A dedicação de Gael.

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Acordei com um gosto terrível na boca. Pela janela percebi que era um lindo fim de tarde e eu estava em uma cama de hospital. Tentei levantar mas em vão. Tudo rodava e eu estava muito enjoada.

— Boa tarde, Natália. Meu nome é Mauro e sou seu médico. Você sofreu um acidente de moto e em breve terá alta. Seu pai e o seu namorado estão aí fora prontos para te levar para casa, está bem?

Olhei para Mauro que me sorria de forma acolhedora. Eu o conhecia. Lobão sempre se consultava com ele.

— Eu estou um pouco enjoada mas me sinto bem. Eu não vou ficar com sequelas não é? — perguntei apreensiva.

— Não. Fica tranquila. Você está ótima. Eu vou pedir para o Lobão entrar antes que ele coloque um ovo.

Mauro sorriu antes de sair. Se Lobão ainda se consultasse com ele eu com certeza iria poder confirmar o câncer.

Lobão adentrou o quarto de forma tranquila. Talvez temendo que eu tivesse algum tipo de emoção contrária.

— Nat, você quase me mata de susto! — ele disse já sentando na cama e agarrando a minha mão. — Nunca mais na vida faça isso! Vou te dar um carro. Não quero você em cima de uma moto nunca mais!

— Vai me dar um carro porque é burro! Porque eu não abro mão da minha máquina. Todo mundo sofre acidente e porque eu não iria sofrer um também?

— Porque você é minha mulher e não é todo mundo! — Lobão tentava se controlar pra não gritar no hospital.

— Sua mulher!? Ah, tá. Eu não sou nada sua e só estou com você por pena.

— Por pena ou não é minha sim e acabou! Não me faça perder a paciência! Você vai se curar e vamos namorar. O seu tempo de me evitar acabou!

Lobão se aproximou de mim, foi direto na minha boca e me deu um beijo rápido. Tentei desviar mas não consegui. Ainda não havia voltado os meus reflexos.

— Papai de ouro está aí fora e quer entrar. Eu deixo ou não? — Lobão já aparentava mais tranquilidade.

Pensei um pouco. Eu havia sofrido um acidente e era bem provável que ele estivesse preocupado.

— Ele esteve aqui o tempo todo? — tentei puxar informações do Lobão. Queria saber até onde o Gael se importava.

— Não arredou o pé. Enchia o saco dos médicos. — Lobão dizia tudo isso a contra gosto. Até ele admitia que Gael era bom pai.

— Ele pode entrar ou não? Porque se não eu já dispenso o babaca.

— Manda ele entrar. Quero saber o que ele tem pra dizer. Não custa.

— Custa a minha paciência.

Lobão se arrastou para a porta, chamou Gael baixo e eles cochicharam alguma coisa que eu não pude ouvir.

Quando Gael entrou, abriu o melhor do sorrisos. Veio em minha direção, se sentou ao meu lado e segurou a minha mão.

— Graças a Deus você está bem.

—Estou. — queria tirar minha mão da dele mas por alguma razão eu não conseguia.

— O médico vai te dar alta hoje ainda mas você vai precisar de cuidados. — percebi que Gael procurava uma forma para falar comigo. — Eu já conversei com o seu... namorado. — Gael pronunciara a última palavra com nojo. — E você vai ficar lá em casa.

Olhei para o Lobão com raiva. Ele por sua vez, procurou não me olhar.

— Eu vou pra minha casa! Não quero ficar perto de você! — tirei finalmente minha mão das dele.

The True Story Of Nat [ Rewrite ]Onde histórias criam vida. Descubra agora