SakuAtsu em Constante

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Pequeno agrado pra esse ship mal surgiu na minha vida e eu já considero muito. Dedico a beetamag que queria um prompt deles! Acabou não rolando exatamente como tu queria mas acho que ficou ainda melhor, hahaha! Lavem bem as mãos e boa leitura.

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Parte de mim já tinha se conformado há muito tempo. Outra parte, em momentos como esse, só queria que aquele sentimento todo parasse e me deixasse ser um cara normal, ao menos por um instante.

A maioria das pessoas acha que é frescura, acha que eu só sou chato. É exatamente o tipo da pessoa que eu não quero compartilhar nem o mesmo ar. Pouca gente entende o que é ansiedade ou sequer sabe o sofrimento que ela gera.

Vivendo com isso desde sempre, eu já tinha me conformado. Meus mecanismos e sistemas de organização e limpeza poderiam parecer absurdos pra quem via de fora, mas era o que mantinham a ansiedade sob controle.

Quando comecei a jogar vôlei profissionalmente, eu já estava vacinado. Deixei claro no dia um que precisava do meu espaço e que não ia tolerar piadinhas da quinta série.

Funcionou muito bem, no início ao menos. Primeira semanas o time tinha quase medo de dirigir a palavra pra mim.

Bokuto parecia fazer um esforço hercúleo para se comportar e eu não posso dizer que não apreciava o esforço. Hinata fazia questão de ser educado, dava bom dia, boa tarde, perguntava alguma amenidade, se despedia e desejava um bom descanso.

Miya que era um problema.

Começou assim como todo mundo, mantendo uma distância segura. Mas eu sentia que ele me observava. Eu tive certeza num dia em que por um grave descuido da minha parte, não coloquei na mochila um álcool gel extra.

Quando apertei o tubo e o barulho decretando o fim dele ecoou pelo vestiário, eu nem me abalei. Apenas arremessei o recipiente no lixo, a distância, e busquei pelo extra na mochila. Mas ele não estava no bolsinho que deveria estar. Olhei de novo, em outros bolsos, e nada.

Minha mente começou a trabalhar a todo vapor pensando em como eu poderia tocar na máscara que eu precisaria vestir pra voltar pra casa se minhas mãos não estavam limpas. Tudo que eu tocasse a partir dali iria precisar ser higienizado, precisaria memorizar tudo e...

- Aqui.

Ao meu lado, a uma distância civilizada, Miya Atsumu me oferecia um pequeno frasco de álcool gel. Lacrado ainda. Da mesma marca que eu usava.

Parte de mim ficou extremamente aliviada pela possibilidade de não ter que alterar todo meu processo já estabelecido. Já outra parte recebeu a prova real e concreta de que Miya seria um problema.

Mesmo sem falarmos sobre o assunto, Miya parecia respeitar todos os meus limites. Desde não insistir que eu fosse no happy hour do time em algum bar popular no centro, até rapidamente me alcançar uma nova garrafa de isotônico durante o intervalo do jogo quando Hinata sem querer bebeu da minha.

Foi num dia particularmente frio, depois de um treino que eu só pensava em ir pra casa descansar, que Miya casualmente saiu do ginásio ao mesmo tempo que eu. Sem ninguém por perto, o estacionamento ocupado apenas pelos carros do time, ao invés de se despedir, ele me chamou.

- Ei, Omi-omi.

Apenas revirei os olhos. Aquele apelido já tinha ido longe demais e eu sabia que reclamar só ia fortalecê-lo.

- Abriu um café na quadra aqui do lado. - ele disse apontando - Eu vou lá pegar um café antes de ir.

Apenas dei os ombros. Se aquilo era algum tipo de convite, ele teria que fazer melhor que isso.

Haikyuu para Maiores Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora