Depois da emoção momentânea de reconhecer aquele par de olhos verdes, pisquei várias vezes, na tentativa de fazer os meus próprios olhos se habituarem à luz daquele quarto.
Quando consegui novamente firmar o meu olhar, eu o mirei no homem lindo de aspecto abatido porém aliviado, que me encarava, embevecido e emocionado.
Steve.
Não importando tudo o que havia passado antes ou tudo o que aconteceria depois daquele momento, eu só soube de uma coisa.
Eu o amava.
Amava Steve.E, sabendo que isso era um fato que nada nem ninguém no mundo inteiro jamais seria capaz de contestar, eu sorri.
Sorri para ele.Ele se aproximou mais.
-Amber, meu amor... você voltou!
Voltei...?
Sim, eu havia voltado. Seja lá de onde for, eu havia voltado.
-Você acordou, amor. Finalmente.
Eu fiquei olhando o seu rosto. Era tão familiar, tão conhecido e amado. Um rosto que eu jamais poderia esquecer, ainda que milhões de anos se passassem.
-Eu te amo- falei.
Mas nem eu mesma ouvi a minha própria voz.
Steve franziu a testa.
Ele chegou ainda mais perto, na tentativa de entender o que eu havia falado. Ou sussurrado.
Minha voz saiu tão baixo que era quase como um sussurro.
Mas ele conseguiu ouvir.-Eu também te amo- ele disse em meu ouvido.
Senti a leve pressão de seus lábios macios em minha testa quando ele beijou-me demoradamente ali.
Fechei os olhos, aproveitando aquela sensação e percebendo o quanto era maravilhosa.
-Amber, sua voz... você está quase sem voz.
Eu o fitei por um momento e então olhei para mim mesma.
E nem me reconheci.Meu corpo estava ligado à aparelhos, meus braços repletos de agulhas e havia uma sonda em meu pescoço.
As lembranças vieram como flashes de uma câmera. Muito rápidos e em lampejos.
Eu tentava atravessar uma rua. Um carro surge muito rápido. Não consigo desviar dele. Ele se choca contra o meu corpo. E então tudo havia se apagado como quando alguém escreve palavras em uma folha de papel e depois simplesmente as apaga com uma borracha.
Respirei fundo e todo o meu corpo doeu. Minha garganta estava seca.
-O acidente...- digo, trêmula.
Vi que Steve fez um esforço para ouvir o que eu havia dito, visto que minha voz era apenas um som baixo e fraco.
-Sim, meu amor. O acidente...- Ele confirmou, sem parecer muito convicto em suas palavras.
-O q-que aconteceu?
-Você ficou em coma.
Demorei alguns minutos para processar aquela informação.
-Por quanto tempo?- Perguntei.
-Vinte e sete dias.
Encarei Steve, assustada.
Vinte e sete dias eram quase um mês.E então, como num reflexo, olhei para minha barriga.
Eu me lembrava de estar grávida.Mas não havia mais aquela barriga enorme de que eu me lembrava.
Era só a minha barriga normal de sempre, um pouco inchada é verdade, mas não mais tão enorme.
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Envolvidos Para Sempre- Livro 3 Da Série Envolvidos [CONCLUÍDA]
RomanceQuando aceitou a proposta de seu pai de morar por um ano em Nova York, Amber não fazia idéia do quanto sua vida iria mudar. Ela viveu um amor intenso, profundo e cheio de descobertas. Mas agora, depois de mais uma mudança drástica em sua vida, ela e...