𝐑𝐄𝐍𝐄𝐆𝐀𝐃𝐀 ᵉᵐ ʳᵉᵛⁱˢᵃ̃ᵒ

capítulo extra 0.6 - Capturado

          Batidas incessantes na porta do quarto despertam-me de um profundo sono. Estou exausto caminhar de Konoha à Vila da Areia não foi nada fácil, por conta deste cansaço custo um pouco até aceitar e criar coragem para ver quem é o responsável por perturbar meu descanso.

Bocejo alto enquanto espreguiço, ainda deitado na cama, ao me virar percebo que a cama de Hinata está vazia e intocada. "Onde ela está?" É o primeiro pensamento que me ocorre.

Sei que Hinata sabe muito bem se cuidar, não devo me preocupar porque ela não passou a noite aqui, ou devo? De fato, aquela garota ainda é um tanto quanto estranha, sempre na defensiva, sempre esperando por um deslize, sempre atenta, pronta para atacar quem quer que seja.

Quando trouxemos Hinata de volta a Konoha pensei que seria bem mais fácil trazer a antiga Hyuuga à tona, mas tem sido mil vezes mais complicado, cheio de obstáculos e barreiras entre quem ela foi e é hoje.

E para piorar, sinto que estou a cada dia que passa afastando-a, mais e mais de mim e de Konoha. Ter criado sentimentos reais por Hinata foi o pior erro que posso ter cometido, espero que Kakashi, Yamato e Tsunade nunca descubram que o leva e traz — ou informante como dizem — deles se rendeu aos encantos daquela Hyuuga.

Novamente as batidas violentas na porta me obrigam a levantar e ver quem está do outro lado muito impaciente.

— Quem está ai? ... — pergunto sem abrir a porta encosto a cabeça nela.

Sem obter resposta, fico curioso e decido abrir a porta, dando de cara com os olhos perolados de Hinata, sua expressão é péssima, olhos marejados, sinto o cheiro forte da mesma bebida que Jiraya costumava beber.

Ela sorri e tomba a cabeça para o lado de uma maneira tão fofa e desajeitada, seus olhos se apertam enquanto pende o corpo para a frente caindo em meus braços, imediatamente seguro-a.

— Tudo bem, Hinata?! — ela levanta a cabeça analisando minha face minuciosamente antes de morder o lábio e balbuciar.

— Vai ficar! — arregalo os olhos, surpreso com as palavras manhosas que acabará de escutar.

Antes que pudesse pensar ou reagir, Hinata pula ferozmente em cima de mim, seus lábios me tocam sem sutileza alguma, não retribuo apenas tento afastá-la.

Hinata reluta, forçando me a dar passos para trás até cair de costas na cama, com ela sobre meu corpo.

Assustado e confuso, questiono a todo instante o que está acontecendo, a azulada simplesmente não responde e continua distribuindo beijos por meu rosto.

Esta é a primeira vez que sou tocado assim por uma garota, não sei se é para ser assim, mas estou com medo do que vira pela frente.

— Hi...nata, o que você tomou? — seguro seu rosto com as mãos, cessando os beijos. — Pare de fazer isso consigo mesma! — meu pedido é em vão, Hinata balança a cabeça com um não e sussurra:

— Não estou fazendo nada comigo, amor... quero que você faça, Uzumaki! — diz séria, nego com a cabeça.

Hinata surtou de vez e estou indo pelo mesmo caminho.

Dessa vez, ela beija carinhosamente meu rosto, levando lentamente minhas mãos para cima e então quando me dou conta estou amarrado, com os braços presos na cabeceira da cama. Olho para minhas mãos confuso, de onde Hinata arrumou estas amarras?

— Pra que isso, Hinata!? — tento me soltar, mas não consigo.

— Agora você foi capturado, Jinchuuriki. — fala sem cerimônia, sinto que os olhos estão prestes a pular para fora.

— Ca...capturado?! — gaguejo com o tremor que percorre todo meu corpo. — Do que está falando?! Me solta, Hinata!

Ela nega de sorriso no rosto e senta sobre meu quadril rebolando lentamente. Jogo a cabeça para trás, sentindo meu corpo reagir rapidamente aos movimentos de Hinata. O que ela está fazendo?

Mordo o lábio tentado não gemer. Isso é completamente errado, mas ser capturado por esta Hyuuga está sendo bom demais.

De supetão, ela volta a me beijar, desta vez é impossível não retribuir. Por conta da minha falta de experiência em situações como essa, sinto todo corpo arrepiado e meu amigão está vivissímo dentro do pijama.