- Capítulo dieciocho -

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[...]

A esperança de ver-la mais uma vez em casa, talvez levando consigo as poucas coisas que tinha, era a única coisa que pairava sobre minha mente naquele momento.

Percorro aquele caminho o qual eu não imaginava ter decorado, para retornar o mais rápido que podia, talvez encontrar-la novamente fosse possível, mas para isso, eu teria que correr contra o tempo.

[...]

Estaciono o carro em frente á casa onde estávamos, sem nem me importar em realizar-lo da forma certa, apenas desço do automóvel correndo em direção á porta, a qual estava aberta.

Já dentro de casa, ando em passos largos em cada cômodo, chamando por seu nome, mas não a encontro.E como imaginei, já era tarde.

Nenhum sinal de Zulema naquele lugar, o caminho não havia sido tão longo, mas foi o suficiente para fazer-la conseguir desaparecer.

Eu havia deixado-a ir, sem ao menos lutar contra, e agora, me encontrava sentada sobre a beira da minha cama, pensando no quão rápido tudo aconteceu. Ainda sobre a cama, jogo meu corpo para trás na intenção de me deitar ali, mas acabo sentindo algo debaixo de mim.

Apoio meus cotovelos sobre o colchão, e levantando minha cabeça lentamente, vejo oque havia ali, e assim, tenho a certeza de que Zulema esteve aqui.

A fotografia que havíamos tirado no Polaroid que a mesma havia me dado de presente no natal, era a única coisa que havia ao lado do travesseiro.

Me sento ali, e observo por minutos aquela foto, e aquilo me trás um vazio no peito, lembrar daquele momento, lembrar de quando estávamos felizes, e o mais importante, juntas.

Pov Zulema

~ Cigana?

- Zulema, é você?

~ Não, o presidente da Espanha.

- Porra, já viu que horas são?

~ Tô precisando conversar, dá pra descer?

- Aguenta aí, já desço.

~ Tá, e trás um maço.

- Porra.

Ligação off

Minutos depois...

- Tá bom, deixa eu ver se eu entendi, você simplesmente largou a loira no meio do nada e veio pra cá? - Saray questionava, se sentando em frente á árabe, que permanecia tragando seu cigarro.

~ Mais ou menos isso.

- E porque?

~ Eu não sei porra, tudo está tão confuso.

- Tudo oque? Seja mais clara, assim fica difícil te ajudar.

~ Não quero que me ajude, não preciso de uma psicóloga.

- Olha só, você não me acordou de madrugada, e me fez vir até aqui para dizer que está "confusa". Vamos lá, abra o jogo zulema. - Dizia Saray, enfatizando as áspas.

~ Tá, tá. - Diz a mesma, bufando. - Eu e Macarena não brigávamos mais, não sei, acho que estávamos começando a nos entender, e... Porra, me passa essa garrafa. - Digo, pegando a garrafa de bebida da mão da cigana.

- E?... - Dizia Saray mais uma vez, já farta de tantas voltas Zulema dava antes de lhe dizer o real motivo de sua ida.

~ Acontece que, eu não sinto mais vontade de matar-la, e acordar ao seu lado todos os dias já havia deixado de ser um problema para mim, e eu só... Queria proteger-la. - Digo, atraindo o olhar surpreso de Saray. - Fala alguma coisa, porra. - Digo após um longo tempo em silêncio.

- Eu sabia, estava na cara, sempre soube! - Diz Saray segurando o riso.

~ Oque?

- Que você é sapatão. Está apaixonada zulema! - Diz Saray, logo caindo na gargalhada ao ver a cara confusa da árabe.

~ Que? Não fode Saray! - Digo, jogando um objeto qualquer na mesma, que permanece rindo da situação.

Logo, um barulho é escutado vindo da cozinha, e ambas se viram assustadas, e não demora muito para que Mala apareça.

- Oque Zulema faz aqui tão tarde? - Ela perguntava se aproximando das poltronas onde as duas mulheres estavam.

- Zulema veio me pedir concelhos amorosos. - Saray diz rindo, fazendo Zulema bufar, e Mala se interessar mais pelo assunto.

- Zulema, apaixonada? - Mala questiona.

~ Puta merda...

- Pois é, quem te viu quem te vê, em zuleminha. - Diz a cigana, fazendo Zulema praguejar.

~ Eu vou indo nessa. - Digo, logo dando um último trago em meu cigarro.

- Pra onde? Agora que saiu de casa, não tem onde ficar. - Saray diz.

~ Um quarto de hotel talvez. - Digo dando os ombros.

- Eu te levo, conheço um, não muito longe daqui.

E então, acabo aceitando sua carona, já que afinal, eu não teria escolha.

E assim Saray me levou ao hotel menos conhecido da cidade, poderia facilmente dizer que ninguém se hospedava ali á um bom tempo, uma verdadeira espelunca.

O caminho durou no máximo 20 minutos, e nesse tempo, mesmo sem querer, só oque eu conseguia pensar, era em como Macarena estaria agora.

- Bem, está entregue. - Saray diz após estacionar o carro em frente á uma grande construção, com poucas luzes acesas.

~ Se não fosse por você, eu estaria até agora caçando um buraco qualquer para me enfiar. Agradeço. - Digo, sorrindo fraco.

- Zule, acho que você devia falar com a loira, sumir não é a melhor opção, e você sabe disso.

~ Eu já tomei minha decisão. - Digo, e lançando um último olhar á Saray, saio daquele carro apenas ouvindo um suspiro vindo da mesma.

- Ei, sua filha da puta, se cuida. Qualquer coisa me ligue. - Ouso a voz de Saray, e apenas oque faço, é soltar um sorriso em sua direção, agradecendo á ela.

Após ver seu carro partindo, ando em passos largos até a entrada daquele hotel, o qual de fato, não parecia ser nada movimentado.

Agora eu precisava permanecer firme, não poderia me deixar levar por alguém, muito menos por Macarena, mesmo eu sentindo um aperto no coração ao ter que me lembrar de seu semblante me vendo partir, uma imagem a qual não sai de minha mente, e não sairá nem tão cedo.

Pov Macarena

Após um banho quente e demorado, me via agora, deitada sobre minha cama, e a fotografia que antes estava sobre o travesseiro, agora se encontrava em meu peito, sendo coberta pelas minhas mãos.

Não deixo de pensar por nem um segundo no que zulema falaria se estivesse aqui agora, talvez me mandaria inúmeras vezes apagar a luz, ou talvez reclamaria dos longos minutos que demorei no banho. Coisas que me faziam sorrir, ver-la zangada era meu passatempo preferido, e até das brigas banais eu sentia falta.

Mas agora tudo mudou em um piscar de tempo, e eu precisava me adaptar, mesmo sem querer, talvez fosse o melhor a se fazer, de fato.

Após longas horas, acabo pegando no sono ali, sem nem perceber, talvez pelo alto nível de cansaço que meu corpo carregava.









Autora On

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Eu havia feito um cronograma para as postagens dos capítulos, mas falhei no primeiro dia 👁️👄👁️, perdão por isso.

Até o próximo capítulo (farei o máximo para sair logo)









~ El Oásis 6° temporada~ Onde histórias criam vida. Descubra agora