Cap VIII: "O Reencontro Dos Amantes"

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Ao anoitecer, foram ouvidas batidas sutis na porta do quarto de André, assim que obteve permissão uma bela mulher de cabelos ruivos, sorriso caloroso e olhar meigo entrou surge no campo de visão de André.

-Chamo-me Júlia, sou a quarta esposa do rei, nos últimos dias tenho sido a responsável pelo jovem ómega. - Ao ouvir isso André se inquieto na cama. - Calma, o jovem príncipe passa bem, estão sendo tempos difíceis mas está se saindo bem, o rei, meu marido disse-me que deseja ver o jovem ómega, sabe que isso é perigoso? - pergunta preocupada, contato sentia que André não faria mal a jovem ómega mas toda precisão era necessária em um caso como esse.

-Sua preocupação é totalmente compreensiva, mas tem a minha palavra, eu jamais faria algo para o magoar, principalmente em um momento com esse em que ele precisa se sentir protegido. - diz André se sentindo ainda mais inquieto, em uma altura dessas devia estar tranquilizador o irmão.

-Muito bem, conversei com o médico responsável pelo seu tratamento e ele não colocou nenhuma objeção, então te levarei até ele. - disse se aproximando da cama para ajudar André a se levantar mas este se negou. - Mas fique sabendo que estaria de olho, ao menor sinal de perigo pedirei que os guardas o retire da presença do jovem Ómega. - Avisa júlia ao Alpha que concorda com a cabeça, sorrindo pela preocupação da Hibrida de Raposa na sua frente.

Com dificuldade o jovem Alpha se levantou e em passos lentos, o que obrigou Júlia a abrandar, seguiu-a pelos corredores, demorou um pouco e logo estava a porta do quarto onde estava o jovem príncipe, os Betas que guardavam a porta barraram a passagem do Alpha mas logo deram passagem ao mesmo após receber da quarta esposa um papel, carimbado pelo selo real do rei, autorizando assim a sua passagem.

Ao entrar no quarto André precisou cobrir o nariz, o quarto fedia aos feromónios liberados pelo do irmão sedento por sexo, o jovem ómega se encontrava jogado sobre a cama, aparentava estar cansado e fraco. Júlia explicou que o jovem ómega mal conseguia dormir a noite e para comer era necessário muita insistência. Assim que o jovem ómega reconheceu o aroma do irmão abriu seus olhos, ao vê-lo soube não se tratar de uma ilusão. Mesmo fraco se levantou da cama e jogou-se nos braços do irmão, suspirando aliviado, deixando-se relaxar nos braços protetores do irmão que o abraçava forte e o cobria com seus feromónios passando-lhe a sensação de proteção.

-Eu estava com muito medo. - disse o jovem ómega com voz fraca e tremula.

-Eu estou aqui, não precisa mais ter medo. - Diz André com uma voz suave, enquanto fazia carinho nas costas do irmão.

-Emocionante, o reencontro dos dois amantes. - O momento dos dois irmãos foi interrompido pelo bater de palmas, Thais se encontrava a entrada do quarto os observando com desdém.

-Thais! Que faz aqui? - pergunta Júlia surpresa com sua aparição no quarto do jovem princípe, pois durante todo esse tempo Thais não mostrará disposição ou interesse em ajuda-la nos cuidados com o jovem Ómega.

-Apenas vim assistir o espetáculo, quero só ver a reação do rei ao saber que você deixou um Alpha se aproximar do seu novo bichinho de estimação. - Disse maliciosa, destilado seu veneno como sempre - Eu vi quando entraram no quarto, então resolvi vir ver no que isso ia dar.

- O rei já sabe que estou aqui. - diz André sério - Não se preocupe jamais faria mal a aqueles que me são preciosos. - Diz acariciando carinhosamente os cabelos do ómega em seus braços.

-Como é possível isso? - pergunta Thais não entendo como o rei pode permitir que tal Alpha petulante se aproximasse de seu ómega.

-E verdade, aqui está o pergaminho carimbado pelo próprio rei. - Entrega Júlia o decreto a Thais que o lê com os olhos arregalados, não querendo acreditar no que seus olhos estão lendo.

-Porque isso? O rei nunca foi assim com ninguém. - Diz Thais se não reconhecendo as atitudes do homem com quem era casada.

-Não questione sobre coisas que você não tem capacidade de entender. - diz André o que enche Thais de fúria e a faz deixar o quarto afirmando não querer perder seu tempo com seres inferiores, mantendo a posse de vitoriosa embora tenha sido extremamente afetado pelas palavras do jovem jovem Alpha.

-Perdoe a crueldade dela. - Pede Júlia envergonhada pelo comportamento de terceira esposa . - Por vezes Thais consegue ser muito inconveniente.

-Não há o que se desculpar, por dizer o que se pensa não faz de uma pessoa necessariamente maldosa ou cruel. - Diz André - Na verdade isso chega a ser uma qualidade admirável. - Thais que escutava atrás da porta não pode ficar mais surpresa, nunca ninguém tinha dito palavras tão gentis a seu respeito.

Desde pequena Thais sempre teve essa esse ímpeto por dizer o que lhe vinha a mente, embora achasse ser mais um defeito do que uma qualidade. Era uma pessoa sincera e sempre dizia o que pensava, não medindo as consequências de seus atos mesmo sabendo que as vezes acabava magoado as pessoas a sua volta.

Filha bastarda de um rei que sequer se importava com ela, cresceu sendo desprezada por seus meio irmãos, aprendeu desde bem sedo que era melhor magoar do que ser magoada. Por isso sempre mantinha aquela posse de superior aos outro, em pouco tempo se viu sozinha, sem amigos e afastada da família pois ninguém gostava de ouvir as verdades que ela sempre dizia. Contudo se forçava a acreditar que estava melhor sozinha do que rodeada de gente falsa.

Ouvir o jovem Alpha falar dessa forma bondosa sobre seu respeito fez seu coração inflar, estava alegre como a muito tempo não estava. Não conseguindo controlar as lágrimas que insistiam e banhar sua face correu para seu quarto, acabando por não perceber que de longe o rei observava a cena com um sorriso, mais uma vez impressionando pelo jovem Alpha.

De Repente Príncipe (Romance Gay) [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora