Semelhanças.

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Batidas na porta.

Olhei novamente no relógio era meia noite. Não era possivel que havia dormido tanto.

Ao me levantar, notei que Lobão também dormia. A febre finalmente havia baixado.

A casa estava escura, liguei as luzes enquanto me conduzia até a porta. A pessoa que batia parecia impaciente.

— Já vai! — disse atordoada.

Quando abri, senti apenas um abraço.

— Meu deus, Nat! Quer me matar de susto? Fica o dia inteiro fora e não me avisa nada? —Gael falava muito rápido.

— Desculpa. O Lobão passou mal da gastrite aí fiquei com ele.

— E porque não me ligou? Fiquei com medo de ter acontecido algo e o maldito não me avisar nada. Mas o que ele teve?

Gael olhava dentro dos meus olhos, buscando respostas. Jamais conseguiria mentir com ele me encarando daquela forma.

—Enjôos e febre. — técnicamente  não era mentira. Ele havia sentido aquilo mesmo.

— Melhor não seria levá-lo ao hospital? — Gael disse baixinho, talvez para Lobão não ouvir.

— Já levei. — menti. — E é a gastrite.

Saí de perto dele. Só assim conseguiria mentir sem ele desconfiar.

— Você acha que ele pode ficar sozinho?

— Acho melhor não. Eu vou ficar aqui. Tenho medo que ele piore.

Era verdade! E se Lobão voltasse a se sentir mal e estivesse sozinho? Não teria ninguém para socorrer.

—Então ficamos nós dois. Não irei sair daqui sem você que também está  debilitada. Seria um doente cuidando do outro.

— Nem pensar! Imagina só se o Lobão acorda e te ver aqui? Vai ser uma briga dos diabos. Vai embora e  amanhã vou pra sua casa.

— Nada disso, mocinha! Se ele quiser que brigue. Não tenho medo dele e não deixaria você sozinha. E se um de vocês passa mal?

Não convenceria Gael a desistir! Era extremamente teimoso e obstinado. Ele parecia muito comigo.

Escutei um barulho vindo do quarto, Lobão havia acordado. Mais rápido do que eu, Gael foi na frente pra ajudar no que fosse necessário.

—O que você está fazendo aqui? — a voz de Lobão saía rouca e incerta.

— O que acha? A Nat sumiu o dia todo, já passa da meia noite e eu vim atrás dela. Ela me disse que você está mal do estômago.

Lobão me agradeceu de forma discreta para que Gael não percebesse.

— Estou bem. Já pode ir. Cuida da Nat que eu me viro.

— Não se vira, não! Eu vi o estado que você ficou e o médico no hospital falou que você precisa se cuidar.

Joguei aquela para Lobão não me contradizer no futuro.

— Então está resolvido! É aqui que tem cobertor? — Gael disse já abrindo o guarda-roupa.

— Ei! Está fazendo o quê!? — Lobão tentou se levantar mas ainda estava tonto.

— Eu vou dormir aqui. Alguém  precisa cuidar dos doentes.

— O QUÊ? VOCÊ NÃO VAI FICAR AQUI! FORA! —Lobão gritava a pleno pulmões.

— Acho melhor você ir embora, Gael. Eu cuido do Lobão, até porque eu já estou bem.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora