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Ele me colocou contra a parede. Desta vez literalmente. Pois ele anda em minha direção até que estou presa entre ele e ela. Separados apenas por um barrigão.

Fecho meus olhos, sei a resposta que tenho que dar. Ele enterra seu rosto na curva do meu pescoço. Delicadamente sobe suas mãos pelas minhas coxas, levantando e tirando minha camisola. Arfo com seu gesto.

— Seja minha! - Ele sussurra em minha boca, mas não me beija. Sei que está me provocando, mas não consigo pensar com clareza agora.

Tomo sua boca na minha em forma de resposta. Eu pensava que não havia muito o que se fazer quando sua barriga está daquele tamanho, mas Cole mostrou que eu estava enganada. Ali mesmo quebramos nosso "jejum". Até que perdi as forças das pernas e Cole me levou no colo até a cama para terminarmos o que começamos. Em seguida, eu dormi.

Não sei por quanto tempo permaneci deitada e dormindo. Mas acordei meio zonza. A gravidez tem me cansado muito e Cole terminou o trabalho ontem, me deixando exausta.

Quando acordo, ele não está ao meu lado. Espero por um tempo uma bandeja de cafe-da-manha, mas ela não chega. Acho que estou mau-acostumada.

Levanto para tomar um banho e, em seguida, me visto. Saio e procuro Cole. Encontro ele dobrando e arrumando algumas roupinhas da nossa filha.

Chego em silêncio, por trás dele, e tapo seus olhos.

— Só temos eu e você aqui, Lili!

— Ah, é. - Me afasto, me sentindo meio boba.

Ficamos em silêncio. Ele ainda de costas para mim.

— Quer falar sobre o nome?

— Quero. - Ele respira fundo. — Mas primeiro quero falar sobre nós.

— Achei que já estava resolvido.

Vejo quando cada músculo de suas costas tenciona. Ele abaixa a roupinha amarela que estava dobrando e se vira para me olhar. Franzo ambas as sobrancelhas e ele sorri.

— E como estamos resolvidos, Lili? - Seus olhos brilham.

— Me diz você, Cole. Da minha parte eu deixei bem claro na parede da sala, na cama. Mas se você não entendeu, posso explicar melhor.

Ele sorri e me beija. A partir de agora tudo vai se acertar, eu espero.

Voltamos para o quarto, onde o Col fez com que eu me sentisse sexy, mesmo com o barrigão, mais uma vez.

— Como vai ser daqui para frente? - Ele pergunta, enquanto se apoia nos cotovelos para me olhar. Ele está inseguro.

— Como você quer que seja? - Tenho um dejavú da primeira noite que fingimos ser namorados.

— Quero que voltemos a morar juntos. Eu, você e nossa filhinha.

— Então assim vai ser. - Sorrio. - Mas, com algumas regras.

— Quais? - Ele revira os olhos.

— Você tem que me fazer feliz todos os dias daqui para frente.

— Isso não vai ser problema. - Ele sorri e me beija. - Agora... para de me torturar e diga qual é o nome da minha filha.

— Que tal escolhermos juntos? - Imito sua voz grave, lembrando de quando nos reencontramos depois que descobri que estava grávida.

— Eu quero que se chame Maria, como a mãe.

Reviro os olhos.

— Cola, como o pai? - Sugiro.

— Não, esse nome é horrível Lili.

— Já discutimos tantas vezes, nunca vamos chegar a um acordo. - Já estou de saco cheio.

— Chegaremos, se você cooperar e dizer nomes que combinam com nosso bebê.

— Eu queria que você ajudasse na escolha. Mas você só está atrapalhando. - Faço biquinho. Não como o da Vanessa.

— Então vou parar de atrapalhar!

— Nem vem, vê se me ajuda. Já já ela nasce e aí eu quero só ver.

— Tudo está pronto, só falta a indecisa aqui escolher o nome.

— Vamos lá... - respiro fundo. — Gosto  de Charlotte.

— Maria Charlotte não dá, Lili. - Reviro os olhos e tento me levantar. Em vão.

— Chega, quando nascer a gente olha para cara dela e vê o que fazer.

— Esquentadinha, fica calma. Hoje a gente só sai daqui depois que decidirmos o nome.

— Estou muito satisfeita com minha ideia. No dia a gente vê, Col. Tô com fome.

— Só vai comer quando decidir. Quem sabe assim você pensa mais rápido. - Col me provoca e eu não gostei.

— Você vai vir para cá quando? - Tento mudar de assunto.

— Como assim?

— Você vai morar aqui, certo?

— Achei que vocês fossem morar lá, comigo.

— Está tudo pronto aqui, Col. É mais fácil você vir.

— Talvez minha família possa ficar naquele apartamento. A sua já tem onde ficar mesmo.

— Ótima ideia, gênio. Mas chega de enrolação. Quero nomes.

— Gosto de... Anny.

— Yasmin?

— Não, Anny.

— Anny não.

— Eu já não sei mais o que sugerir. - Respiro fundo e penso. — Gosto de Alice.

— Alice? No país das maravilhas?

— Sim. - Seus olhos brilham.

— Maria Alice?

— Hm... 🤔

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ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora