Apoio de pai.

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— Alô, Lobão? — disse sem um pingo de ânimo.

—Não, é a sua avó! O que você quer?

— Temos que discutir os preparativos para a viagem.

— Você coloca a roupa na mala, beija a sua mulher e diz adeus para seus filhos. Pronto, acabou os preparativos.

— Eu sei, seu idiota! Mas nós vamos no seu carro ou no meu? Que dia? E por último e mais importante, eu selecionei uns hotéis confortáveis e baratos para nos hospedarmos.

Lobão ficou em silêncio. Provavelmente processando o que eu disse.

— Eu não vou ficar em hotel barato. Tenho dinheiro o suficiente pra ter um bom conforto.

— Exatamente. Você têm dinheiro e eu não. O que você quer gastar de hotel eu gasto em três meses de alimentação aqui em casa. Sou pai e tenho responsabilidades. Sabe o que é ter cinco filhos?

— Quem mandou não usar preservativo? Eu já disse que vou ficar em hotel bom. Se você não pode é só ficar no de quinta categoria.

— Olha só eu também não gosto desse contato que estamos mantendo mas precisamos ficar juntos. Não faz sentido ficarmos em hotéis diferentes. E se aparecer alguma pista?

Silêncio. Ele apenas me ouvia.

— Eu pago o hotel e você a gasolina.

Lobão desligou o telefone sem nem ao menos ouvir minha resposta.

Fiz as contas e por mais que eu espremesse não ia ter jeito. Só poderia pagar a gasolina. Em hotel de luxo o meu dinheiro só iria dar pra dois dias e olhe lá.

— Pai, aqui o convite para a peça. Não sei do que eu sou capaz se você não for. Nem mesmo a Julieta me deu tanto trabalho.

Bianca parecia empolgada. Ela havia se esforçado muito. Indo dormir alta horas da noite com João pra bater o texto freneticamente até atingir a perfeição.

— Claro que vou! Se eu não tiver me resolvido com o Lobão, eu largo tudo e volto pra te ver.

— Estou contando contigo na platéia. Não me apresento se a familia não estiver completa.

— Ótimo. Cadê o convite da Nat? — disse já esperando o chilique de Bianca.

Ela ficou séria. Olhava para o meu convite como se fosse toma-lo de mim.

— Eu não vou chamar a Nat. Se ela quiser ir que compre o convite. Não irá como minha convidada. Ela vai sentar no fundo. A minha família é que vai sentar na primeira fileira.

— Ela faz parte da sua familia sim. É sangue do seu sangue e você precisa acordar pra vida, filha. A Nat está com o Lobão e o Duca é louco por você. O que mais você quer?

— Ela longe! Vivi dois anos de paz com o Duca e agora ela chegou e ele está estranho comigo.

— Até eu estaria estranho se a minha namorada ficasse dando crises de ciúmes a cada cinco minutos. Você precisa confiar mais no Duca e principalmente na Nat.

— Como assim na Nat? É nela que eu não confio mesmo. — Bianca batia os pés pertinentemente.

— Você acha mesmo que você sendo irmã dela, a Nat iria ficar com o Duca?

— Não duvido de nada que venha dela. Só queria que ela sumisse. Fosse sua filha a quilômetros daqui e que deixasse a gente em paz.

— Ela é sua irmã! Porque não faz como a Karina? Parar de provocar é melhor do que ficarem brigando. Ela ama o Duca tanto quanto você mas está procurando o rumo dela. A maioria das vezes ela está quieta e você procura encrenca.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora