Cruel "Entre o amor e o ÓDIO"

🌶Capítulo 22: Efron🌶

As últimas duas horas foram desgastantes, o cliente não cansava de fazer modificações no projeto. Foi um alívio quando despedi dele no elevador.
Edu acompanhou silencioso, igual na reunião.

Permaneceu a maior parte do tempo olhando pensativo, ficou nítido a sua falta de concentração, na assinatura do contrato contendo as inúmeras modificações, precisei tocar no ombro dele para assinar como engenheiro responsável.

Impossível passar desapercebido sua barba para fazer, as olheiras escuras ao redor dos olhos, usando o terno do dia anterior, nunca tinha visto ele vestindo uma camisa amassada. Nem nos tempos do começo da banda quando o dinheiro era escasso. Nossas roupas amontoadas nas bolsas de viagem. Ele carregava um maldito ferro de passar, eu e os caras usando roupas amassadas, Edu não. Mas hoje a camisa social amassada completava o visual desleixado.A noiva dele não deve ter levado numa boa, a omissão do seu passado.

Ainda busco entender as motivações de tal ato. Ela pelo que entendi é fã da banda desde o começo. Seria pontos favoráveis na conquista. Difícil chegar na conclusão deste assunto sem conversar com ele, escutar suas explicações.

Talvez ele tenha visto os efeitos colaterais de ter dinheiro e fama.Olha no que estou pensando! Justo eu! Que usei o dinheiro como alicerce nesses últimos oito anos.

Vinha funcionando muito bem até aquela discussão porra, algo mudou. As palavras dele tocaram nas minhas feridas, causando questionamentos demais na minha cabeça e ainda para completar têm aquela diaba que não dá a menor importância no meu dinheiro, no meu status sociais e menos ainda na minha aparência. Quem eu sou para a mulher que desejo? Um homem escroto? Que tudo compra?Ela me odeia e não faço idéia como mudar isso?

Também não sei um jeito de consertar minha amizade com o Edu. Estou perdendo meu irmão de coração por ser um egoísta estúpido.

"Eu sei, vocês ai estão estão pensando! Até que enfim ele acordou e entendeu que nem tudo na vida é fama e dinheiro. Pois é! Está na hora de virar o jogo e correr atrás do que vale a pena"

Jogo o contrato na mesa e o meu reflexo no vidro mostra o rosto abatido, não estou muito diferente do Edu, tenho dormindo pouco remoendo minha vida. Sabe nada vai resolver se eu continuar dentro desse escritório vou conversar e dar um jeito de reconstruir nossa amizade quem sabe ele tenha conselhos para conquistar a Diaba.

Levanto afastando a cadeira ergométrica de couro preta, retiro o blazer cinza vestindo ajeitando o colarinho da camisa. Bora dar um novo rumo na minha vida.

Abro a porta ela está sentada falando no celular sua blusa rosa de botões dourados trazendo um elegância no coque no alto da cabeça, nas orelhas usa um brinco de argolas douradas. Permaneço admirando sua beleza fazendo meus planos de falar com o Edu mudando.  Ela amplia seu sorriso conforme fala:

—Vamos juntar aqueles pombinhos.— Toda sorridente enrolando uma mexa de cabelo é impossível manter-se focado ao ver ela falando desse jeito.

—Senhorita Hill, quantas vezes terei que falar sobre o uso do celular no horário de trabalho?
—Minha voz sai mais ríspida que gostaria.

Ela levanta a cabeça e seus lindos olhos castanhos encontram os meus o sorriso desfazendo sendo substituído por uma carranca.

—Adam Hart está na ligação.— Devo ter escutado errado.

— Está dizendo que o meu cliente e amigo está numa ligação aguardando enquanto você fica de conversinha fiada no meio do trabalho?— Ela passou dos limites.

Ela continua olhando segurando o celular.Só pode ser algum tipo de brincadeira?

—Transfira á ligação para o meu escritório depois continuamos essa conversa.— Digo antes de falar algo no qual vou me arrepender.