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Acordo com o despertador de André, o mesmo não tinha acordado ainda, então me levantei e fui até seu celular, o desliguei.

- Acorda - Chacoalhei ele.

- Hm -Resmunga.

- São 7h da manhã já - aviso e o mesmo se senta assustado.

Caminho até o banheiro e tomo um banho rápido, coloco um vestido bege com preto, por cima um casaco também preto, nos pés coloquei um tênis.

Não consegui falar com ninguém essa manhã, depois que acordei André, minha garganta se fechou, eu queria ficar quieta, queria não ter que ver os corpos sem vida de quem eu mais amava, e amaria para a vida toda

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Não consegui falar com ninguém essa manhã, depois que acordei André, minha garganta se fechou, eu queria ficar quieta, queria não ter que ver os corpos sem vida de quem eu mais amava, e amaria para a vida toda.

Fomos em dois carros somente, um só foi os meninos e o outro as meninas. Giih e Nih respeitaram o meu silêncio e sou grata por isso.

Quando estacionei o carro não consegui sair e muito menos me mover, eu ainda estava com medo, minha respiração se desregulou, lágrimas começaram a cair pelo meu rosto, meu peito apertou e a vontade de morrer voltou. Imaginar minha vida sem meus pais me apavorava, eu estava sentindo medo, medo de continuar.

Giih è Nih ficaram sem reação, mas logo depois as duas começaram a puxar assuntos aleatórios.

- Lembra da festa em que eu joguei o resto da vodka na pia? - Giih me pergunta.

- Que ódio - falo gaguejando ao lembrar.

- Lembra do Arthur ? - Nih pergunta.

- Mais ódio ainda - consigo falar a frase sem gaguejar.

- E da Bruna ? - giih pergunta.

- Aquela idiota - falo revoltada - Ainda veio querer comparar a minha dor com a dela ... - tento continuar a falar mas elas me encarando com um sorriso no rosto.

- Melhorou - Nih beija meu rosto e desce do carro.

- Obrigada - agradeço as duas e descemos do carro.

Querendo ou não, o ressentimento que cinto por algumas pessoas me ajudou a voltar ao normal.

Caminho lentamente até o local, consigo ver alguns familiares de longe, todos estavam com o olhar vazio, ninguém sabia como reagir, ao perceber a minha presença e a do André os olhares se voltaram para nós, todos olhavam com pena. O pior de tudo é que não dava para ignora-los, quando me aproximo vejo meu avô debruçado no túmulo do meu pai, ele estava em desespero, seu sofrimento era nítido.

Corro até o mesmo e o abraço mais forte possível, André fez o mesmo, e deste modo ficamos nos três abraçados. Não consegui derramar nenhuma lágrima, estava nervosa mas naquele momento eu não queria chorar, só queria ajudar meu avô.

Depois de um tempo não conseguindo o soltar, Maria e Brendha chegam até nós.

- A gente fica com ele - Maria fala e eu beijo o topo da cabeça de meu avô.

Descaso do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora