Blood, Sweat & Tears;; pjm + jjk [correção]

Help

Em casa, Hara apenas seguiu para o banheiro, precisava de um banho para se livrar de todo aquele sangue. Antes de ir para a casa, a menina havia sido levada ao hospital, aparentemente, estava tudo bem com seu nariz, mas a pessoa que mais precisava de ajuda no momento era Jungkook. O moreno se culpava por tudo que acontecerá, e estava certo, a culpa era única e exclusivamente sua, assim que a filha se afastou do casal, Jungkook se sentou no sofá, seu olhar permanecia catatônico, ele se sentia a pior pessoa do mundo por ter deixado aquilo acontecer com Hara.

- Hey, tá tudo bem uh?

- Que?

- Tá tudo bem, a gente tá em casa Kook, relaxa uh? Estamos bem, estamos vivos, vamos superar isso juntos, como uma família.

- Jimin... Eu ferrei tudo de novo, eu quase perdi vocês, a Hara! Eu sou irresponsável, um péssimo pai, primeiro sumo por dez anos, volto e quase mato nossa menina.

- Põe uma coisa na sua cabeça, você não teve culpa da última parte, ele é doente. Hara precisa da gente, então toma um calmante e descansa tá? Você não tá legal, amanhã a gente dá um jeito em tudo, tá tarde e precisamos descansar.

- Você me perdoa? De verdade?

- Sim, agora sobe e vai descansar, ok?

- Tá bem, eu te amo Jimin.

O moreno deixou o cômodo, estava se sentindo culpado, mas acima de tudo estava cansado do dia que teve. Jimin caminhou até a cozinha e pegou uma garrafa de vinho e se sentou no chão da cozinha e começou a beber; estava triste e preocupado, sentia que muita coisa estava nas suas costas e ele não aguentava tudo sozinho.

- Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito.

- Tá lendo a Bíblia agora?

- Eu lia sim, acho que dá Bíblia só gosto dos pecados e do vinho.

- Você não tem idade pra beber.

- Mas já bebi, a questão é que você não pode beber todas as vezes que algo não vai bem — disse se aproximando do pai e se sentando a seu lado — Jungkook tá apagado, deu o que pra ele?

- Nada, acho que ele tomou algum calmante. Não tá sendo fácil, ele anda se culpando muito, eu não posso cuidar de vocês dois, eu não consigo.

- Pai, eu não sou mais uma criança, foi um imprevisto, você não é um pai ruim porque fui sequestrada, o Seo é doente, ele é o único culpado aqui.

- Eu podia ter ido te buscar mais cedo.

- E eu podia ter saído com o Ji-yoong, mas eu não quis, eu quis te esperar.

- Quem é esse?

- Um amigo, só amigo mesmo, ele tem uma namorada, ela é mais velha, segundo ele "as noonas são mais interessantes", eu acho ela normal.

- Gosta dele?

- Não mesmo, ele tem o hábito de comer com a boca aberta, é nojento. Somos apenas amigos e estou satisfeita com isso, mas o assunto é outro, você precisa descansar, parar de se cobrar tanto. Vai acabar infartando assim, tira um dia pra você.

- Eu vou pensar nisso, depois que o vinho acabar.

- Appa — disse abaixando a garrafa que o pai segurava — Não precisa disso, a gente dá um jeito, o jeito dos Park.

- Que jeito mais fudido.

- Nada é perfeito, eu vou subir e vou acreditar que você não vai beber tudo isso. Não me decepcione.

A menina se levantou e sorriu uma última vez para o pai, Hara subiu para o quarto e Jimin encarou a garrafa em sua mão, deu um longo gole e a guardou no armário, beberia o restante em outra ocasião.

• No dia seguinte •
Hospital de Busan
Quarto 709

- Senhor, o paciente tem uma visita.

- Visita? Esse marginal não tem que receber visitas, quem é?

- O pai da garota.

- Ah... Nesse caso, deixe o entrar, eu ficarei de olho.

Jungkook havia acordado cedo e ido até o hospital, precisava se livrar de Seo, de tudo que ele significou um dia. Precisava colocar um ponto final.

- Oi Hichan... Sou eu, você ferrou comigo, ferrou de verdade e eu nem sei como vou me recuperar. Mas eu mereci, mereço toda dor que causei, mas por que ela? Minha menina não te fez nada, eu não fui bom para muitos, meus pais me odeiam, meu melhor amigo não confia em mim, meu marido.... Sabe, eu espero que pague tudo que fez, você me machucou muito, me humilhou muito. Mas a Hara é minha melhor parte, é minha filha e por mais que eu odei muito você, eu espero que fique bem, você é uma pessoa horrível, e eu não te amo mais, nunca amei. Usamos um ao outro, mas isso acabou, porque eu não me odeio ao ponto de fingir que nada aconteceu, da próxima vez que chegar perto da minha família, eu mesmo te mato, e eu não vou fraquejar.

- Eu.. eu espero que ache seu diário antes da... da polícia, incesto é crime.

- Eu já achei, e ninguém vai tocar nele outra vez, você não vai mais me machucar, você é um homem morto.

Jungkook deixou a sala após encarar o homem, ele saiu do hospital o mais rápido que pode, se sentia livre, finalmente livre e aquela era a melhor sensação do mundo. O homem caminhou até a estação mais próxima e foi de metrô até a estação que o deixaria perto da orla, ao chegar, caminhou pela areia, sentindo o vento contra seu rosto, tendo cada vez mais certeza de que estava livre de tudo aquilo, de toda aquela culpa. Seu celular tocou e ele se sentou na areia para atender.

- Jungkook? Aonde você tá?

- Oi meu amor, eu tô bem, eu tô bem agora, eu tô na praia, tá um dia tão bonito, lembra quando a gente trouxe a Hara e ela ficou com medo do mar? Você entrou com ela no colo e ela não quis mais sair da água depois.

- Tem certeza que está bem? Quer que eu te busque? — Jimin tinha a voz preocupada, a mudança repentina lhe causava medo — Eu chego aí rapidinho.

- Não, me espera em casa, eu não vou a lugar nenhum, eu amo você.

O moreno encerrou a ligação, guardou o celular em seu bolso e caminhou até a água, deixando a mesma molhar seus pés, ali, suas boas memórias iam voltando aos poucos, ele sentia mais uma vez que a vida valia a pena ser vivida.