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Pov's Lili.

E o filho da mãe continua lá. Cada dia, cada minuto, cada segundo. Ele sempre está lá. E, sempre, sempre, está olhando para mim. Me encarando como se não houvesse mais nenhum outro lugar para ele olhar.

Naquela mesma noite terminei o que quer que Hart achava que tínhamos e me afundei em outro porre. Eu não conseguia aguentar tudo aquilo sóbria.

Ao contrário dos outros dias, pela primeira vez, eu não consegui ir à aula. Van me substituiu. Mas, nos dias seguintes, apesar de sempre estar de ressaca, forcei meu corpo a cumprir suas responsabilidades. E o olhar do Cole estava em mim em cada minuto que passávamos "juntos".

Finalmente chega o dia em que os professores vão assumir seus postos e eu vou apenas ser uma aluna. Apesar de ainda ser presidente de turma, por votação unânime, minhas responsabilidades seriam bem menores.

Os professores de direito nos reúnem no auditório e todos dão as boas-vindas aos calouros.  Todos comemoramos juntos. Ao final de tudo, três mestres convocam a mim e ao Cole.

— Acredito que se conheçam, não só por Yale, mas porque frequentaram a mesma escola nos últimos anos. - Uma das professoras inicia. — Lili, caso não saiba, o Cole foi selecionado com você para o grupo de honra, apesar dele ter rejeitado.

Ele abaixa a cabeça diante do olhar de decepção da professora. E eu confirmo que já sabia.

— Pois então, queremos dar uma nova oportunidade ao senhor. Apesar da Vanessa ser uma excelente aluna, nossos planos iniciais sempre foram ter os dois trabalhando juntos para o desenvolvimento desta turma de formandos.

Estamos os dois olhando assustados a professora a nossa frente.

Como assim os dois trabalhando juntos?

— O que quero dizer é que estarão os dois à frente da turma nos próximos cinco anos. E que, obviamente, terão que fazer os trabalhos em dupla ou grupo juntos. E tomarão todas as decisões relativas a turma em concordância.

Ainda estou processando a informação, quando ele aperta a mão da senhora a minha frente e diz:

— Eu aceito. - Seu sorriso mais brilhante do que nunca. Ele olha pra mim, profissionalmente. Assinto com a cabeça e sei que não há como contestar. Está decidido.

A professora sai, nos deixando a sós. Depois de dias sem nos falarmos, olho pra Cole com o maior cinismo possível e digo:

— Parece que vamos ser amiguinhos no fim das contas. - Pisco para ele e saio.

Cada dia em sua presença tem sido uma grande tortura. Temos que nos sentar juntos e, ter que me concentrar sentindo seu perfume, não tem sido fácil. Na maioria das aulas apareço com uma ressaca monstra, e sei que ele sabe. Mas, quem se importa?!

Em um dia, duas semanas após o início do ano letivo, estou sentada com Cole discutindo um projeto proposto pelos professores:

— Acho que você pode resolver daqui. Preciso ir para casa. - Falo enquanto tento me levantar, em vão. Minha cabeça está explodindo, estou tonta, e, para piorar, não aguento mais o Cole agindo com tanto profissionalismo e me tratando com tanta indiferença.

— Está de ressaca de novo, Lili?

— Você não tem nada a ver com minha vida.

— Lil, vamos conversar. Você precisa de ajuda. - Estou meio atordoada com o rumo da conversa e então, ouço aquela voz tão familiar, para acabar meu dia com chave de ouro:

ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora