-Você está terminantemente proibido de voltar a se aproximar do calabouço. - Ordena Oris assim que os três saem do calabouço. Deixando para trás uma Júlia extremamente furiosa, muito mais por ter seu orgulho ferido do que pelo corte em seu braço. Ela sempre soube que o jovem ómega não era nenhum idiota, porém ficou surpresa com suas habilidades de auto defesa.
-Detesto ter que dar o braço a torcer, mas o rei esta certo. Você se defendeu bem e de quebra causou um estrago enorme no orgulho daquela raposa astuta. Porém foi muito arriscado permitir que você ficasse sozinho na mesma cela que ela. - Mesmo não querendo, André é obrigado a concordar com o rei. Temia não só pelo irmão, que ainda estava se recuperando do envenenamento, mas também pelo sobrinho. A família estava carecendo, um sonho que se tornava realidade, se antes já se preocupava em proteger o irmão agora seria necessário o dobro de cuidado.
-Eu sei que foi arriscado mas eu realmente precisava ficar cara a cara com ela e saber o porque dela fazer o que fez. Em verdade lhes digo, ela não me convenceu nem um pouco com toda essa encenação, sinto que ela ainda tem muito a esconder. - Mesmo concordando e entendendo a preocupação do irmão e do marido ainda assim continuava com a pulga atrás da orelha. Contudo não iria mais tentar se encontrar com Júlia, Dessa vez conseguiu se defender mas tem plena consciência de seu estado atual. Não podia continuar agindo no calor das emoções e apenas pensar nas consequências de seus atos depois. Dentro de si está uma vida sendo gerada, uma frágil e preciosa vida, só de pensar nisso seus olhos chegam a ficar húmidos.
-Eu sei que você esta morrendo de curiosidade, mas por favor deixe que eu e o rei Oris tratemos disso. Você ainda esta se recuperando de um envenenamento, está precisando de muito descanso e nada de estresse. - Diz André com uma voz suave, conhecia bem o irmão, sabia que a essa altura ele já teria chegado a essa conclusão por si mesmo, contudo nunca é demais reforçar.
-Eu sei. - Concorda, se dando por vencido - Desculpa por deixar vocês preocupado, prometo que vou tentar ficar o mais longe que eu puder de problemas. - Diz Dominic arrancando sorrisos do irmão e do marido, ambos sabiam bem do que ele era capaz.
-Bom agora que já estamos esclarecidos a respeito desse assunto, podem me explicar o que tanto vocês faziam conversando dentro daquele maldito quarto? - pergunta André visivelmente incomodado com o que havia escutado mais cedo.
Ambos, Dominic e o rei, apenas olharam um para o outro achando a cena engraçada. Mas a verdade é que nenhum dos dois queria entrar em grandes detalhes sobre sua intimidade, embora apenas tivessem se beijado, sendo isso perfeitamente normal para um casa.
-Sabe, eu estou muito cansado, vou descansar um pouco. - diz Dominic entrando em seu quarto e fechando a porta bem na cara de um André surpreso e do seu marido que se sentindo traído por ter sido abandonado para resolver o problema sozinho.
-Nem pense que o senhor vai escapar de me dar uma resposta. - diz André ao perceber, pela expressão do rei, que e este não estava nem um pouco disposto a conversar sobre isso.
-André, eu sei que você esta muito preocupado com seu irmão, se fosse eu no seu lugar também estaria. Conversei com seu irmão e ele achou por bem me perdoar. tudo que tenho a dizer agora é que estou determinado a provar meu arrependimento e obter seu perdão também. - Diz o rei apertando de leve o ombro de André e olhando em seus olhos para lhe transmitir sinceridade - Contudo, sobre minhas intimidades com seu irmão, não sou obrigado a te dizer uma única palavra. - diz o rei, que com passos apressados, deixa para trás um André boquiaberto, surpreso e ao mesmo tempo furioso.
Após ser abandonado no corredor, sem ter o que fazer André voltou para seu quarto, estava tão cansado, mas do que esperava. Enquanto André, o rei e os guardas estavam distraídos Júlia, que não era boba nem nada, já havia dado um jeito de conseguir escapar da sela. Simulando estar passando mal atraiu o guarda, desavisado, que acabou caindo na armadilha da raposa. O resultado não podia ser diferente, o coitado que antes guardava a cela acabou se tornando o prisioneiro, e pensar que a parte pior ainda estava por vir, de certo perderia a cabeça assim que o rei descobrisse que havia deixado a prisioneira escapar.
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De Repente Príncipe (Romance Gay) [ABO]
RomanceNo ano 96 AHC (Antes do Homem Comum) com a morte do rei Alexis Campebell, o reino da Fortaleza de Cristal entra em declínio sem ter um sucessor Alfa para assumir o trono. A Grande Rainha Mãe, Ruth Campebell, recorre então a um acordo nupcial entre r...