Meu anjo.

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Depois que Gael fora embora, eu deitei em minha cama, pensando na conversa com Cléo.

Eu a havia magoado muito. Doía mais em mim do que nela. Eu mandei ela ir embora mas ela resistiria como ela mesmo dissera, até o fim.

Precisava esfriar a cabeça. Já tinha tudo planejado para a abordagem. O difícil era convencê-la a vir comigo.
Liguei para Luís pedindo o carro frio, tudo estava pronto.

Tentei fazer o mínimo de barulho ao sair de casa. Cléo dormia tranquilamente no sofá. Estava usando sua famosa camisola dos ursinhos carinhosos.

Dirigi sem pressa até o apartamento da Nat. Fiquei ali a tarde inteira  esperando um sinal que fosse, até que depois de muitas pescoçadas e cochilos, ela finalmente apareceu.

Estava usando um vestido preto e tênis. Segurava umas sacolas, provavelmente de compras, quando decidi descer do carro, Max veio correndo atrás dela, mostrando algo em um papel que a fez pular em seu colo e o cercar de carinhos.

Subiram no seu apartamento
Sabia que iriam demorar. Resolvi sair para comprar algo para comer, quando aqueles dois ou duas, resolviam conversar demoravam horas.

Quando cheguei ainda peguei Max saindo com a Nat. Ela já estava usando outro vestido mais decotado e estava linda como sempre.

De repente a ficha caiu. Era sábado e Nat sempre saía aos fins de semana para a balada. Segui o táxi que eles haviam pegado. Iria aborda-la assim que ela colocasse os pés pra fora da casa de shows.

Esperei umas quatro horas. Já estava irritado e Cléo havia me ligado umas vinte vezes e mandado trezentas mensagens, brigando por não responde-la.

Estava respondendo as mensagens de Cléo, quando vi Nat sair sozinha. Ela estava no telefone distraída. Aquela era a minha deixa.

Me aproximei sorrateiro, apenas esperando ela se distanciar o bastante dos seguranças da boate para surpreende-la, até que finalmente ela ficou no ponto perfeito.

Não dei tempo para que ela reagisse. Molhei um lenço com sonífero, agarrei-a com muita força já lhe tampando o nariz com a substância. Ela se debatia silenciosamente, aos poucos senti suas forças se esvaindo e o sono invadir suas pálpebras.

Peguei- a no colo, conduzindo até o carro, quando percebi que um dos seguranças nos alcançava.

— Quem é você? O que houve com ela? — ele me media de cima a baixo como se desconfiasse da minha índole.

— Eu sou o namorado dela. Ela marcou aqui comigo na festa, estava falando comigo no telefone quando eu a vi perder as forças. Acho que ela exagerou na dose.

Tentei fazer a minha cara mais convincente. Ele parecia não acreditar mas por fim acabou cedendo.

Corri para o carro com medo de demais intromissões. Nada poderia dar errado. Não teria aquela oportunidade novamente.

Peguei no volante desesperado e saí a toda, só parando quando chegamos ao destino. A casa onde eu e o maldito do Gael fomos criados.

Assim que adentrei a casa trazendo Nat nos braços, tudo já estava pronto.
Meus fiéis empregados, de tantos anos que nunca haviam saído da casa de meus pais, estavam lá prontos para nos receber.

— Boa noite senhor, Jorge. O quarto da senhorita Natália já está pronto e o do senhor também.

Era Rubens. Apesar da idade avançada sempre fora um bom mordomo.

— Obrigado. Pode deixar que daqui eu me viro. E ei... — disse quando ele já estava se retirando. — Vocês não viram nada.

— Nós não estamos aqui para ver senhor Jorge. Apenas para obedecer.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora