29 Perigos No Jantar

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Não era uma cena indecente. Não chegava nem perto de ser o tipo de beijo que os adolescentes trocam por aí, escondidos debaixo de árvores, aproveitando os pontos pouco iluminados das ruas.

Mas, não importando o tipo de beijo, aquela foi uma cena que eu, como filha, fiquei constrangida por presenciar.

Em todos aqueles anos, desde o divórcio dos meus pais, eu nunca havia visto minha mãe com nenhum outro homem.

Por isso, pigarreei, para que se dessem conta da minha presença ali.

Eles se afastaram e olharam na direção da porta, que era onde eu estava.

-Amber!- Minha mãe exclamou, cobrindo a boca com as mãos.

Ela se levantou do sofá e foi até mim.

-Amber... O que está fazendo aqui??- Perguntou.

-O que você está fazendo, mãe?- Devolvi a pergunta, adorando vê-la toda constrangida.

-Eu, er...- Ela olhou para o homem, que também havia se levantado do sofá.

Definitivamente, ele era um desconhecido para mim.

Era um homem alto, de pele branca e cabelos pretos. Estava vestido com camisa e calça social. Parecia simpático.

-Ahn... filha. Este é o Carlos- ela disse.

O tal Carlos se aproximou e apertou a minha mão.

-Olá, boa tarde- ele disse.

-Olá, Carlos. Eu sou a Amber.

-Eu sei. Sua mãe me falou de você.

-Falou?- Voltei-me para olhar para minha mãe.

-É claro que falei. Como poderia não falar sobre a minha única filha??- Ela disse, pondo a mão sobre o meu ombro.

-Eu só vim pegar meu telefone, que esqueci aqui- falei, indo em direção às escadas, para o meu quarto.

-Amber, quando descer, quero falar com você- disse minha mãe.

-Eu já estou indo, Marisa.- O Carlos disse, se aproximando dela.

Uhhh! Chamou-a de Marisa e não de dona Marisa. Parecia que havia algo sério e profundo ali, pensei divertida, enquanto subia as escadas.

Depois de pegar meu telefone, desci novamente.
Minha mãe me esperava, sentada no sofá.

-Senta aqui.- Ela bateu suavemente no sofá.

Sentei-me.

-Amber, o que você viu...

-Foi um beijo- falei, sorrindo.

Depois da tarde que tive com Steve, eu estava de muito bom humor. Disposta até mesmo a atazanar minha mãe.

Ela suspirou.

-Sim, foi. Mas queria te explicar direito. Não quero que você pense que eu fico aos beijos com um homem, quando você nem a Nina estão em casa.

Ela parecia aflita para se explicar, por isso eu disse:

-Tá mãe. Eu nem pensei isso. Me conta quem é ele.

-O Carlos é um cliente. Ele me contratou para decorar sua casa há um ano atrás, quando se mudou aqui para o bairro. Desde então nos tornamos... amigos.

Eu a fitei, arqueando a sobrancelha.

-E depois disso, ficamos mais próximos...- Completou ela.

Envolvidos Para Sempre- Livro 3 Da Série Envolvidos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora