Max.

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Não havia muita coisa para levar pra academia de Gael. Apenas  luvas e algumas ataduras. Meu mestre dissera que teríamos que ficar o mais próximo possível do local, por isso eu decidi alugar meu antigo apartamento.

Nele eu vivi muitas coisas. Eu chorei,  eu sorri, passei noites maravilhosas e outras terríveis. Apesar de tudo, eu amava aquele lugar e quando o Seu Fernando me disse que eu poderia alugar, foi como voltar pra casa.

Já instalada, revivi cada detalhe da minha última estada ali. 

Foi a noite da briga com Lobão, onde eu ficara desacordada e ele pensou que eu estava morta.

O som da campainha me tirou dos meus dos devaneios. Já estava me arrastando até a porta quando ouvi os gritinhos histérico de Max.

— Amiga, abre logo essa porta que eu estou cheio de sacolas.

— Eu já vou, Max! Nossa o que é isso. — me surpreendi ao ver o tanto de coisas de ele carregava.

—Amor, você achou mesmo que eu não iria trazer umas coisinhas pra dar um UP nesse apartamento? Tem várias coisinhas que é super a sua cara e pode ter certeza que vai ficar tudo lindo.

Uma das coisas que mais amava no Max era essa mania que ele tinha de alegrar tudo. Mesmo com as dificuldades e preconceitos, ele era forte e me passava uma grande segurança. Aquele amigo que diz: Vai! Se der errado você volta que eu estou aqui pra te levantar. 

— Só você mesmo, viu? Quer comer alguma coisa?

— Quero sim. Eu estou morto de fome. Mas e você, meu amor? Como está esse coraçãozinho?

— Só de pensar que amanhã eu vou ter que encarar toda aquela turma, já me travo inteira. Foram dois anos evitando todos eles pra agora eu levar essa rasteira da vida.

— Se acalma! Você é uma lutadora. Caiu, levanta linda e maravilhosa, como se fosse a Beyoncé.

Não tive como não sorrir. Essa excentricidade de Max era incrível.

— Queria que minha vida fosse fácil como nos clipes das cantoras de pop.

— É o lutador gato, não é? Eu vou ser sincero: ele deve está feliz com a namorada sem salzinha dele e a sua obrigação é ser feliz também. Você tem uns peitos que faria inveja a qualquer uma, é determinada e vai a luta. O que mais um homem poderia querer? Amor,  você está solteira! Curti isso, cai de boca nos gatinhos e esquece esse homem!

— Falar é facil! — disse enquanto tomava um suco. — Queria arrancar ele do meu coração. Porém, a vida sempre me empurra pra ele.

— Nat, quando você chegar lá, ignora o boy e investe em outro. Se ele for pra ser seu, ele vai voltar pra você, se não, de mãos abanando e passando recibo, você não fica.

Fiquei mastigando as palavras de Max. Mas uma vez meu amigo estava certo. Eu não podia ficar passando recibo a vida toda. Precisava me abrir para novos relacionamentos.

— Está bem! Mas enquanto esse homem dos sonhos não aparece, o que eu faço?

— Simples. Chega causando!
Comprimenta o boy numa boa, como se ele não te fizesse tremer, fala com a inimiga normalmente, joga seus cabelos lindos e sai poderosa.
Nossa amiga! Queria ser uma mosquinha só pra ver a cara deles quando você chegar.

Max havia me enchido de ânimo! Era isso que eu iria fazer. Se os meus inimigos achavam que eu iria chegar desestruturada, eles estavam muito enganados. Juntaria todas minhas forças e os encararia com a  garra e a determinação de uma verdadeira leoa.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora