- Capítulo nueve -

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[...]

~ Porra... - digo ao ser carregada por Zulema, que não deixava de dizer nem por um minuto o tanto que eu havia sido filha da puta.

Sinto a mesma me colocando com rapidez no banco de trás, logo entrando no veiculo e pisando fundo para sairmos o mais rápido dali.

Ainda meio zonza, sinto minha cabeça doer intensamente, e assim vou perdendo os sentidos aos poucos.

Consigo ouvir claramente a voz da árabe, e para ser sincera, aquilo foi oque me fez despertar inúmeras vezes.

- Não dorme, o ferimento na cabeça pode ser grave, e eu não estou afim de te levar ao hospital. - Ela dizia com tanta firmeza, que parecia que estava conversando com alguém  totalmente sóbrio.

Sinto minha cabeça pulsar cada vez mais, e então resolvo abaixar-la para poder relaxar um pouco, mas é quando vejo como estava meu corpo.

Até então, eu não fazia ideia de como estava meu estado, mas logo me dou conta de que não tinha sido um simples ferimento quando não consigo ver minhas roupas, oque eu via era apenas sangue por toda parte.

Nesse momento, me sinto desesperada, aflita,e com medo de ter afetado meu filho, que era a única coisa que me importava agora.

~ Zulema... Me leva no hospital. - eu dizia ainda com dificuldade nas palavras.

Sem resposta nenhuma, apenas oque vejo é Zahir batendo fortemente no volante e gritando "merda" repetidas vezes.

Aos poucos vou desfalecendo, e assim perco meus sentidos por completo.

[...]

Abro lentamente meus olhos, minha respiração estava ofegante, mas meu corpo não doía tanto como á minutos atrás.

Eu me encontrava apenas de sutiã, deitada sob uma cama grande, e estava aparentemente em um quarto.

Não me recordo de como vim parar aqui, e isso me deixa confusa com muitas coisas.

Resolvo me levantar para olhar á minha volta, e entender onde estava, mas assim que tento, sinto uma dor imensa no meu abdômen, minha cabeça também doía, mas esse não era o maior dos problemas.

Desisto de tentar levantar dali, e apenas opto por olhar para mim mesma, e me surpreendo ao ver que minha cintura estava totalmente enfaixada.

Tudo oque eu queria agora, era saber sobre meu filho, se estava bem, se algo tinha acontecido á ele... Mas como me encontrava sozinha, isso era quase impossível.

Logo ouso a porta abrir, e vejo Zulema entrando no quarto, parecia surpresa ao me ver acordada.

- Achei que não acordaria mais. - Ela dizia se aproximando, puxando uma cadeira para se sentar ao meu lado.

~ Como assim? - Eu dizia, não me recordando de muita coisa.

- É que você tá apagada faz horas, não imaginei que a veria sóbria novamente. - Ela dizia pegando algo de seus bolsos.

~ Quem fez isso em mim? - Eu digo me referindo ao curativo que estava em meu ferimento.

- Eu mesma. - Ela diz dando os ombros.

- Bom, vamos trocar isso aí. - Ela dizia soltando as faixas cuidadosamente para que não me machucasse mais ainda.

Eu pensava que, depois do que fiz, ela me deixaria lá para morrer e fugiria. Bom, a zulema do passado teria feito isso sem sombra de dúvidas.
Mas pelo contrário, ela se arriscou e me tirou dali, me trazendo até aqui e cuidando de meus ferimentos .

Observo com atenção cada movimento que a mais velha realizava, e ao terminar de tirar aquela faixa por completo, consigo ver o quão grave aquilo estava.

~ Porra. - Eu digo ao sentir um frio na barriga, já preparada para a dor que viria depois.

- Não reclame, tudo isso foi culpa sua. - Ela dizia olhando para mim, me fazendo questionar o porque tinha feito aquilo.

~ Eu precisava... - Eu dizia, logo me virando para o outro lado para evitar contato visual com Zahir.

- Não, você só fodeu com o plano, mais uma vez para variar! - Ela dizia e bufava logo em seguida.

~ Não tenho culpa se tenho empatia, e que pelo visto você não tem.

- Empatia? Por Dios macarena, você já matou, roubou, e enganou, não fode!

~ Isso estava no passado, agora é tudo diferente! - Eu dizia, e logo sinto seus dedos em meu queixo, virando meu rosto para si, me fazendo encarar-la mesmo sem querer.

Logo me vejo diante seus olhos, que mais uma vez, eram enigmáticos, sabia que zulema queria me dizer algo com aquilo, só não sabia oque...

- Da próxima vez que quiser ser solidária, que seja, só não fode meu plano mais uma vez, se não eu mesma te mato,fui clara?  - Ela dizia, e mesmo depois de ter terminado sua ameaça, ainda continuava com seus dedos em meu queixo e seus olhos fixos em mim.

Ainda com dificuldade, levanto meu tronco, e com meus cotovelos apoiados sob a cama, encaro seu rosto, logo dizendo.

~ Eu não tenho medo de você Zulema. - Digo, logo percebendo seu semblante, que não era o mesmo de antes.

Vejo a árabe apertar os olhos e mover o maxilar, logo soltando um sorriso sarcástico, e dando dois tapinhas em meu queixo, logo se afasta de mim, voltando sua atenção á oque realmente interessava agora.

Sinto um líquido gelado invadir o local do ferimento, me fazendo suspirar, segurando a dor, que dessa vez, era muita.

Eu não fazia ideia do que havia afetado aquela bala, não sabia se ainda estava dentro de mim, mas só sabia que Zahir não iria conseguir dominar a situação, nunca a vi cuidar nem de seus próprios ferimentos, imagine os meus.

~ Por que não me leva á um hospital? - Eu dizia observando cada movimento que suas mãos produziam.

- Ah tudo bem, e depois talvez possamos ir até a delegacia para denunciar os bandidos que estavam atrás de nós por conta do crime que cometemos! - Ela dizia tudo em seu tom de irônia, me fazendo bufar mais uma vez.

~ Você mal sabe oque está fazendo Zulema. - Eu digo, e logo sou invadida por uma dor insuportável que me fez contorcer  ao sentir tocar-la o buraco da bala com um instrumento cirúrgico.

- Porra e oque quer que eu faça? Você que se meteu nessa, agora aguente as consequências. 

Ela dizia, e logo larga tudo, colocando novamente a faixa que estava de início cobrindo o machucado.

- Aguenta mais, que logo chega um médico pra você. - Ela diz, se levantando e indo até a porta. - Descansa.

Ouso a porta se fechar, e resolvo fazer oque a mesma havia mandado. E  descanso um pouco minha mente, que estava á milhão, por tudo que estava acontecendo, em pouco tempo...



Autora On

Resolvi soltar esse capítulo hoje, para que vocês não ficassem preocupadx com a Maca.

Se estiverem gostando, comentem, gosto muito de ler seus comentários :)


~ El Oásis 6° temporada~ Onde histórias criam vida. Descubra agora