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Seu sorriso se alargou ainda mais. Isto misturado ao brilho intenso de seu olhar, Cole nunca esteve tão lindo. E eu me sinto a mulher maravilha por causar isto nele.

— Você está falando sério?! - Ele me analisa.

— Completamente. - Sorrio. — Mas... - Seu sorriso diminui. — Ah, qual é?! Deixa eu explicar as regras.

— Se você não cortar os beijos, os amassos e o sexo. - Dou um tapa em seu braço.

— Você só pensa nisso. - Ele se finge de ofendido. — Presta atenção. Regras. Ok? - Ele anui. — Nada na frente de seus pais e nem dos meus. Nenhuma demonstração na frente deles e, se achar algo ruim, não precisa fazer. Não quero repetir os erros passados.

— Eu concordo.

— Na amizade. - Finalizo

— Melhor que nada, né?

— Eu também acho. - Sorrio para ele.

— Eu tenho uma pergunta. - Ele levanta a mão, como em uma escola.

— Diga.

— Isto tudo é uma desculpa para me beijar? - Ele segura o riso e eu sorrio mais ainda. — Porque você sabe que não precisa disso, certo?

— Se você pensa isto, está muitíssimo enganado. - Levanto uma sobrancelha, em desafio.

— Eu escolho desafio, sempre desafio. - Coitado!

Me afasto dele com um sorriso enorme.

— Te Desafio a buscar um donnut enorme de pistache com castanha do Pará. Um milkshake de amora com chocolate. E um hambúrguer triplo de frango com palmito.

— Que fome é essa, mulher? Onde eu vou arrumar isso?

— Se vira. Rápido, antes que seu filho nasça com cara de pistache.

Coloco ele para fora do quarto e vou tomar um banho. Meus desafios estão apenas começando. Tento não pensar aonde esta brincadeira vai nos levar. Porque, aqui, com Cole, me sinto segura, sinto como se o tempo não tivesse passado e nada de ruim que aconteceu, realmente aconteceu.

Por mais que, no início, eu não quisesse me envolver, sei o quanto Cole é maravilhoso comigo e tê-lo em minha vida é mais do que eu posso desejar. Funcionamos muito bem juntos, como amigos. E é só até aí que quero ir.

Duas horas depois Cole entra com uma cara de cansaço, duas sacolas e uma caixa com um copo. Seguro o riso.

— Sua entrega, senhorita. - Ele abre um sorriso. E eu como tudo. — Verdade ou Desafio, mocinha?

— Você merece que seja desafio. - Falo com a boca cheia.

— No ensino médio procuramos lugares para nos beijar. Mas isso foi brincadeira de criança. - Arregalo os olhos porque sei o que vem por aí. — Agora o desafio é achar o lugar mais... inusitado e perigoso para... — Ele levanta uma sobrancelha em sugestão. Estou apavorada.

— Eu estou grávida. Acho que vai ser complicado. Estamos na casa dos seus pais. - Ele parece se divertir diante do meu pavor.

— Ah, meu bem. Aí é que está a graça.

— Prepare-se, Cole. - Sorrio, pois vou fazer ele se arrepender.

— Eu vou mesmo. - Ele me agarra e me beija.

Ele sai para resolver mais algumas coisas da nossa viagem. Fico pensando como... melhor, onde vou executar meu desafio.

Após algum tempo, vejo, pela janela, que o Cole chegou, acompanhado de seu pai. Desço correndo para tentar cumprir meu desafio. Entro no armário de casacos e aguardo. O universo está a meu favor, porque ouço quando Cole pega o casaco de seu pai e diz que vai colocar no armário, o encontrando em seguida no escritório.

Ali, naquele micro espaço, pego Cole, completamente desprevenido e cumpro meu desafio.

— Você é louca, sério! Meu pai está me esperando já tem um tempo. - Ele fala, enquanto se veste. Estou morrendo de rir.

— Não demorou tanto tempo assim. E agora é sua vez. Verdade ou Desafio?

Basicamente, nesta semana, meus desafios envolviam comida e os do Col sexo. E cada dia ficava mais difícil e... melhor.

Finalmente, chega o dia do meu chá. Estão presentes alguns amigos dos nossos pais e irmãos, alguns parentes próximos, minhas amigas da escola, os amigos do Cole, e Drew. Para o último Col não demonstrou grande felicidade. Estou vestida de azul e ele de rosa, acreditem.

Chega a hora de descobrir o sexo do bebê. Mamãe pega o microfone, junto com a Melanie:

— Agradecemos a presença de todos. Estamos muito felizes pela chegada de mais um membro que, agora, une essas duas famílias. E, como prometido, hoje é dia de descobrirem o sexo do nosso novo bebê. - Mamãe inicia.

— Só que, para vocês descobrirem, há algumas coisas que terão que fazer. - Ela sorri. — Já fizemos uma votação e a maioria acha que é uma menina. Será que estão certos?

— SIIIIM - Grita um papai empolgado. Sorrio para o meu melhor amigo.

— E o que você acha mamãe?

— Eu acho que é menino. - Sorrio para ele, quem vai ganhar essa? Há uma aposta secreta entre nós dois.

— Continuando, existe uma cartinha escondida, escrita em nome do bebê. Vocês terão que encontrar seguindo pistas. A primeira pista está com alguém, um amigo. Só que nenhum deles pode dizer quem é, vocês terão que descobrir quem é e fazê-lo dar a pista para vocês.

Cole  corre pra mesa dos seus amigos.

— Digam com quem está, se não quebro a cara de todos vocês. - Reviro os olhos. Todos começam a rir, porque sabem que Col está brincando. Mas todos os amigos dele apontam para Drew, que sorri satisfeito. Cole, no entanto, não fica muito feliz.

— Drew... Drew... - Vou até ele para evitar que meu amigo vá. — O que podemos fazer para receber a próxima pista?

— Você sabe, gatinha? - Cole fecha suas mãos, como se fosse dar um soco. — Mas o Col ali não vai gostar que a garota dele me faça biscoitos. - Ele ri. — Um beijinho no rosto paga.

Meu melhor amigo está puto, mas minha curiosidade é maior. Beijo a bochecha de Drew e recebo a pista. De pista a pista, chegamos em quem estava com a carta. O pai do Cole se levanta e vai até o filho. Com lágrimas nos olhos, lhe entrega o envelope.

Peço que Cole leia. Seus olhos brilham com as lágrimas. Ele olha para mim e então eu sei.

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ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora