Matteo D'ângelo
Minha amizade com Bella estava ótima. Na verdade melhor que isso. Não conseguia parar de pensar nela. Conversar com ela todos os dias sobre tudo e nada ao mesmo tempo me faz feliz pra porra.
Não sei como e nem por que, mas depois do dia que fomos ao bar e transei com Ludovida a dispensando logo em seguida a mulher não sai do meu pé e eu não quero mais nada.
Cansei dessa merda toda e a amizade de Bella tem ocupado toda a minha mente que sem reparar não transei com ninguém nas últimas semanas. O tempo que tenho prefiro ficar com ela, saindo pra comer, beber ou ficar no sofá jogando conversa fora como dois adolescentes.
Não vou mentir pra mim mesmo. Eu odiei com todas as minhas forças ao ver ela dançando com outro em nossas saídas, e quando podia evitar esses contatos eu mesma a tirava pra dançar antes que algum babaca chegasse.
E olha, foi dificil. Todas as vezes eu lembro dos nossos momentos e imagino ela gemendo em baixo de mim novamente, gritando meu nome ao sentir prazer, sentindo o gosto da sua boca na minha.
Mas amizade é o que ela quer e eu entendo. Apesar de que notei todos os olhares que trocamos nesse tempo. Por dentro meu corpo pega fogo ao receber seus olhares ou vê-la morder os lábios.
Porra, que visão.
Agora ela está na minha frente com uma péssima cara e me deixando nervoso pra caramba.
- O que aconteceu Bella? Estou ficando nervoso já. - Pergunto.
Ela retirou um papel de dentro da bolsa e me entregou. Analise seu rosto sem entender nada e abri o papel.
Puta que pariu.
Grávida. Bella ta grávida. Nem sei o que estou sentindo agora. Passo as mãos no cabelo andando pela minha sala absorvendo a informação.
Grávida.
- Matteo, o que vamos fazer? - Eu parei no lugar e a encarei.
Esse filho é meu? Não pode ser.
- Nós? De quem é esse filho Bella? - Não me contive e perguntei. Já passei por isso antes e não vou passar de novo. Ela levantou já brava.
- Seu, idiota.
- Como tem certeza. - Pergunto sem controlar minha língua.
- Estou de quatro semanas Matteo, e se você não lembra vou refrescar sua memória que no dia do festival nós não usamos camisinha em nenhuma das três vezes, sem contar que eu nunca transo sem camisinha. - Falou alto.
- Porra, você toma remédio. - Disse puxando os cabelos. Não era pra isso acontecer.
Eu sabia que era errado termos transado sem camisinha, mesmo nunca fazendo isso não me contive. Mas cazzo, ela toma remédio, quais as chances?
- O que não diz nada. Estava tomando antibiótico antes da viagem, pode ter cortado o efeito.
- Quem garante que é meu? - Digo irritado me lembrando que ela transou com aquele idiota. - Pode ser do tal Riccardo, vocês transaram.
Beleza. Eu fui um babaca ao perguntar isso, mas não vou me afundar de novo e quebrar a cara, não vou.
- Quer saber. - Puxou o papel da minha mão e gritou. - Vai pra puta que pariu, não preciso de você pra criar meu filho, nunca mais olha na minha cara e nem me procura.
Vi que ela estava segurando as lágrimas ao gritar e saio correndo me deixando parado ali sozinho e igual um otário.
Merda. Isso não pode estar acontecendo. Junto minhas coisas e saio dalí correndo sem falar com ninguém.
Entrei no meu carro e fui pra casa sem ligar para as multas que provavelmente chegaram. Deixo o carro na garagem e vou quase correndo para o elevador. Assim que abre e entro em cada consigo finalmente respirar.
Pego a primeira garrafa de Bourbon na minha frente e sento no sofá deixando o liquido arder pela minha garganta no primeiro gole.
Lembranças afundam minha mente. Isso não está acontecendo de novo, não está.
Nossa amizade estava ótima. Isso estragou tudo. Eu sou um otário. O pior dos babacas. Eu sei. Mas não consegui me segurar.
Porra. O que eu vou fazer?
Não sei quanto tempo se passou. Estou ficando levemente alterado já. Me levanto meio tonto e jogo a garrafa em algum lugar próximo.
- Seu filho da mãe. - Vejo minha irmã entrando muito irritada. O que eu fiz agora?
- Você a destruiu desgraçado. Vai deixar ela sozinha depois de ter feito merda. - Ela grita batendo no meu peito.
- Cazzo, o que eu fiz?
- O que fez? - Ela ri nervosa. - Fez um filho e o abandonou.
Aquela fraze crava minha alma tão fundo que não sei como ainda estou de pé e entendo que ela já sabe de tudo.
- Você está ai. - Vejo Lucca entrando pela porta também irritado e vindo com tudo pra cima de mim. - Eu vou te matar desgraçado.
Nem vejo de onde veio o soco que atingiu meu rosto. Cambaleio para o lado e recebo outro soco me fazendo cair no chão e seu corpo vir pra cima do meu.
- Você a engravidou e depois diz que o filho não é seu. - Outro soco que atingiu meu braço já que tentei impedir. - Você é um filho da puta. - Então ele se levanta. - Não te mato por que meu sobrinho não merece isso.
- Que porra Lucca. - Digo sentando no chão mesmo escorado no sofá. Sinto sangue pela boca e nem me importo.
- Você estragou tudo Matteo. - Luna fala seria num canto. - Bella chorou o dia todo, ela não merece isso.
- Eu sei, mas não consigo não lembrar de tudo. - Os dois soltam suspiros altos.
- Bella não é a Alice Matteo.
- Não acredito que fez isso por causa daquela puta. - Minha irmã grita parecendo ainda mais irritada.
- Eu sei que fui idiota, e ela não é igual a Alice, mas eu não consigo. - Suspiro tomando força para admitir. - Eu gosto mesmo da Bella e ser amigo dela só me mostrou que isso era realmente mais que amizade. Mas não quero me iludir.
- O filho é seu Matteo disso não tem dúvida. - Lucca fala. - E você ferrou com tudo.
- Sou um idiota e sei disso.
O que eu vou fazer agora. Bella não vai querer me ver nem pintado de ouro, me mandou esquece-la e com razão. O que eu faço?
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Na Itália com amor
RomanceUm primeiro encontro inesperado. Um segundo engraçado que os levará a se conhecer melhor. Um terceiro inimaginável num lugar em que nenhum dos dois esperavam se ver. Porém nem tudo são flores. Muita diversão resultou em imprevistos que seram levad...