Você não me ama mais?

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Enquanto Cobra tentava esconder o que estava embaixo da toalha e eu tentava maquinar uma forma de explicar o que estava acontecendo.

Analisei a situação: Cobra e eu sozinhos no QG, ele nu e eu com sua toalha na mão. Meu deus, eles não entenderiam.

— Eu posso explicar, Jade! — Cobra se pronunciara. — Não é nada disso...

— Que eu estou pensando, não é!? — os olhos dela brilhavam de ódio. -Eu não estou pensando vagabundo, estou vendo.

— Calma, gente! Eu e o Cobra estávamos lutando, aí a toalha dele caiu.

— Ou você arrancou? — Pedro estava irado. — Sentiu saudades do corpo sarado do seu irmão?

Aquilo me doeu na alma. Pedro me ferira terrivelmente proferindo aquelas palavras.

— Você acha que eu sou o quê? — disse chorando.

— Olha aqui, seu moleque!

Cobra arrancara a toalha da minha mão colocando em sua cintura, sem ao menos se importar se eu iria ver alguma coisa ou não.

— Se você pensa que vai ofender a Karina, você está bem enganado. Eu te parto no meio está me ouvindo? Não rolou nada aqui, somos irmãos. Quer saber de uma?

Sem pensar nas consequências, Cobra arrancou a toalha novamente e aí sim não teve como eu não "reparar" no que estava bem diante dos meus olhos.

—Você está louco, Cobra! — Jade tentava tampa-lo mas sem muito sucesso.

— Ué, porque? Você já viu não sei quantas vezes, o guitarrista também têm e a Karina é minha irmã. Isso mesmo. Ela é a minha irmã e vocês dois são dois bestas. Fica aí perdendo tempo sentindo ciumes de nós dois ao invés de caçar um jeito de consertar as coisas. Vocês deviam era ter vergonha na cara.

Não pude deixar de rir. Toda vez que Cobra ficava nervoso, ele falava como se ainda estivesse morando em Goiânia. Adorava quando o seu sotaque ficava evidente.

Jade e Pedro se entreolharam, enquanto eu tentava a todo custo não olhar para Cobra. Eu rezava mentalmente para que ele resolvesse pelo menos por uma cueca.

—Está bem! Me desculpa K, eu não queria te ofender mas você sabe que eu tenho ciúmes do Cobra e aí eu me deparo com isso.

— Está desculpado, Pê. Mas eu já lhe disse pra parar de besteira.

-— Se eu fosse você guitarrista, ficava mais preocupado com os caras lá da faculdade dela, que estão cheio de segundas intenções. Eu mesmo já vi um chamando ela pra ir estudar na casa dele. Sei bem o tipo de assunto ele quer estudar! — Cobra piscou um olho enquanto colocava novamente a toalha.

— Cobra! Eu aqui tentando diminuir o ciúmes do Pedro e você vem com esse papo.

— Quem é esse cara, Esquentadinha? — Pedro me olhava sério, tentando não rir.

— É o Felipinho mas não é nada demais. É só meu colega de classe.

— Quando uma mulher chama o cara pelo apelidinho é por que já está cheia de intimidade.

—Ah, é? Pois amanhã eu vou lá ver do que ele te chama.

— Você não ia viajar? — perguntei preocupada.

— O show foi adiado. A Paulinha está com febre e o médico disse que é virose.

— Agora que eu já banquei a ruiva e fiquei sem roupa eu vou me vestir de verdade antes que eu pegue uma virose.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora