ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída)

31°

Ainda não tive coragem para me virar e encarar o homem bravo atrás de mim. A cena parece congelada e eu tento pensar no que fazer.

Olho para mamãe em súplica. A coitada não sabe se vai ou se fica. Mas decide sair. Acho que ela e papai já escolheram de que lado estão.

Péssima escolha, mamãe!

Não fiz questão de me virar ainda. Estamos apenas os dois na cozinha. E juro que, se pudesse sumir agora, é o que eu faria.

Não teve essa de me preparar para reencontra-lo. Apesar do tempo, me sinto mais despreparada agora do que quando descobri a gravidez.

— Seu cabelo está maior. - Ele tenta começar a conversa de um jeito estranho

Não reajo ainda. Nenhum músculo de meu corpo relaxou. Ouvir a voz dele fez cada célula do meu corpo se arrepiar, se é que isso é possível.

Não sei se pela voz do pai, pelo ritmo dos meus batimentos cardíacos ou pela falta de movimento do meu corpo, mas, pela primeira vez, sinto um movimento nítido do meu bebê. Levo a mão a minha barriga com o que eu acho ser um chutinho dele, uma lágrima desce pelo meu rosto
.
— Eu não sei por onde começar. - Cole diz, achando que a lágrima é por causa dele.

Eu me levanto, o bebê está se mexendo bastante. Olho nos olhos do pai do meu filho, pego suas mãos e posiciono em minha barriga. Por todas as razões do mundo, sei que ele precisa participar deste momento.

O primeiro sinal do nosso filho.

Os olhos dele se enchem de lágrimas, assim que nosso bebê mexe para o papai. É como um pequeno reconhecimento dos dois.

Cole se abaixa, levanta minha blusa e beija minha barriga. Então sussurra:

— O papai chegou. Eu não vou te deixar nunca mais, meu bebê.

Não consigo parar de chorar por estar vendo o quanto ele está amando nosso filho. Ele respira fundo, ainda abraçado a minha barriga. Apesar disso, não consigo abraça-lo de volta. Apenas deixo que ele receba a confirmação da notícia e curta os primeiros movimentos do filho.

— Vim te buscar, Lil. - Drew entra na cozinha e fica totalmente desconfortável por presenciar aquela cena tão íntima.

Cole levanta de supetão e o encara. O jogo de testosterona entre os dois começa.

— Como assim buscar a Lil? - Ele me olha. Abro a boca para responder, mas Drew é mais rápido.

— Ela está morando comigo. - Drew provoca.

— O quê? Meu bebê... - Ele não termina. Reviro os olhos por causa da desconfiança estúpida.

— É seu, babaca. Relaxa que não rola nada entre nós. Por enquanto. - Drew está todo engraçadinho. Cole não relaxa, no entanto.

— Obrigado pela hospitalidade. Eu assumo daqui.

— Chega disso, vocês dois. Drew, minha mãe me leva mais tarde, tudo bem? Eu vou terminar de conversar com o Cole. Acabamos de nos encontrar. - Drew assente.

— Levar você? Por quê? Para quê?

— Não surta, cara. - Drew ri, me dá um beijo na testa e sai.

— Responde, por que você vai voltar para casa dele?

— Desde quando eu te devo satisfações? - Me afasto dele.

— Desde que você carrega um filho meu.

— Seu babaca. - Saio e vou para o meu quarto.

Uma conversa aos gritos e estresse com Cole não vai chegar a lugar algum.