Cap XIX: Nada Justifica

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Não demorou muito e logo o médico real estava adentrando ao quarto do rei acompanhado de dois enfermeiros betas, pela urgência do momento o rei sequer se incomodou com o fato do médico não ter pedido permissão para entrar em seu quarto, logo se aproximando da cama onde o jovem ómega estava deitado ainda inconsciente, era visível pelo seu corpo tremulo e pelo fato de estar suando muito que o jovem ómega estava sofrendo.

Para poder fazer seu trabalho com tranquilidade e o máximo de precisão e eficiência o médico praticamente expulsou Oris de cima da cama onde estava sentado para examinar a situação do jovem ómega. Assim que o fez olhou com reprovação para rei, que acabou desviando o olhar envergonhado, mas nada disse, aquele não era o momento certo para uma conversa como a que pretendia ter com o rei. Para poder concluir o que fazia teve, efetivamente, que expulsar o rei do quarto para que os enfermeiros pudessem trabalhar sem a pressão da ameaça de ter as mãos arrancadas caso tocassem o ómega, pois pela forma atenta como o rei os observava era o que acabaria por acontecer.

 Com o rei fora do quarto e sem ameaças os enfermeiros, sobre as ordens do médico, agiram rapidamente, deram um banho morno para tentar diminuir a temperatura do jovem ómega, após o banho colocaram uma pasta feira de ervas medicinas em alguns ferimentos que ómega tinha nas mas, deduziu o medico por esmurar a porta de ferro da cela em que estava preso,  passaram também sobre as marcas roxas nos braços e no pescoço, após isso o colocaram em uma roupa confortável e o deixaram dormindo, agora sereno sobre a cama.

-Meu rei. - o médico chamou a atenção do rei que, ansioso, andava de um lado para o outra na frente da porta de seu próprio quarto.

-Como ele está doutor? - pergunta preocupado se aproximando do médico.

-No momento está estável mas está muito fraco, tem alguns ferimentos nas mãos que pelo fato de estar enclausurado em uma cela imunda acabou por infecionar, motivo pelo qual teve febre. No momento precisa de muito repouso e se alimentar bem, voltarei depois para ver como ele está e trocar os curativos, agora se me dá licença preciso voltar para meus afazeres. - diz o médico em tom calmo e sereno embora seu olhos expressassem claramente sua indignação para com o rei, enquanto súbdito não tinha autoridade para intervir nos assuntos do rei mas enquanto Alpha reprovava a atitude do rei, seu instinto protetor estava o implorando para que arrancasse o pequeno daquele quarte e o mantivesse o mais longe possível dos olhos do rei.

-Muito obrigada. - diz o rei agradecido.

-Não fiz mais do que minha obrigação, porém devo lhe advertir para que tome uma postura diferente para com o ómega, como o senhor bem sabe ómegas precisam de carinho e proteção. - diz as últimas palavras e se retira da presença do rei antes de dizer algo que podia se arrepender.

O rei, é claro, não ficou nem um pouco satisfeito por ser repreendido por seu súbdito, porém sabia que este estava certo. Alphas podem ser muitas coisas, machistas, egoístas, extremamente possessivos, pavio curto, entre muitos outros defeitos mas se tem uma coisa pela qual presam é a segurança e a proteção de um ómega. O Alpha que desconsidera esse princípio é pior que lixo e no memento esse era o sentimento que dominava o rei.

De cabeça baixa o rei entrou no quarto, sentindo olhares reprovadores sobre si, com o peso da culpa se fazendo presente sobre seus ombros. Tomando cuidado para não despertar o ómega, que agora parecia estar em um sono tranquilo, se sentou sobre a cama e ficou observando a face serena de Dominic. Graças aos cuidados médicos a febre tinha diminuído consideravelmente, já não tremia mais e seu rosto começava a voltar a sua coloração normal. Por momentos cogitou a possibilidade tocar sua face mas se impediu de o fazer a centímetros de o tocar e foi nesse exato momento que a porta foi aberta bruscamente, o rei agradeceu pelo barulho não ter acordado Dominic, que continuou dormindo serenamente, mas se sentia contrariado, afinal todos tiraram o dia para invadir seu quarto sem o menor respeito.

-O que você fez? - a voz de Isís se fez presente no quarto mesmo antes que o rei a repreendesse por sua falta de respeito por entrar em seu quarto daquela forma.

-O que está fazendo aqui? E quem te dê deu permissão para entrar em meu quarto dessa forma? - perguntou o rei irritado com a presença de Isís , por outro lado sua segunda esposa sequer se importou com a repreensão do rei, pela primeira vez estava extremamente chateada com as atitude de seu esposo e não estava nem um pouco disposta a deixar aquela situação passar sem que o rei soubesse seu ponto de vista sobre o assunto.

-Mal pude acreditar quando ouvi os servo sussurrando pelos corredores. - diz Isís se aproximando da cama e expulsando Oris da mesma ocupando seu lugar passando a fazer um carinho no coro cabeludo do ómega adormecido, que acabou por suspirar ao sentir o toque carinhoso em sua cabeça o que não agradou nem um pouco o rei, afinal de contas uma Alpha estava acariciando o seu ómega.

-As fofocas se espalham rápido. - diz o rei revirando os olhos, um ato nada comum de sua parte, tentando disfarçar um pouco o ciúmes que aos pouco só parecia aumentar, não queria perder o controle uma vez mais, motivado por seus sentimentos, e acabar por fazer mais uma besteira.

-Não entendo como pode agir dessa forma. E eu que pensava que você estivesse realmente se apegando a este ómega, pensei que finalmente estava superando seu luto mas depois disso fosso afirmar que não reconheço mais em você o Alpha justo e bom que você sempre mostrou ser. Como pode machucar um ser tão frágil e indefeso com o este? - diz Isís indignada com o comportamento do rei a sua frente.

-Como se isso te importasse, estou te avisando Isís não se meta nos meus assuntos. - diz o rei rispidamente perdendo a paciência com sua esposa, estava a um passo de usar sua voz de comando contra ela, sabia que mesmo ela sendo uma Alpha ainda era mais fraca que ele.

-Ou o que? Vai usar sua voz de comando e me fazer sair do seu quarto assim como um cachorro com o rabo entre as pernas? Tenha mais respeito, também sou Alpha e além disso sou sua esposa, não sou uma cadela qualquer que basta usar sua vos de comando que vou colocar o rabo entre as pernas e abaixar a cabeça para você. - diz Isís, igualmente irritada, perdendo o controle. - Poço me manter indiferente a muita coisa nesse palácio mas isso porque não quero me preocupar com coisas insignificantes mas isso. - ela aponta para o jovem ómega dormindo alheio a toda confusão que acontecia a sua volta. - Você magoou um ómega, justo você que defende a igualdade e o respeito entre as classes. Como pode descer tão baixo?

-Eu sei... - o rei se dá por vencido, sabia que Isís estava certa desde o começo - Eu estava cego de raiva e acabei por fazer isso, agora estou me sentindo pior que lixo, eu sinceramente não queria o ter magoado mas na hora eu estava tão fora de mim que acabei por tomar essa decisão de cabeça cheia. - diz o rei arrependido.

-De que adiantar seu arrependimento? Nada justifica o que fez. Se fosse eu jamais o perdoaria mas eu sei que esse ómega te perdoar assim que pedir porque ele tem um bom coração. Coitadinho não merecia passar por isso. - diz Isís com pena de Dominic.

-Isís me faz um favor, Leva ele para seu quarto e cuide dele lá, será melhor se eu me manter distante por enquanto. - diz o rei olhando para a janela não querendo ver o momento em que o ómega seria tomado pelos braços da Alpha.

-Claro, cuidarei bem dele e fique sabendo que se machucar ele de novo eu mesma darei um jeito para que jamais tenha nenhum tipo de contato com ele. - diz Isís ameaçadoramente e sai do quarto com o jovem ómega em seus braços, deixando para traz o rei e sua culpa.

De Repente Príncipe (Romance Gay) [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora