De Repente Príncipe (Romance Gay) [ABO]

Cap XII: Hora da despedida

Às ordens do rei preparativos foram feitos para que a comitiva da Fortaleza de Cristal partisse o quanto antes, soldados foram destacados para os acompanhar e mantimentos para alimentar o povo foram providenciados, André e Dominic estavam extremamente feliz por seu povo mas uma sombra abitava seus corações. Pela primeira vez em anos os irmãos iriam se separar, o jovem ómega não poderia acompanhar sua comitiva e regressar a seu povo, aquele não era mais seu povo, estava consciente das consequências de substituir o príncipe, sabia que não poderia regressar.

Vinham se preparando para esse momento desde que a proposta lhes foi feito pela Rainha Mãe mas nada se comparava a dor que estavam sentindo no momento, os irmãos eram capas de tudo um pelo outro, porém estava algo muito mais importante que os dois em risco, a sobrevivência de um reino inteiro.Com a união das duas Fortalezas as relações comerciais que a Fortaleza de Cristal tinha com outros Reinos seria restabelecida, as trocas comercias voltariam, o Reino uma vez mais prosperaria, sem falar é claro, na proteção que advinha de tal acordo/união.

O Rei Oris nunca teve grande interesse em unir seu Reino próspero a um Reino em decadência, O ómega macho seria apenas mais uma de suas aquisições, um acessório a mais em seu harém, mas ao ver a bravura dos dois irmãos, embora desconheça este fato, não pode deixar de se interessar pela aliança, embora sempre diria que não passava de estratégia política.Desde que Dominic adentrou ao palácio e a audácia com que se dirigiu ao rei, a sua coragem e bravura demonstrada em várias situações, assim como a de André conquistaram o respeito e interesse do Rei, que não pode ignorar os seus apelos em prole de seu povo.

-Em breve a comitiva estará partindo. - Diz André, que conversava com o irmão da varanda do quarto que este passaria a ocupar, até o casamente e então poderia se mudar para o harém, dali os irmãos tinham uma visão privilegiada, conseguiam ver os servos do rei que trabalhavam arduamente para preparar tudo para a viagem. - Tem certeza de que vai ficar bem? - pergunta preocupado com o irmão, seria a primeira vez que se separaria de seu irmão mais novo, em sua cabeça só conseguia pensar em como os anos haviam passado tão rápido.

-Não se preocupe, eu ficarei bem, não sou mais nenhuma criança indefesa. - diz Dominic tentando tranquilizar o irmão, embora estivesse apavorado pela possibilidade de não ter mais o irmão por perto o protegendo a todo momento, porém jamais diria isso só irmão, não se perdoaria se o deixasse partir cheio de preocupações.

-Eu sei meu irmão... eu sei... - fez uma pausa procurando as palavras certas para aquele momento, acabou suspirando desistindo, não existiam palavras certas para uma despedida - Eu apenas vou sentir muita a sua falta, afinal de contas nunca nos separamos antes. - diz acariciando os cabelos do irmão.

-Eu sei, mas quando concordamos com isso sabíamos bem o preço que teríamos de pagar para assegurar que o nosso povo estaria bem, não me perdoaria nunca se não fizéssemos nada para ajudar sabendo que o poder estava em nossas mãos. - fala Dominic certo de que tinha feito a coisa certa. - Não se preocupe logo nos veremos, o casamento é dentro de algumas semanas.

-Mal posso esperar, ainda ontem andava nas fraldas agora olha para você. - fez uma pausa observando o irmão que estava bem a sua frente, ambos com os olhos marejados pela emoção - Meu irmão você se tornou um belo ómega e um irmão que me enche de orgulho, nunca se esqueça disso. - disse abraçando o irmão, não conseguiram mais segurar as lágrimas.

-Você também, sempre foi meu exemplo, meu modelo e saber que tem orgulho em mim alegra e muito o meu coração. - respondeu ao irmão.

Abraçados e chorando em silêncio os irmãos permaneceram por um bom tempo, sequer percebendo a presença do rei, que os observava com um sorriso amoroso, ver a forma como os dois interagiam podia o deixar com ciúmes, ele sabe que é um rei ciumento e odeia que se aproximem do que lhe pertence, porém não conseguia sentir ciúme ao ver o quão íntimo eram os dois. Mesmo estando desfrutando do momento teve que o interromper e dizer a que veio, limpando a garganta bateu a porta da varanda, vendo os dois irmãos se separarem e limpar suas lágrimas apressadamente, entrou na varanda e caminhou até aos dois.

-Sei que estão se despedindo, desculpa se incómodo. - Disse Cortez, não querendo ser mal educado ou rude de algum modo.

-O senhor meu rei não incómoda. - responde André pelos dois.

-Bom eu apenas vim avisar que está tudo preparado para a viagem, embora eu pessoalmente preferia que ficassem por mais algum tempo. - disse o rei sinceramente olhando diretamente para o jovem Alpha a sua frente, um jovem que aprendeu a admirar, alguém que gostaria que fizesse parte de sua corte.

-Nós também gostaríamos, porém nossa vinda aqui não se trata apenas de cortesia ou divertimento, viemos com uma missão e um propósito em mente, não podemos mais ficar. - diz André se dirigindo, respeitosamente, ao rei.

-Com já disse, gostaria que ficassem por mais tempo, porém entendo os vossos motivos de partir tão subitamente, isso só mostra o quão nobre são os vossos corações, fazia tempo que não conhecia jovens de valor como você meu caro. - disse estendendo a mão para um aperto de mãos, ato que era dirigido aos que realmente cativassem o rei. - Você meu jovem daria um ótimo Rei. - disse ainda no aperto de mãos.

-Muito obrigado por suas palavras, não sabe o quanto elas significam para mim. - disse André feliz, tentando gravar o máximo daquele momento em suas lembranças.

Após isso os três seguiram até ao pátio, giantestico diga-se de passagem, do castelo onde todos apenas esperavam pelo jovem Alpha, os preparativos estavam terminados, os alimentos e outros mantimentos já se encontravam muito bem guardados nas carroças, os guardas que seguiam com eles e a comitiva já se encontravam prontos e montados em suas respetivas montarias.

-Se cuida meu irmão. - diz André beijando a testa do irmão.

-Vá em paz, eu ficarei bem. - diz Dominic tranquilizando o irmão. - Estarei em boas mãos. - diz apontando para Júlia, que acabava de chegar junto das outras esposas para se despedir.

-Confio o príncipe em suas mãos, por favor cuide dele por mim. - diz se dirigindo a Júlia de cabeça baixa em sinal de respeito ao rei, ato que não passou despercebido e muito alegrou o rei.

-Vá em paz o jovem príncipe será muito bem tratado, não deixarei que nada lhe aconteça. - Diz Júlia sorrindo para Dominic que agradeceu com o olhar.

-Minhas senhoras. - reverenciando as outras esposas do rei - Me sinto encantando em lhes ter conhecido. - disse educadamente porém não obteve resposta de ambas, Thais não sabia o que responder e Isis não se importava nem um pouco com aquela situação toda, apenas estava presente porque foi obrigada por Júlia.

Após reverenciar o rei André subiu em sua montaria, um belo cavalo negro, puro sangue, presente do rei para que fizesse uma boa viagem, mais uma vez olhou em direção ao irmão e com os olhos marejados deu um aceno de cabeça se despedindo e seguindo seu caminho.