Um primeiro encontro inesperado.
Um segundo engraçado que os levará a se conhecer melhor.
Um terceiro inimaginável num lugar em que nenhum dos dois esperavam se ver.
Porém nem tudo são flores. Muita diversão resultou em imprevistos que seram levad...
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Bella Montanari
- Você vem? - Questiona pela terceira vez.
- Sim Giulia eu vou. Não vou perder outro aniversário de Enzo.
- Espero mesmo, por que ele já está nervoso com essa festa.
Giulia e sua mania de se preocupar com tudo o tempo todo. Eu ainda nem falei com ela de tudo que aconteceu com Matteo e não sei se vou falar, afinal ela também é amiga dele.
Coloco um vestido de estampa póa e longas mangas ombro a ombro, bem fresco pra aguentar o calor que está fazendo por aqui e o aniversário é pequeno, somente para família e amigos próximos.
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A primeira pessoa que encontro é Enrico correndo com outras criança pelo jardim. Ele para pra me dar um beijo e volta a correria.
- Feliz aniversário pequeno.
- Obrigado tia. - Ele fala com vergonha. - Essa é a Sara.
- Prazer Sara, Enzo já me falou muito de você e ele está certo, você é linda. - Falei a abraçando.
A menina ficou vermelha igual um pimentão de vergonha. Mas que tia eu seria se não fizesse uma fala dessa, certo.
- Vamos dar uma volta? - Enzo chama ela me fazendo rir. Parece até gente grande.
- Achei que não vinha pequena. - Diz me abraçando.
- Falei que vinha Lucca.
- Mas e a galeria?
- Não abrimos na sexta. Cadê Giulia? - Perguntei e logo o segui pra onde estava, e claro pros meus pensamentos piorarem Matteo também estava aqui. É claro que ele estaria aqui, é claro.
Sinto seu olhar recair sobre mim e retribuo, puta homem gostoso, ainda mais com esse cabelo jogado na testa bem despretensioso. Nem deve saber o tanto que fica gato assim. Minha deusa interior está em chamas.
Dei um boa noite geral e desviei de seu olhar focando minha atenção a Giulia.
- E a viajem, como foi?
- Ótima.
- Não vai me contar nada sobre o bonitão. - Falou rindo me fazendo arregalar os olhos.
- Como?
- Vi vocês abraçados em uma foto que Ettore tirou.
Antes que eu pudesse responder Enrico apareceu com o joelho ralado e sangrando me salvando das perguntas. Meu casal vinte foi o sacudir e logo vi Enzo correndo triste pra dentro de casa, não pensei duas vezes e o segui.
- Enzo. - Gritei e ele continuou subindo as escadas.
Subi atrás e ouvi a porta do seu quarto batendo. Dei duas batidinhas e fui abrindo a porta o encontrando sentado no chão em frente a cama com os braços acima do joelho flexionado. Respirei fundo e me sentei ao seu lado.
- O que aconteceu? - Perguntei depois do seu silêncio.
- Nada. - Murmurou.
- Enzo. - Falei mais séria e ele me olhou sem nenhum resquício de sorriso no rosto.
- A Sara não gosta de mim tia Bella.
- E como sabe? - Indaguei até por que já tinha imaginado que era alguma coisa sobre ela. Ele não respondeu. - Já falou que gosta dela? - Ele negou. - Então tem que falar.
- Não, ela vai falar que não gosta de mim e vou virar piada.
- Enzo. - Falei passando o braço sobre seu ombro. - Tem que ter coragem e falar, se ela não gostar de você do mesmo jeito não tem problema. Você vai ficar triste e depois vai passar. Mas se ela gostar você vai ficar feliz por ter contado.
Ele ficou um tempo em silêncio provavelmente pensando e me lançou um abraço forte que logo retribui e deixei um beijo na sua cabeça.
- Agora levanta e vai se encontrar com sua garota. - Incentivei sorrindo. Ele deu uma pensada mas levantou e foi encontra-la.
Ah se eu pudesse seguir meus próprios conselhos. Mas ele ainda é criança. Depois que se tem o coração machucado aprendemos a ser mais forte que um sentimento momentâneo.
- Quem dera se fosse momentâneo.- Minha eu interior gritou me fazendo concordar.
- Um beijo pelos seus pensamentos. - Levei um susto mas logo reconheci a voz.
- Merda, já falei pra não assustar assim. - Ele sorriu e sentou do meu lado no chão.
- Oi.
- Oi. - Por que continua tão lindo Deus? Por que?
Ficamos ali curtindo o silêncio que por incrível que pareça não estava constrangedor, mas a energia entre nós só aumentava me fazendo prender a respiração as vezes.
- Pensei no que falou e acho que tinha razão.
- Como? - Falei muita coisa então ele pode estar falando de qualquer coisa.
- Sobre não querer se machucar. Inteligente da sua parte, mas me fez pensar se já sofreu por amor.
- Quem não sofre por amor não é mesmo. - Falei a mais pura verdade sem querer entrar em detalhes.
- Touche.
- Então não fui a única. - Falei lembrado da história do quase noivo.
- Se estar se perguntando se já sofri por amor a resposta é sim. - Claro que sim, ninguém fica sem querer um relacionamento sem sofrer antes. - E sua história qual é?
- Nada de muito especial. Conheci ele na faculdade mas era um relacionamento tóxico principalmente quando quis abrir a galeria. - Tremi só de lembrar. - Quando finalmente acordei pra vida e tive coragem terminei tudo.
- Mas ele era abusivo? - Perguntou sério e com .. receio?
- Não do jeito que está pensando. Ele não batia nem nada mas me colocava pra baixo em todas as oportunidades. Quando quis seguir o sonho de pintar ele não me apoiou nem um pouco, falava que não tinha talento.
- E como separou? - Disse após um breve silêncio. Parecia estar medindo as palavras que usaria.
- Comecei a acordar com alguns amigos falando, me abrindo os olhos até que um dia consegui terminar de vez mesmo sendo difícil.
- Ele é um idiota por achar que não tem talento. - Dei de ombros.
- Tem homem que não entende e nem apoia quando a mulher quer ser bem sucedida, a forma que ele teve de me colocar pra baixo só me impulsionou.
- Por isso o lançe do coração machucado? - Perguntou e depois de um tempo assenti.
É muito fácil conversar com Matteo, principalmente se estamos sozinhos e isso me assusta.