Pov's Cole
Quando eu vi aquela louca com uma faca apontada para minha mulher, eu fiquei apavorado. Então ela investiu contra seu braço e eu não pensei duas vezes. Joguei a arma para longe e imobilizei a bandida. Ela pediu que eu a soltasse, mas eu não tinha essa intenção.Gritei para os vizinhos, que agora adentravam meu apartamento, que chamassem a polícia. Não sei se para levarem Vanessa ou para que me impedissem de matá-la ali mesmo.
Mas uma mulher para ao lado da Lili e grita para chamarem uma ambulância. Meu pavor, na hora que a vi ali, com sangue banhando suas pernas, foi enorme. Ela, até então, absorta no medo e na cena, não notou. Mas, quando olhou para o foco dos meus olhos e percebeu que estava ensanguentada, perdeu a consciência nos braços da moça.
A cena foi tão rápida, mas, ao mesmo tempo, parecia que eu assistia em câmera lenta. Imediatamente sai do meu estupor.
Esqueci de Vanessa e de todo risco que ela nos fez correr, peguei minha mulher nos braços e corri com ela para o hospital. Fui sozinho, não deu tempo de chamar ninguém. Só precisava salvar as duas razões da minha vida.
Pelo caminho, passei tantos sinais vermelhos e quase nos matei incontáveis vezes. Fui irresponsável, mas não conseguia pensar direito. A todo momento gritava para uma Lili, totalmente inconsciente, acordar.
Tudo em vão.
Entrei pelas portas do hospital em total desespero. Gritei para todos que era uma emergência, eu não aguentaria perdê-las.
Enfermeiros e médicos, prontamente, levaram minha Lili. Só me perguntaram quanto tempo de gravidez e eu respondi que beirava os nove meses. Mas, ainda estava no oitavo. Homens não são tão atentos para essa contagem, eu não esperava ter que responder isso.
Levaram as duas e nenhuma notícia recebi. Liguei para meus pais e os pais dela. Não sei quanto tempo levou para que eles chegassem. O tempo parou para mim, ele não passava de forma alguma.
— Filho, o que houve?- Meu pai é o primeiro a chegar até mim. Logo nos alcançam o resto da família.
Assim que viu meu estado, até agora não percebido por mim, a mãe dela entrou em uma crise de choro. Só aí percebi a quantidade de sangue que pintava minhas roupas.
Expliquei cada detalhe do que houve e como chegamos até lá, sob a atenção total dos que me rodeavam. Depois chorei. Chorei porque não aguentava mais.
Os médicos não traziam notícias e o pavor crescia em nossos peitos a cada instante. Vi os pais dela se desesperarem, até sua mãe desmaiar de exaustão e ser levada por médicos para acompanhamento. Seu marido a seguiu.
Estávamos, agora, meus pais e eu. Eu andava de um lado para outro, não sabia se ainda existiam cabelos na minha cabeça de tanto que eu os puxava, demonstrando minha total frustração.
Recebo um telefonema. É da polícia. Pelo que eu entendi, nossos vizinhos não deixaram por menos e Vanessa foi presa. Eu precisava ir até a delegacia registrar queixa e prestar depoimento.
Deixei claro que não era o melhor momento, mas eles também explicaram que, sem aquilo, a Vanessa poderia ser liberta. Pedi que, se possível, viessem até o hospital. Pois, ali, eles também colheriam provas, além dos meus relatos.
Algum tempo depois os policiais aparecem e eu presto os esclarecimentos devidos. Sou informado que Vanessa ficará presa até julgamento.
Em pensar que "namorei" esse tipo de mulher.
Eles vão embora e nenhum médico se quer passou por aqui. De nada adianta eu levantar de tempos em tempos para importunar a recepcionista atras de respostas.
Em questão de minutos ou horas, eu não faço ideia, vejo que sai uma enfermeira.
— Pelo amor de Deus, eu preciso de uma notícia sobre minha namorada e minha filha. Qualquer uma. Elas entraram aí já faz uma eternidade.
— A moça grávida? - Anuo. — Os médicos virão conversar com o senhor.
— Pelo amor de Deus. Me diz algo, só uma coisa. Eu estou em desespero.
— Me perdoe, mas de nada adiantaria. Posso falar algo errado que aumentaria seu desespero. Aguarde mais uns instantes, os médicos logo aparecerão.
Quase parto para cima da enfermeira, se não fosse meu pai me segurando. Ela não tem culpa. Mas me passou algo tão ruim que só consigo pensar no pior.
Caio no chão e meu choro não é silencioso. A dor dentro de mim é tão gritante que não se contenta em sair só pelas lágrimas. Meus pais tentam me acalmar. Mas nem isso eu quero.
Eu sei que, se eu não sentir a dor, vou mergulhar num buraco sem fundo. Preciso sentir isso para me manter alerta pela minha mulher e meu bebê.
O tempo passa e minha mãe me entrega um chá gelado. Bebo num gole só para acalma-la. E percebo o quanto estou trêmulo. A mãe da Duda volta com seu marido. Assim que eu a vejo, tão parecida com minha Lili, corro até ela e a abraço, nossos choros e desespero se misturam.
Finalmente dois médicos aparecem. Eles estão suados e com uma aparência cansada. Eles sabem que somos a família de Lili e nem se dão o trabalho de fazer essa pergunta tão clichê.
Eles nos olham com aflição. Aquele terrorismo todo faz com que todo o ar dos meus pulmões saia.
— Tivemos que fazer uma cesariana de emergência. A senhorita Lili Reinhart perdeu muito sangue em uma situação de estresse. Por pouco não a perdemos na mesa de cirurgia. Mas ela está a salvo. - Respiro aliviado, por certo tempo.
— E a criança? - Minha mãe pergunta. E perco o ar, assim que o clima fica pesaroso.
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Será que a nossa bebê tá viva? 👉🏻👈🏻
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ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída)
RomanceMuito mais do que um jogo, verdade ou desafio será um estilo de vida. Em uma noite com as amigas, surge o desafio que mudará toda a vida de uma adolescente que sonha ter o melhor último ano escolar de todos. Um manual, verdades e desafios, amores e...