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Respira Lili Reinhart. E, simplesmente, fala a verdade.

Como se fosse fácil.

— Por quê você me beijou?

— Isto é uma reclamação?! - Mais uma vez tento fugir.

— Não. Mas você me deve uma explicação.

— Por quê? - Pergunto e ele revira os olhos.

— Explica, por favor. - Ele parece estar com muita raiva.

— Juro que te explico amanhã, mas vou perder meu ônibus se eu não for agora e- Eu estava tentando pensar em alguma desculpa. Não que eu deva, mas, é o mínimo depois de tudo.

— Vem. Eu te levo. Você terá tempo para me contar. - Ele não me dá opção. Segura minha mão e seguimos para o carro dele. Socorro!

— Do começo? - Pergunto enquanto entro no carro e ele assente. — Ok... hmmm... Então, há um dias estávamos conversando sobre os atletas que nunca ficam solteiros enquanto os nerds só focam nos estudos. E surgiu seu nome, porque, aparentemente, você não ficava com ninguém. — Ele revira os olhos, mas liga o carro e começa a dirigir. — No sábado, eu e as meninas jogamos verdade ou desafio. Elas me desafiaram a beijar você. — Ele está em silêncio. Mas respira fundo e seus ombros parecem mais relaxados. — Você está com muita raiva?

— Não muita. - Ele solta o ar. — As coisas se complicaram com a Sarah por causa dessa brincadeira de vocês.

— Você gosta dela?! - Não disfarço a surpresa na minha voz.

— Esta não é a questão, Lili. Você nunca conversou comigo em todos estes anos, não deveria ter vindo e me beijado do nada. Não é uma reclamação, mas eu gostaria de ter sido consultado.

— Eu deveria pedir permissão? - Questiono com as sobrancelhas levantadas. Ele sorri de lado e nega com a cabeça. — Eu agi sem pensar, ok?! Desculpa.

— Tudo bem, mas, já que você me roubou um beijo-

— Você retribuiu, nem vem... - O interrompo.

— Sou homem, lógico que eu retribui.

— É machista que fala?!

— Enfim,- Ele revira os olhos. — Preciso de um favor.

— Um favor meu?

— Preciso que finja ser minha namorada, só por uma noite. Amanhã terá um jantar da minha família. - Ouço com atenção. Eu sei que vai dar merda! — É aniversário da minha vó e juro que não aguento mais perguntas sobre namoradas. Meus pais vão me deixar em paz depois de te conhecerem. Você nunca mais vai precisar vê-los. É apenas pra eles pararem até que chegue minha aceitação na faculdade, depois disso, digo que terminamos por conflito de interesses. - O plano parece bom. E lá no fundo sinto que devo isso a ele.

— E a Sarah?

— Com ela é diferente! - Ele desvia o olhar.

— Diferente como? - Cole para em frente à minha casa. — Como sabia onde eu morava?

— Eu só sei. - Ele dá de ombros. — Olha, não vamos falar da Sarah. Você pode me ajudar? - Seus olhos de suplica não me deixam outra escolha.

— Claro que sim. Mas começa e termina amanhã. - Aviso.

— Não vai passar disto. - Ele sorri, satisfeito.

— Mas eu quero saber: Por quê eu e não a Sarah?

— A Sarah tem... sentimentos. Não posso envolvê-la em uma "mentira".

— Isto é porque ela está super afim de você e você não dá a mínima?!

— Não é isso. - Ele respira fundo. — Eu também sou a fim dela, mas não posso ter nada agora. Sei que ela gosta de mim tanto quanto parece e disse que vai me esperar.

— Uau, nunca pensei que ouviria essas palavras do nerd mais cobiçado da escola. Mas por quê não agora?

— Estou focado nos meus estudos no momento. Resumindo, apesar de saber que ela é a garota pra mim, tenho outras prioridades.

— Mais uma pergunta: Por quê eu e não outra garota?

— Porque você me deve. - Ele sorri de lado.

— Mais ou menos, né?! Mas tudo bem.

— Vou te explicar tudo, nada vai dar errado. Eu prometo.

— Se você diz. - Dou um beijo no rosto dele. — Até amanhã.

Saio do carro sabendo que eu me dei mal!

***

Eu já sei que me envolvi na maior enrascada. Beijei o garoto, arrumei encrenca com a garota que ele gosta e ainda vou ter que fingir ser a namorada dele por uma noite. Para quem queria um ano "diferenciado", este está saindo melhor que a encomenda. E o meu manual foi deixado de lado, mais uma vez, até a manhã de quarta.

Em casa, mais tarde, Cole manda mensagem pro meu WhatsApp:

Cole: O nome da minha mãe é Melanie e do meu pai é Matthew. Tenho uma irmã caçula de 2 anos, Jellybeen.

Lili: Bom saber.

Cole: Grava essas coisas pra amanhã. Você tem que saber desses detalhes.

Lili: Não se preocupa tá? Aliás, desculpa pelo beijo e pelo tapa na sua quase namorada a Sarah.

Cole: Você não deveria ter batido nela. Não faz mais isso, tudo bem?! Sobre o beijo: uau.

Lili: Você gosta mesmo dela, né?!

Cole: Você não sabe o quanto. Nunca falei sobre isso com ninguém.

Lili: Pode falar comigo, se quiser. Ela sabe?

Cole: Sim. Mas também sabe que não deixaria meus estudos assim. Tenho metas.

Lili : Por que não incluí-la nos seus objetivos?!

Cole: Não é tão simples quanto parece. E ela disse que esperaria. Tomara que seja assim, não sei se encontrarei alguém tão perfeita pra mim quanto ela.

Lili: Uau... Espero que ela te espere. Mas não seja tão radical, o tempo pode mudar muitas coisas.

Cole: Talvez, mas nunca vou esquecê-la. Mesmo que esteja com outra pessoa.

Lili: Ela tem sorte.

Cole: E você, Lili?!

Lili: Vish... Tenho que sair aqui. Amanhã a gente se fala. Beijo

Largo o celular e fujo da pergunta. Meu plano é secreto e, apesar dele ter contado seu "segredo" para mim, não estou pronta pra me abrir assim.

***

Vou pra escola. Sinceramente, meio desanimada. Não tenho nenhum plano pra botar em prática hoje, o que deixa meu dia monótono. Sorte que agora tenho amigas que logo animam meu dia.

A Sarah não me olha mais. Eu posso ter vacilado, mas não sou 100% culpada. E o Cole não falou ou olhou pra mim hoje também, apenas na saída, disfarçadamente, me disse que me buscaria às 18 horas.

A noite promete!

Já informei aos meus pais que vou sair pra um jantar com um amigo. Eles se olharam com cumplicidade e me disseram que também sairão durante a noite.

Pontualmente, às 18 horas, o Cole chega. Ele está encostado em seu carro, vestido com um terno, mas sem gravata, blusa gola preta e tênis preto cano alto. Estou vestindo uma saia salmão Mullet, cropped branco e salto branco, o cabelo solto em cachos e maquiagem bem iluminada. Cole me encara, boquiaberto.

— Tá bom, tem lenço no seu carro pra limpar essa baba toda?! - Falo, me achando, mas brincando. Sei que ele é apaixonado por umas das meninas mais lindas da escola.

— Eu teria que ter uma toalha. Lenço não ia adiantar. - Dou um tapa leve em seu braço.

— Seu bobo.

Vamos para o carro e prevejo uma noite divertida.

~~~*~~~

ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ ᴏᴜ ᴅᴇsᴀғɪᴏ?彡 ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora