Roadmap pages- Beauany

Capitulo 20

Como vocês estão depois do Capitulo anterior? Ainda conseguem respirar? Sksksks
Espero que sim porque a bomba toda só começou.
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Any

Um arrepio percorreu meu corpo todo assim que ouvi aquela voz, senti meu estômago embrulhar ao me trazer memórias que eu não queria lembrar.

— Não vai dar um abraço no seu pai?

Sinto meu corpo congelar, me sinto sufocada e não consigo respirar. Lembro por um momento do meu aniversário de 16 anos.

Flashback

— Não quero que você me olhe assim.

— Assim como?

— Desse seu jeito nojento aí.

— Esse vestido ficou bem em você, deixa suas curvas a mostra— nojo é isso que eu sentia nesse momento.

— Não quero ouvir essas coisas de você! Seu velho idiota.

— Quem é você pra falar assim comigo garota? Está na minha casa vivendo com o meu dinheiro, aprenda a aceitar um elogio quando te dão.

— Nunca vou aceitar nada vindo de você, eu sinto nojo de tudo que envolve você.— Cuspi em seu rosto.

Ele agarra meu pulso e me jogou ao chão. Eu gritei e minha mãe veio até nós no mesmo instante. Ele disse que comecei a me mostrar pra ele por causa da roupa que eu vestia e é claro que eu neguei. Mas em quem vocês acham que ela acreditou? Nele.
Eu já não esperava menos, minha mãe havia ficado estranha depois que esse cara apareceu e eu queria muito que ela abrisse seus olhos.

Fim do flashback

Senti minhas pernas voltarem ao meu controle e fiz a primeira coisa que pensei, eu corri, corri pra respirar pois sentia meu peito se apertar, sentia como se estivesse em um pesadelo e não fosse capaz de chamar ninguém pra me acordar, depois de tudo, depois de pensar que finalmente estava livre dele.

Parei encostando em um dos carros que estavam estacionado e ali eu desabei, soltando a angústia que estava presa dentro de mim, soltando o ar que estava difícil de respirar, soltando as lágrimas que invadiram meu rosto. Sentia raiva daquele homem que simplesmente estragou a minha vida.

— Any? — Me abaixei ao ouvir a voz de Josh, não acredito que ele veio atrás de mim.— Ei, você tá bem?

Eu não digo nada, continuo soluçando e sentindo a dor daquelas lembranças invadirem meu peito.
Josh se abaixa ficando a minha frente e coloca sua mão em minha cabeça me trazendo para seu peito.

(...)

Josh

Eu estava quebrado por dentro, ver ela daquela forma me deixava quebrado. Era doloroso ver ela daquela forma e tudo que eu queria naquele momento era a proteger e dizer que tudo iria ficar bem, queria que existisse alguma forma de a proteger pra que nunca chorasse de novo.

Nunca entendi a forma que estar perto dela me deixava, de fato eu sentia um certo carinho, talvez fosse o mesmo carinho que sinto por Sofya, quase como uma irmã. Não não era a mesma coisa, Any era especial pra mim e isso já estava claro, mas não sei exatamente o porquê de me sentir dessa forma.

Ela levantou a cabeça e tentou secar a minha camiseta molhada pelas lágrimas dela e eu sorri disso. Ela parecia perdida e seus olhos pediam por ajuda, era doloroso demais ver ela assim.

— Se sente melhor?

— Porque ele tem que voltar Josh? Porque quando minha vida começa a caminhar ele volta pra me assombrar?— Seus olhos se inundam de lágrimas mas eu limpo uma com meus dedos antes que escorram pelo seu rosto.

— Ele é seu padrasto? Ele te fez algum mal?— Ela cobre seu rosto e parece não conseguir falar, e eu suspiro e me sento ao seu lado.— Você não precisa me contar se não quiser.

— É que é tão humilhante. É ridículo pensar que você está me vendo essa forma.

— Se você não quiser não precisamos conversar, podemos ficar em silêncio. Mas eu não vou te deixar sozinha.

Ela olha pras estrelas e pensando bem ela está sempre fazendo isso não é? Olhando pra elas como se fossem algo que nos desse a resposta.

— Não precisa ter pena de mim, eu vou ficar bem.

— Quem disse que é pena? Estou aqui como amigo... nós somos amigos não?

Ela parece pensar na resposta.

— Claro que vou entender se você não quiser minha amizade— Suas mãos vão rapidamente sobre as minhas e eu olho pra elas.

— Claro que somos amigos Josh, só não queria que você me visse nesse estado.

— Então você ainda gosta do arqueiro?— Ela observa o céu e sorri, o seu único sorriso da noite toda.— Eu comecei a perceber ele algumas vezes.

— Encontrou sua direção?

— Ainda não sei, mas acho que estou no caminho...

— Ele sempre faz isso pelas pessoas.

— Faz oque?

— Encontra pessoas perdidas.

— Você era uma delas?

— Era, mas acho que estou me encontrando.

Volto minha atenção para o céu, nunca pensei que apenas esses pontinhos no céu me fariam ter mais curiosidade sobre tudo, sobre ela.

Ela se levanta e fica a minha frente tentando limpar a maquiagem que ficou borrada por conta do choro.

— Está na hora de enfrentar isso de frente.

— Você vai voltar lá?

— Preciso encarar de frente aquele...aquele cara.— Assinto com a cabeça.— Você vai comigo?

— Se você quiser que eu vá.

Ela concorda com a cabeça e começa a andar e eu caminho a seu lado, mesmo parecendo perdida é como se ela soubesse exatamente qual direção seguir.

Senti suas mãos tocarem nas minhas e ela a segurou meio receosa, quero sorrir mas não faço isso, eu apenas olho pra ela que parece se esforçar pra não corar.

Hoje a noite o céu estava lindo, estava estrelado e era como se as estrelas a envolvesse em um só.

Hoje a noite eu não me senti perdido, hoje eu fui como a estrela... dela.