— Pai! — era Cobra no telefone e me parecia muito afoito.
Estava com a boca cheia de pasta de dente. Havia ido dormir altas horas da noite pensando em Nat e em como minha vida iria ser tocada da ali pra frente.
— O que foi!? — disse cuspindo a espuma na pia. — Filho eu não te ouço direito, fala devagar.
— Pai, me ouve! A Nat sofreu um acidente e eu estou indo com ela agora para o Hospital Municipal.
Nem pensei direito. Apenas corri. Coloquei uma roupa qualquer, calcei os sapatos e saí desesperado com Dandara nos meus calcanhares.
— Gael, pelo amor de Deus! O que esta acontecendo!? — ela corria atrás de mim.
— A Nat sofreu um acidente! Preciso ir...
— Calma! Eu vou com você e me dá a chave que não vou te deixar dirigir assim.
Dandara dirigia cautelosamente. Ela não corria no trânsito e aquilo me agoniava. E se eu a perdesse?
Chegamos ao hospital e corri para dentro. As notícias não corriam andavam a jato. Duca, Karina, Pedro e Bianca já estavam no local. Cobra estava no canto e tremia de preocupação.
— Pelo amor de Deus! Me fala como ela se acidentou!? Ela está bem!?
— A gente estava na moto, cada um na sua e íamos comprar uma parada pra comer, aí do nada um cara bêbado fechou ela com o carro e ela vôo da moto. O estado dela... — ele estava com a voz falhando e os olhos cheio de lágrimas. — É grave.
Meu coração doeu. Ela podia morrer. A minha filha. E eu nem pude cuidar dela. Ser o pai dela.
— Onde ela está? — disse com a voz embargada.
— Lá dentro. Ninguém me deu informação de nada ainda.
— Cadê a Nat!?
Era Lobão. Ele entrou com tudo no hospital se referindo a Cobra.
— Ela está lá dentro. — respondi a contra gosto.
Lobão não me respondeu. Ele saiu pegando o telefone e começou a ligar para alguém. Cléo trouxe água para ele que recusou, então ela enfiou o copo em sua boca e o obrigou a beber.
— Já arrumei tudo. Vou tirar ela daqui.
— O quê!? Vai levar minha filha pra onde? — disse já querendo enfiar a mão na cara dele.
— Para o melhor hospital dessa cidade. — Lobão disse já vindo para cima de mim.
Ficamos frente a frente nos medindo.
— E posso saber quem é que vai deixar você fazer isso?
— Em primeiro lugar, eu não preciso da permissão de ninguém pra fazer nada. Em segundo lugar, eu vou levar ela daqui por que eu sou o namorado dela e mais ainda? vou levá-la porque eu tenho uma coisa que o papai Gael não têm.
— E o que seria? Ah, já sei. Vergonha na minha cara.
— Não meu caro, amigo. Eu tenho muito dinheiro. Sabe o que é isso?
Ia responder mas não deu. O médico veio nos dar mais informações.
— Quem é o responsável pela paciente?
— Sou eu! — Lobão e eu falamos ao mesmo tempo.
— Bom, eu sou o namorado e o imbecil aí é o pai.
Me controlei para não arrebentá-lo.
— A Natália está bem. Ela teve uma pequena hemorragia mas já foi contida. No momento ela está sob efeito de remédios e está dormindo. Foram apenas escoriações pouco profundas e nada mais.
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The True Story Of Nat [ Rewrite ]
Teen Fiction[ Eu perdi a minha outra conta. Por isso, resolvi repostar a história aqui. Capa ilustrativa.] Essa história que vou lhes contar meus caros amigos, não é sobre o amor mas sim sobre o ódio. Dois anos se passaram desde que Nat decidira abandonar seu p...