Tem algo muito estranho aqui.

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Não consegui parar de pensar na noite de ontem. Olhei inúmeras vezes no relógio. As horas pareciam se arrastar e cada minuto demorava séculos para passar.

- Meu amor, queria tanto que você almoçasse comigo hoje. Vou fazer aquele escondidinho que você adora. - Dandara me abraçou pelas costas.

- Eu também queria mas não posso. Vou precisar resolver um assunto grave na rua.

-Nossa! O que houve? - Dandara me olhou apreensiva.

-Não posso te dizer agora mas assim que eu descobrir o que é direitinho eu te falo.

Beijei Dandara, peguei as chaves do carro e fui até a academia tomar as devidas providências.

- Quero a atenção de todos vocês!
- disse olhando a todos na academia, inclusive Nat parara o treino para me olhar.

- Eu vou precisar sair e vou deixar o Cobra responsável pelo treino hoje.

- Você não vai voltar pra academia hoje, pai?

- Hoje não, Bianca! Vou precisar resolver um assunto sério. Desenrola tudo pra mim.

- Que assunto, pai? O senhor está com uma cara.

- Estou com uma cara de não se mete na minha vida, Karina!

- Obrigada, Mestre! Na próxima vez me avisa do coice porque eu não quero ser pega de surpresa.

- Ei! Não fala assim comigo. Eu sou o seu pai!

- Exatamente por isso que falei desse jeito com você. Coice pai, patada filha.

- Só não te dou umas palmadas por que estou com pressa.

Karina sorriu pra mim com desdém. Ela sabia que eu não iria bater nela. Eu havia prometido desde que eu havia lhe dado uma bofetada no dia que ela decidira partir com Lobão.

Olhei no relógio. Meio dia e meio. Se dirigisse rápido chegaria em vinte minutos.

Me aproximando do local, não pude deixar de sorrir. Lembrei de quando eu sai correndo vestido de mulher para fugir de Lobão e Luís.

Toquei a campainha. Esperei que Lobão abrisse a porta mas para a minha surpresa foi Cléo quem abriu. Ela parecia ter chorado muito.

- Oi Mestre, entra e fica à vontade.

Ela chorava demais. Já estava ficando preocupado, achando que Lobão tivesse feito algo com ela.

- O que você têm? - ela estava partindo o meu coração com tanto desespero.

- Antes que você pergunte,eu não fiz nada com ela.

Era Lobão e ele também havia chorado muito.

-Cléo, deixa eu resolver meus assuntos com o Gael?

- Não! - Cléo ainda chorava mas parecia determinada. - Não vou embora. Eu vou ficar até o fim!

- Que fim!? - eu não estava entendendo nada.

- Isso é assunto meu! Agora vamos resolver o problemas dos papéis.

Lobão me indicou o sofá. Sentei a contra gosto esperando que ele também se sentasse. Percebi que ele olhava com súplica pra Cléo que o ignorou sentando na poltrona.

- Pensei em um plano. A gente pega as amostras, faz o exame e pronto.

- Nessa facilidade? Não seria melhor falar com ela? - Cléo estava mais calma.

- Não! Falar com ela ia ser pior. Não podemos aborda-la sem certeza, Cléo.

- Pode até ser. - disse rouco. - mas não vai ser fácil assim, pegar e pronto. Ela com certeza perceberia.

- Se eu fizer do meu jeito ela não vai perceber.

- É desse seu jeito que tenho medo. Se essa história for verdade...

- Você não vai poder apagar o passado,Gael!

Lobão estava estranho. Segurava na poltrona que Cléo estava sentada com dificuldade. Era como se fosse cair a qualquer momento.

- O que você têm? Está estranho.

- Tenho pressa! Hoje eu vou executar o plano e vou pagar por fora pra me darem o resultado o mais rápido possível.

- Propina? Por quê disso você entende bem, não é? - disse irônico.

- Tá bom. Obrigada pela visita agora rua! Quando sair o resultado eu te aviso.

- Rua nada. Ele nem deve ter almoçado. O senhor não sai sem se alimentar, Mestre!

- Eu não quero almoçar, Cléo. Obrigado.

- Achei que seu Mestre era eu. - Lobão disse sorrindo fraco.

- Você é o Mestre complicado e o Gael é o Mestre que vai me levar pra passear na Pedra do Índio. - Cléo disse sorrindo pela primeira vez aquele dia. - Eu não fiquei na cozinha a manhã toda pra o senhor não almoçar.

-Fez porque quis. Eu disse que não era pra fazer.

- O senhor não manda em mim. Sou eu quem vou cuidar de você.

Cléo saiu e começou a colocar a mesa. Tentei dizer que não iria comer mas não teve jeito. Quando dei por mim já havia almoçado mas Lobão mal tocara na comida. Talvez incomodado com a minha presença.

- Vou fazer como cachorro magro, largando o prato e saindo.Tenho um monte de coisas pra fazer ainda hoje.

- Ótimo já pode sair. A porta é ali.

Saí do apartamento do Lobão preocupado. Não com o plano mas com ele.

Havia algo estranho. O apartamento estava com o ar estava muito pesado.

De repente senti um arrepio ruim como se fosse um presságio. E esse presságio era de morte.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora