Uma chance para nós.

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O sol estava deliciosamente quente. O Gael estava certo. O dia estava lindo.

O cheiro de mar adentrou minhas narinas assim que descemos do carro.

Miguelzinho esticava discretamente os bracinhos pra mim. Fiquei com uma vontade imensa de segura-lo mas fiquei com vergonha de pedir a Dandara.

— Vamos ficar ali. — disse Gael. Tem sombra e fica pertinho do mar.

Caminhamos com João reclamando da areia que pinicava os pés, enquanto Karina fazia cócegas em Pedro e as meninas a essa altura, já esticavam o pescoço pra ver Cobra passar.

— Bom, eu vou encher a piscina do Miguel que assim eu já fico sossegado.

— Nem pensar, Gael. Com essa praia cheia de mulher de biquíni o senhor fica embaixo da minha vista. Pode deixa que o João enche. — Dandara disse sorrindo.

—Caramba! O Gael apronta e eu pago o pato.

— Ei, eu não apronto não senhor! Me respeita hein, moleque?

— Dá pra parar vocês dois? Nada de briga! Bianca e Duca vocês não vão sentar?

Duca estava com uma cara de fazer medo enquanto Bianca insistia em beijar o seu pescoço pra marcar território.

— Vamos nadar, Dandara. Depois a gente senta e come alguma coisa.

Bianca saiu arrastando Duca praia a fora no intuito de irem pra água pra poder namorar a vontade.

Decidi tirar aquelas imagens dos dois juntos que insistiam em perturbar a minha mente.

— Nat, a gente nunca pode conversar sozinhas, não é? Podemos conversar agora?

Fiquei um pouco desconfiada mas ao ver o sorriso acolhedor de Dandara, me senti mais acolhida.

Decidimos caminhar um pouquinho pela areia. Miguel sapatiava tentando pegar ondas com as mãos.

— Como você está, Nat? — Dandara perguntou se sentando na areia molhada.

— Estou bem. O acidente não foi nada demais, só fiquei com medo por causa da competição.

— Não é sobre o acidente, é sobre sua paternidade. Como você está se sentindo em relação a isso?

Olhei pra Dandara supresa, nunca pensei que ela falaria sobre isso.

— Eu não quero bancar a intrusa mas eu e as meninas temos uma boa relação e eu quero ter com você também. Afinal de contas você é minha enteada e quero ser sua amiga.

Senti um alivio ao ouvir as palavras da Dandara.

— Estou me sentindo perdida.
É muito sentimento embolado. Ódio do Gael por tudo que aconteceu, medo dele me rejeitar e ao mesmo tempo vontade de conhecer ele a fundo.

— Eu te entendo, minha linda. Até ontem você e o Gael eram dois estranhos e hoje vocês descobrem que são pai e filha. Realmente não é fácil.

Miguel encontrou uma concha, ia colocando na boca quando eu o peguei no colo e tirei da sua mão. A princípio achei que ele fosse chorar mas não. Ele apenas sorriu.

— Você leva jeito com criança. Nunca vi alguém tirar algo da mão desse menino pra ele não chorar.

— Acho que ele gostou de mim.

Sorri satisfeita ao ver que ele não quis ficar no colo de Dandara.

— Minha flor, dar uma chance pra o Gael? É muito difícil esquecer tudo mas tenta, por favor? Ele é briguento, pega no pé, parece que nasceu no século dezoito mas nunca vi um pai tão amoroso e você precisa tanto de cuidados. Gael me disse que sua mãe não é fácil.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora