05 Rotina E Reencontros

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Brigar com a minha mãe e posteriormente ir chorar no quarto era algo que já estava virando rotina.

Ela não aceitava de forma alguma a minha decisão de trabalhar ao invés de fazer faculdade e vivia me dando sermões cada vez mais longos.

Eu, nervosa, era incapaz de me manter calada na maioria das vezes.

Nina procurava não se meter em nossas discussões, o que era um alívio para mim, pois a última coisa que eu queria era brigar com ela também.

O que me confortava em meio à tudo o que eu estava vivendo e à angústia cada vez mais crescente que sentia dentro de mim, eram as ligações de Steve.

Sua voz me acalmava e tudo o que ele dizia me trazia certa esperança, por mais que eu soubesse que nossa situação atual era tão difícil e complicada.

Além disso, ainda tinha Emma, minha querida amiga americana de cabelos ruivos, que finalmente havia comprado um aparelho de celular e frequentemente trocávamos mensagens de texto.

Ela estava bem, progredindo consideravelmente em seu trabalho na Corporação Parker, fato que o próprio Steve me confirmou.

A falta que Emma me fazia era enorme; no entanto, eu agora tinha Nina.

Eram duas garotas totalmente diferentes uma da outra em termos de personalidade, mas ainda assim, eram minhas amigas. E isso era uma dádiva.




~❤~







                         
Os dias se passaram e eu comecei a trabalhar na livraria perto da USP.

Meus dias se resumiam em me levantar às seis da manhã, tomar um banho e me arrumar, a fim de pegar o ônibus que me levaria até o trabalho, isso quando não ganhava uma carona, às vezes de Henrique, ou às vezes, de Jhony.

Parecia haver uma competição entre os dois para ver quem me levaria e buscaria, e às vezes eu me esquivava disso, preferindo pegar o ônibus para não ter que ficar no meio daquela disputa acirrada.

Disputa essa que não fazia nenhum sentido pois meu coração pertencia unicamente a outro homem, que não era nenhum dos dois.

Ainda era dificultoso para mim toda vez que havia um prato de comida na minha frente e eu quase sempre inventava alguma desculpa para não ter que comer, como estar sem fome ou estar fazendo alguma dieta especial.

Eu sabia que chegaria o dia em que nenhuma dessas desculpas valeriam mais.

Quando voltava para casa depois do dia de serviço, eu geralmente estava exausta (o fato de estar grávida fazia com que eu me sentisse mais cansada do que o normal) e louca por um banho.

Depois de estar limpa, comia alguma coisa que encontrasse na cozinha, longe das vistas da minha mãe e, depois de trocar mensagens carinhosas com Steve, caía num sono profundo até ser acordada novamente pelo despertador, no dia seguinte.




~❤~





                          
-Amber, pode me ajudar a colocar essas caixas lá no depósito? São os livros doados pelas freiras da Casa de Misericórdia. Ainda não decidi se vamos vendê-los ou colocá-los para serem emprestados...- Seu Aluísio, o dono da livraria disse, segurando algumas caixas nas mãos.

Envolvidos Para Sempre- Livro 3 Da Série Envolvidos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora