Cap XXXII: Naor, uma homenagem [Fim]

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Dominic acordou algumas horas após o parto, sentia-se dolorido, sabia dos riscos que enfrentava durante o parto e quão doloroso seria, porém estava extremamente feliz por ter tido a oportunidade de gerar e trazer um novo ser ao mundo. Estava agora em seu quarto, deitado em sua cama. Ao seu lado, dormindo, o ser mais lindo que alguma vez teve a oportunidade de ver. Seu filhote, o ser que abrigou em seu ventre por meses, daquele dia em diante a pessoa mais importante de sua vida. Relutou em toca-lo, afinal era tão pequeno e frágil, temeu machuca-lo.

Com extrema cautela tomou-o em seus braços, não pode deixar de sorrir abertamente ao ver, finalmente, o rosto lindo do seu filhote. E embora estivesse extremamente feliz não pode impedir que suas lagrimas banhassem seu rosto ao refletir em tudo que teve que passar na vida para chegar no momento em que se encontrava. Quando ainda viviam na Fortaleza de Cristal, devido a forma miserável como vivia com seu irmãos, por muito pouco não perdeu as esperanças de um dia poder gerar uma vida, afinal de contas seria muita irresponsabilidade sua trazer mais um ser ao mundo para sofrer, embora esse fosse seu maior sonho desde que descobriu-se como um Ómega.

Quando aceitou passar-se pelo príncipe falecido não pensava que algo do tipo poderia acontecer. Até porque, durante todo tempo em que esteve recebendo treinamento para tomar o lugar de seu sósia, não foram poucas as vezes em que era alertado de que aquilo não era um conto de fadas, seu único propósito era assegurar que a aliança entre os dois reinos fosse consolidada. Foi-lhe instruído a não criar ilusões em sua mente jovem e realmente assim fez, chegou na Fortaleza de Oris consciente de seu destino. Sequer passava por sua mente a possibilidade de que o rei fosse interessar-se verdadeiramente por si, muito mesmos poderia imaginar que ele lhe daria a coisa mais preciosa de sua vida, seu filhote lindo.

Estava distraído, imerso em seus pensamentos, que seque apercebeu-se da entrada dos dois Alphas que, agora aliviados por o ver finalmente desperto, o observavam como se fosse algo divino e na visão deles ele realmente era. Não queriam estragar aquele momento entre o Ómega e o filhote recém-nascido mas não conseguiam mais apenas ficar observando, queriam fazer parte daquele momento afinal aquela era a família que tanto queriam. Com movimentos calmos os dois aproximaram-se da cama, o rei sentou-se au lado de seu amado abraçando-o e beijando sua testa com ternura, o que fez o Ómega sobressaltar em surpresa mas ao notar de que tratava-se aquele ato de afeto desviou seu olhar do filhote para o seu esposo mostrando-lhe o seu melhor e mais lindo sorriso.

Na beirada da cama, em uma posição em que ficava de frente para seu irmão, André sentou-se mal conseguindo conter as lagrimas que tanto lutavam por banhar seu rosto, contudo desta vez foi mais forte do que suas emoções. Na sua frente a cena mais linda que alguma vez teve a oportunidade de ver, seu irmão com seu sobrinho, recém-nascido, nos braços sorrindo para seu cunhado enquanto este abraçava-o de forma protetora enquanto retribuía o mesmo olhar terno e sorriso que este lhe oferecia. André não poderia pedir por mais, seu irmão estava feliz como jamais foi ou jamais seria se não fosse por sua bravura.

-Ele é tão lindo, parece muito com você quando filhote. -Diz André finalmente quebrando o silencio que dominava ambiente, estourando a bolha em que o casal a sua frente encontrava-se, e tornando-se assim o centro das atenções. Dominic ao ouvir o que o irmão disse não pode evitar senão oferecer-lhe também um sorriso, só que este era ainda maior do que ofereceu ao marido. Sentia-se completo tendo os dois Alphas ao seu lado e seu filhote nos braços.

-Você quer segurar seu sobrinho? - Dominic ofereceu, André como o típico tio babão que era aceitou quase que imediatamente com acenos de cabeça ferríticos. - Apenas toma cuidado para não deixar o filhote cair e segure a cabeça com cuidado. - Adverte ao irmão enquanto colocava cuidadosamente o filhote em seus braços.

-Não preocupe-se meu irmão, sei bem como segurar um filhote. Quem você pensa que cuidava de você quando era apenas um filhote? - Embora sentia-se ligeiramente ofendido pela advertência do irmão, escolheu relevar seu comentário. Era o primeiro filhote que dava a luz, era natural que seus instintos protetores estivessem a flor da pele, porem não conseguiu mascarar sua indignação.

De Repente Príncipe (Romance Gay) [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora