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De terno e gravata, mais lindo do que é possível, lá estava Cole, dentro do meu quarto. A sua volta mais e mais flores. Na minha cama uma infinidade de presentes.

— Parabéns, meu amor! - Meus olhos se enchem de lágrimas. Ele tira de dentro do terno uma caixinha preta quando eu não tenho nenhuma outra reação se não o choro. Arregalo meus olhos imaginando o significado daquilo. Ele ri.

— Relaxa, não é uma aliança de noivado. Ainda. - Ele abre a caixinha. — Mas é um anel. - Um anel em forma de coroa surge a minha vista. Uma lágrima cai. — Para minha princesa.

Ele vem até mim, coloca o anel no meu dedo e me beija. Ainda estou chorando e rindo, não sei qual dos dois ao certo, mesmo com a boca dele na minha. Ele sorri.

Minhas colegas de apartamento entram durante nosso beijo e me parabenizam, uma a uma. Vanessa, mais desconfiada e preocupada do que nunca, me abraça, me beija e me aconselha a tomar cuidado.

Entendo a sua preocupação. Eu estou tremendo de medo por dentro, porque não sei o que tudo isso significa para Cols. Mas, para mim, tenho medo de me deixar levar novamente e sofrer.

— Vou te levar para um restaurante e depois- Cold começa a dizer seus planos para noite.

— Nada disso. Hoje nós vamos sair, AS AMIGAS. - Van o interrompe.

Ele me olha, em súplica.

— Então eu vou junto. Eu não posso ficar longe dela em nenhum momento. Não hoje.

— Vamos ver se o bom moço consegue nos acompanhar. - Ela fala, pisca pra mim e sai rebolando. A competição entre os dois é nítida, eu só não entendo o motivo.

Mas é meu aniversário, e ,como dizia um pensador contemporâneo: Avisa a Ludmilla que é hoje!

Me visto no melhor estilo princesinha sexy. Uso um dos vestidos que ganhei hoje de Cole, um godê preto com decote em v. Ele tem um ótimo gosto, confesso.

Na balada Cole não sai de perto de mim, está mais protetor do que nunca. Estou dançando com minhas amigas e, pelo canto do olho, noto que uma garota se aproxima dele.

Eu não sabia que a Sarah tinha sido convidada.

A realidade me atinge de imediato. Eles moram juntos, dormem juntos, estão juntos. Eu sabia disso o tempo todo, mas preferi ignorar os fatos. Só que não fava para fazer mais isso. Estava doendo vê-los juntos.

Para não perder a noite, vou ao bar e peço meu drink favorito. Eu só queria parar de pensar que o amor da minha vida estava ali com o amor de sua vida. Então viro de uma vez o primeiro e já peço outro.

— Precisa de todo este álcool? - Cole protetor se aproxima. Reviro os olhos.

— Precisa ser tão chato? - Ele se surpreende com a minha reação. Mas já não ligo. A preocupação dele deve ser a Sarah, não eu.

— Acho que já deu por hoje. Vem, - Ele segura meu braço. — Vou te levar pra casa.

Me solto de seu aperto e pego meu drink.

— Eu só estou começando. - Sorrio e o deixo.

Estou dançando durante um bom tempo, já bebi uma quantidade considerável de drinks, mas ainda não entendi como meu copo nunca está vazio.

E, é óbvio que o senhor certinho está de olho. Sua namoradinha a seu lado, sempre falando algo em seu ouvido, e ele concordando. Mas não consigo sentir nada, não mais. O álcool anestesiou tudo.

No meio de uma música, sinto mãos segurarem minha cintura, por trás. Me deixo levar pelo ritmo, mesmo sem saber quem é. Uma boca desce até meu pescoço e beija ali. Parece que sou uma mera espectadora de tudo agora. Não consigo controlar nada. O álcool já me levou a outro nível: o foda-se.

Então, o rapaz me vira, e, uau, Hart está mais lindo do que eu me lembrava. Da última vez que nos vimos, eu havia terminado tudo. Mas isso não parece tão real agora que ele desce até minha boca e nos beijamos.

Claro que não por muito tempo. Porque logo sou levantada no ombro de alguém. Não consigo protestar, não consigo fazer nada além de ser levada por Cole. Ele lança um olhar furioso ao Hart, que não contesta. Fala algo pra Van, que concorda com ele.

Oi? Eu devo estar muito bêbada.

Cole me coloca no banco de trás de seu carro. Sarah entra no banco da frente com ele a seu lado. Estou muito tonta e sem entender nada.

— Ah não Col, não quero passar a noite cuidando de uma bêbada.

Então, sim, de propósito, com toda vontade que eu consegui reunir, vomitei todo líquido ingerido esta noite na Sah.

— Aí meu Deus, que nojo! - Ela grita. E claro que eu começo a rir, independente da dor terrível que lateja na minha cabeça. Cole revira os olhos.

— É melhor você ir se limpar, Sah. Toma. - Entrega a ela algum dinheiro. — Volta de táxi, vou levar a Lili para casa.

— Mas Colezinho, eu quero voltar com você.

— Sarah, - Ele respira fundo. — Eu te pedi para não vir. Você veio sozinha e porque quis. Eu vim com a Lili, vou levá-la para casa. - Ele está impaciente.

— Que casa? Não a nossa, né?!

— Minha casa, Lili. Por favor, vai se limpar.

— Ela vai me pagar. - Cole revira os olhos, enquanto ela bate a porta do carro, bufando de raiva.

Não sabia que o Cole tratava tão mal a Sarah. O movimento do carro me dá sonolência e cedo sem demora.

Acordo como na outra noite, na cama do Cole. Ele está dormindo ao me lado, porém, não me toca. Faço o que sei fazer de melhor, saio de fininho.

— Já vai tão cedo? - Sarah está como um zumbi na sala. Às 6h da manhã?!

— Tenho que te prestar contas dos meus horários?

— Você está se achando, né? Só que sabe quem você é? - Levanto uma sobrancelha, e ela vem em minha direção. Ameaçadora. — Você é só a outra. É comigo que ele dorme, é comigo que ele acorda. Você pode ter sido a primeira, mas eu fui a segunda, terceira... e serei a última. - Meus olhos estão marejados. Cometi o pior erro, demonstrei fraqueza na frente do inimigo. — Ah, Lilizinha. Eu tenho pena de você. Este Col é tão malvado. Foi lá te iludir de novo?! Ele fez outra surpresa? Deixa eu adivinhar: Flores? - Ela dá uma gargalhada maquiavélica. — E eu tenho certeza de que você, inocente desse jeito, acreditou. Pobre Reinhart!

Enxugo as lágrimas que deixei cair.

Enxugo as lágrimas que deixei cair.

— Pobre Lili? Ah Sah, sabe, tenho certeza que você ficou ensaiando este discurso enquanto o seu namorado dormia comigo. E você estava aonde? Ah é, aqui sozinha. - Ela fica vermelha e parece querer me dizimar com seu olhar. — Ontem ele estava onde? Na minha cama! Onde ele estava hoje? Comprando coisas para mim, me preparando uma surpresa. Você pode ser alguma coisa dele hoje e para o futuro, mas sempre vai se lembrar de que foi uma segunda opção, de que quando ele me tinha, ele não te queria. - Ela levanta uma mão para tentar me bater. Eu seguro no ar. Cena de novela mexicana. Drama, eu sei! — Você não é capaz de segurar um homem, jamais será capaz de bater em uma mulher. - Ela abaixa a mão. — Você precisa de amor próprio em primeiro lugar. E eu também. Chega de você e chega dele!

Saio e deixo a namorada do amor da minha vida chorando de raiva. E, quando chego ao meu apartamento, meu choro é de perda.

Chega de atrapalhar o casal.

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Oi gente,

Um capítulo meio novela da tarde do SBT. O que acharam?

ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora