O pedido de Lobão.

24 1 0
                                    

Acordei sentindo a respiração de Lobão no meu pescoço. Levantei apavorada e para o meu alívio eu estava vestida e ele também.

Lobão dormia tranquilamente. Vendo ele assim, senti uma dor terrível no peito. Uma mistura de ódio e tristeza que estrassalhavam a minha alma.

Só podia ser armação. Ele não estava doente e não iria morrer. Era só uma teia para me prender.

Saí da cama determinada. Corri e peguei meu celular. Havia mil mensagens e ligações mas nenhum sinal.

— Aqui não têm sinal aqui meu anjo. Por isso te trouxe pra cá.

— Você armou esse circo todo pra que? — disse friamente. — Me convencer da sua morte? Porque se foi por isso, perdeu seu tempo.

— Não foi só por isso, Nat. Você se lembra quando a gente se conheceu?

Um rápida lembrança veio na minha mente. Eu estava em Macaé, servindo aqueles bêbados nojentos, quando Lobão apareceu me pedindo informações em seu carro de luxo.

— Um dia que eu nem deveria ter saído pra fora de casa. O que têm?

— Se lembra o que eu te prometi quando te trouxe para o Rio de Janeiro? — Lobão veio até a mim de maneira calma. Talvez com medo de me assustar.

— Lembro. Você me prometeu muitas coisas, inclusive isso. Mas porque está falando disso agora? — disse já o empurrando.

— Por que eu achei. — ele disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— O quê!? - disse incrédula. — Que palhaçada é essa?

— Bom eu não achei exatamente mas tenho quase certeza.

— Como assim!? Como você conseguiu isso?

— Você sabe que eu faço qualquer coisa por você.

Lobão me beijou sem me dar um sinal de aviso. Empurrei com todas as forças e lhe dei um belo soco na cara.

—Nunca mais faz...

Ele me beijara novamente. Tentei empurrar mas dessa vez não obtive sucesso, então mordi com muita força a sua boca.

Lobão me largara segurando os lábios, falando algo que não pude ouvir.

—Não toca em mim! Não é porque vai morrer que eu vou ficar com você de novo.

— É por isso que eu te chamei aqui. —disse estancando o sangue. — Quero que você volte pra mim.

—Você está louco!? Eu jamais vou voltar a viver aquele inferno do seu lado de novo.

— Eu nunca mais vou te magoar, Nat. Eu juro! Nem vou ter tempo pra isso. É só por quatro meses. Eu não vou passar disso.

— Quatro meses!? — repeti aquelas palavras como se cuspisse alfinetes. — Você só tem esse tempo?

Lobão se aproximou mas dessa vez mantendo uma certa distância.

— Na verdade eu tenho seis. Mas eu já perguntei ao médico e ele falou que vou começar a definhar no quinto mês e eu não quero que você me veja...

A sua voz falhou. Ele me deu as costas, talvez para eu não ver medo em seus olhos.

Pensei em me aproximar mas desisti. Precisava confirmar tudo aquilo.

— Quem mais sabe disso?-—perguntei tentando aparentar frieza.

— Só a Cléo e o Luís. O Luís foi o primeiro a saber e eu pedi pra ele não contar nada pra Cléo antes de mim.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora