia com seu charuto no canto de sua boca.

- Isso mesmo chefe, ela nos deu a loirinha. - O homem ri.

Macarena fecha seus olhos respirando fundo.

~ Tudo bem, me levem. - A loira diz com suas mãos para o alto, em sinal de redenção.

- Quietinha aí loira, você não vai a lugar nenhum. - Zulema diz ainda esperando pelo momento certo para apertar o gatilho.

~ Cala a porra da sua boca antes que eu pegue essa arma e atire em VOCÊ. - A loira grita, e Zulema suspira.

- Olha aqui, eu sei que eu errei mas-

~ É sério que você ainda está tentando se explicar?!

- Eu realmente não queria interromper essa discussão de casal, mas... - Ramalla diz, fazendo sinais para que seu parceiro abaixe sua arma. - Por mais que eu queira, eu não vou matar você. - O mesmo diz, recebendo o olhar confuso das mulheres.

Após ouvir-lo, Alejandro abaixa sua arma, mas mesmo assim cuida para que Macarena não fuja dali. Caminhando em frente às mulheres, Ramalla prossegue.

- Quando eu perdi minha filha...

- Ah que porra... - Zulema bufa revirando seus olhos, tratando de abaixar suas armas pois sabia que aquela noite seria longa.

- Continuando!... Eu estava louco por vingança, sedento, era oque eu mais queria. Mas depois eu vi que, um filho nos deixa uma marca imensa a qual não é apagada facilmente, e perder um filho, é péssimo... não é Macarena? - O mesmo diz, atraindo o olhar confuso da loira.

~ De que porra você tá falando? - A mesma franzi a testa intercalando olhares entre ele e Zulema, que por sua vez mordia seu lábio inferior como sinal de nervosismo.

- Oh, ela não te contou? - O mesmo leva seu olhar á Zulema. - Você não contou a ela? - Ele diz encarando a árabe.

~ Zulema... O que mais você não me contou? - Macarena a questiona.

- Já que Zahir ficou muda, deixa que eu conto a novidade.- o homem ri, ironicamente. -Você não está grávida, Macarena. - Ramalla diz, sem rodeios, fazendo Zulema sair dali em passos largos, indo até a área externa da casa. Se lançando sobre a grama úmida pelo sereno da noite, deitando sua cabeça entre seus joelhos e se perguntando o porque havia feito aquilo.

[...]

~ Nao... impossível! Ele está aqui, e-eu sinto ele! - A loira diz com a respiração desregulada.

- Gravidez psicológica. Você sente ele mesmo depois de... Como posso dizer?... Morto. - O homem diz, observando o surto da mulher em um mix de sentimentos, não sabendo mais no que acreditar.

Macarena caminhava em círculos pela sala. Apoiando seus cotovelos sob a bancada e passando suas mãos em seus cabelos a mulher deixa as muitas lágrimas rolarem pelo seu rosto, ainda não acreditando no que estava acontecido.

~ Não, não, não. - Ela dizia repetidamente.

- É eu sei... Foi um baque para mim também. - Ramalla diz, tragando seu charuto.

~ Como sabia disso? - Macarena leva seu olhar com dificuldade ao seu lado, esperando pela resposta do homem.

- Pelo que me lembro, você havia tomado um tiro direto no estômago e francamente não sei como você acreditou que o pirralho ainda estava aí dentro. - O mesmo cai na gargalhada.

~ Filho da puta! - Macarena agarra o mesmo pela gola da camiseta, logo sendo parada por Alejandro, se debatendo nos braços do mesmo.

- Por que está tão nervosa? A culpa não é minha se você recebeu um diagnóstico totalmente equivocado.

~ Não, isso não é verdade... - A loira diz entre lágrimas.

- Pergunte isso á Zulema, terão muito tempo para conversar. - O mesmo diz, e colocando seu chapéu em sua cabeça, caminha em direção á porta. - Venha Alejandro, nosso trabalho aqui está feito. - Ramalla diz antes de passar pela porta, indo embora.

Macarena se deixa cair lentamente até se ver no chão, tudo estava escuro, sua visão turva e seu coração á mil. A mesma mão conseguia pensar em nada, só oque fazia, era chorar desesperadamente largando socos sobre o carpete até perder totalmente sua força.

Do lado de fora, Zulema permanecia em seu caos interior, e ao ouvir o grito angustiante da loira, a árabe se derrama por completo, deixando cair as muitas lágrimas a qual segurava á horas.








**Aviso**

" este capítulo não foi passado por revisão, então se qualquer erro for visto me avisem "

~ El Oásis 6° temporada~ Onde histórias criam vida. Descubra agora