Outra Vez Você ( CONCLUÍDA)

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" Muitas vezes não conseguimos ver o quão importante são as pessoas ao nosso redor, até chegar um momento em que vemos tudo por um fio e aí a ficha cai... Isso nos faz perceber que as pessoas ao nosso redor, que sempre estão ali por nós, são os que nos tornam tão humanos, quem somos e faz com que a palavra " família" tenha um significado maior do que conhecemos." - Eu estou dizendo isso, porque realmente nunca pensei em estar na situação em que estou ou passar pelo o que passei. Minha vida era balada, tocar o terror com Lucy e a gangue dela, sexo, mulheres, bebidas... Não esperava que um dia, alguém fosse chegar e mudar tudo com um olhar. É incrível o poder que ela tem de me desarmar com um sorriso, eu tombo e não levanto mais...
E agora, Laura Prepon tem uma filha, uma namorada... Quem diria né, logo eu... Sempre me disseram que meu destino era ser dona de casa e pau mandado de macho... Mas olha aí, eu sou dona de casa, empresária, mulher comprometida e mãe. E aí sociedade?

[...]

- Está pensativa, baby. No que está pensando?
- Nada. Apenas escrevendo um poema.
- Escritora? Olha só, que mulher completa. - Taylor, da um sorriso e se encosta na porta.- Lê um para mim.
- Oh, não. Eu não sou boa, ainda estou praticando.
- Bom, eu como sua namorada, devo ajudar você a progredir, sempre. Então leia e caso tiver ruim, o que eu acho impossível, eu digo e você arruma. Não sou nenhuma ninja também, mas...
- Ok, ok... Eu fiz, é, um rascunho e veja se gosta.

Meio sem jeito e trêmula procura entre as folhas do caderno, enquanto Taylor se ajeitava na cama para prestar atenção.

Ela se levanta, limpa a garganta e mantém os olhos na folha.

- Se eu fosse escolher a pessoa certa, teria dado errado.
Sentimentos falsos, amores por beleza, o reflexo do pecado.

Então escolhi a palavra certa, amor.
Sentimentos verdadeiros, no início confuso, depois a razão do meu viver.

Sei que parece exagero, mas o exagero de verdade é a beleza que ela carrega...
O sorriso covarde, que me deixa boba sempre que vejo.

Seu olhar, é a calmaria que eu anseio todo dia.
Seu abraço, meu porto seguro.
E a primeira coisa que procuro quando chego de um dia exaustivo, é encontrá-la em casa e dizer o quanto sou fascinada por cada detalhe da minha amada.

Taylor, estava sorrindo toda boba e orgulhosa.  - Acho que esse poeta, estava muito apaixonado quando escreveu. - fala toda vermelha e sem graça. - Eu simplesmente amei.

- Sério? É só um rascunho. - fecha como se fosse nada, mas estava toda contente pelo elogio.

- " Se eu fosse escolher a pessoa certa, daria tudo errado." Isso faz um sentido imenso. Mas confesso que a primeira coisa que me chamou atenção em você foi a sua beleza, aí eu comecei a falar de você para as minhas amigas. - a outra se sentou, prestou atenção nela. - Elas diziam o tempo todo " Tay, está apaixonada". Nunca admiti, nem sabia que eu era gay nesse tempo... Até eu ficar extremamente, completamente, confusa com meus sentimentos. Passava as noites pensando " será?", " Mas e se eu estiver?" Caramba, isso me atormentou por dias e noites. Depois das nossas conversas, eu percebi que estava apaixonada por você. Elas sempre estiveram certas.

Laura, se levanta da cadeira da escrivaninha e senta ao lado dela na cama. - Estágios do amor, meu amor. - solta um sorriso a olhando. - Primeiro, vemos a beleza. Segundo, não tiramos a pessoa da cabeça e terceiro, admitimos estarmos apaixonadas e entramos em colapso.

- Foi assim com você?

- Foi. - olha para seus lábios e em seguida seus olhos.

- Você vai me beijar ou vai ficar tentando flertar comigo? Eu não sei como flertar, já faz uns dez anos que não tento.

A outra ri, mas logo toma a inciativa para um beijo, que foi levando a outro nível e ficando mais caliente... Até...

- ECAAAAAAA!
- Oh merda. - Laura, sai de cima da namorada rindo de nervoso.
- Filha, já pedi para bater antes de entrar!
- Mas a porta já estava aberta, mamãe. - faz uma cara de debochada.
- Lamento, baby. Mais tarde a gente resolve. - Taylor, rindo se levanta e sai do quarto, junto com a filha que vai atrás.

" eee, família!"

Mais tarde, um jantar estava prestes a ser realizado. Com presenças de ambas as famílias em harmonia. Era apenas mais um dos encontros delas, comida, bebida sem álcool, música, do jeitinho que todas gostam.

- Vai pedir? Hein? Hein?
- Pedir o que, Lyonne? - Laura, vira uma das carnes na grelha.
- Ah aquilo que você falou, sabe...
- Não, eu não sei.
- Caralho Laurao, lerda pra um caramba. Casamento, a noiva pode beijar a noiva, um negócio tipo fala agora ou cale-se para sempre e aí entra um ex doido e toda a igreja olha e ele diz que a ama, o casamento é cancelado...

- Natasha??? - Ela ri. - Não, eu não vou pedir a Taylor em casamento.
- Como não, Prepon? Você já até comprou a aliança.
- Eu sei, mas ainda não vou pedir. Quem sabe outro dia???
- Olha, eu vou assar a sua cara na grelha se você não pedir a mão dela hoje. Tá todo mundo junto, todo mundo unido e feliz. Vai lá, seja aquela clichê que eu conheço.
- Aquela clichê, quer ir devagar. - toma um gole do refrigerante e olha para a sua mulher dali. Tinha a visão dela rindo e dançando com as outras na cozinha.

- Ala, agora eu sou a hiperativa. - rindo, também dá um gole de refrigerante. - Mas vocês duas formam um belo par, não mais bonito do que eu e sua irmã, mas chega perto.
- Céus, eu não consigo imaginar vocês duas no ato.
- Você tá ligada, aqueles porno? Mas o porno BOM, bom de verdade? Então, é melhor ainda. - da uma piscadela e a outra gargalha alto em negação.

Lá dentro...

A cozinha estava uma bagunça, mulher pra todo lado, rindo, mexendo a comida e a raba ao mesmo tempo... Um caos, mas divertido para todas, até a pequena entrou nas brincadeiras, por mais que não entendesse as piadas obscenas que saia vez ou outra.
(...)
- Todo mundo é sapatão aqui, vocês só não se assumiram, falo mesmo. - Taylor, corre sérios riscos de levar uma chinelada, mas não se importa.

- Eu concordo com a minha cunhada. Acho bem suspeito vocês duas, sempre grudadas, moram juntas e nunca se pegaram? Me poupe. - Stephanie, ri e da uma corridinha se afastando da ameaça de Marjorie.

- Aiai, esses jovens... - Patrícia fala calmamente - Na minha época, não tinha essa pegação toda. Era amizade, igual tenho com a Marj. - abraça a amiga rapidamente e volta a mexer o arroz. - Será que aquelas duas estão terminando de assar? Eu tô acabando aqui.

- Natasha e Laura juntas? Pode ter certeza que essa carne, vai ficar pronta só amanhã de manhã.

- Ah não fala assim da minha mulher, ela é lerda mas não tanto.

- Aham, percebi. É por isso que não são casadas. - Sthe, comenta debochando.

- Por falar nisso, eu preciso contar uma coisa para vocês ...

Automaticamente, todas prestam atenção no mesmo instante.